— São João Berchmans
Hoje, lembramos o jovem que viveu, durante apenas vinte e dois anos, numa total entrega e amor ao Cristo. São João Berchmans nasceu na Bélgica, em 1599, de família pobre, porém, rica na vida e nas virtudes cristãs.
Tocado pelo testemunho de paciência heróica da mãe diante da fatal enfermidade e, motivado pelo pai viúvo, o qual abraçou o Sacerdócio Católico, ele começou a estudar em um Colégio dos Jesuítas até entrar na Companhia. Ao ser encaminhado para os estudos de Filosofia e Teologia de Malines para Roma, João mostrou com a vida seu amor a Mãe de Deus lutando contra o pecado: "Antes, mil vezes morrer, do que cometer o mais leve pecado ou transgredir uma regra da Ordem".
São João Berchmans que fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que - com o crucifixo, o livro da Regra e o terço apertados sobre o peito - disse: "São estes os meus três tesouros, em cuja companhia quero morrer", desta maneira é que despedido de todos, foi para a Eternidade repetindo: "Jesus! Maria!".
São João Berchmans, rogai por nós!
12.08.2012
19º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO)__ "Quem comer deste pão viverá eternamente!" __
NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Estamos celebrando mais um domingo em que o tema central é a Eucaristia. Jesus, conhecido como o filho de José e de Maria, se manifesta como o Pão vivo descido do céu, para sustentar nossa caminhada rumo ao Pai celeste. Ele, ainda hoje, continua se revelando na partilha do pão e nas pessoas que incansavelmente lutam para sustentar e proteger a vida. Reunimo-nos para nos alimentar com sua palavra e com seu pão, alimentos de vida plena e eterna. Chegamos ao segundo domingo de mês das vocações. Hoje é o dia dos pais. Celebremos em comunhão com todos eles, os primeiros responsáveis por propiciar uma vida digna e feliz aos próprios filhos. Iniciamos também hoje a Semana Nacional da Familia, com o tema: "A família: o trabalho e a festa". Segundo o Papa Bento XVI, "a família, o trabalho e a festa constituem dádivas e bênçãos de Deus para nos ajudar a viver uma existência plenamente humana".
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Nesta semana, a Igreja nos convida a orar, refletir e trabalhar pela vocação para a vida em família, dando uma atenção especial aos pais. Diziam os conterrâneos de Jesus: "Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?" Justamente a família é o lugar principal para o desenvolvimento da fé e para o aprendizado das coisas de Deus. Rezemos, pois, por todas as famílias em dificuldade e peçamos a Deus que a família cristã seja um lar de fé, amor e fraternidade. Também não nos esqueçamos dos que se preparam para o matrimônio, afim de que assumam a vida em família com a seriedade de quem assume uma vocação abençoada por Deus desde o início da Criação.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Antífona da entrada: Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22s).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (1 Reis 19,4-8)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
Naqueles dias, 19 4 Elias andou pelo deserto um dia de caminho. Sentou-se debaixo de um junípero e desejou a morte: "Basta, Senhor", disse ele; "tirai-me a vida, porque não sou melhor do que meus pais".
5 Deitou-se por terra, e adormeceu debaixo do junípero. Mas eis que um anjo tocou-o, e disse: "Levanta-te e come".
6 Elias olhou e viu junto à sua cabeça um pão cozido debaixo da cinza, e um vaso de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.
7 Veio o anjo do Senhor uma segunda. vez, tocou-o e disse: "Levanta-te e come, porque tens um longo caminho a percorrer".
8 Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com o vigor daquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até Horeb, a montanha de Deus.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 33/34
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!
Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.
Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.
O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
Segunda Leitura (Efésios 4,30,5,1-2)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
30 Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção.
31 Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia.
32 Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo.
1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados.
2 Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o pão vivo, descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver. Eu sou o pão vivo, descido do céu, amém aleluia, aleluia! (Jo 6,51)
EVANGELHO (João 6,41-51)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 6 41 murmuravam então dele os judeus, porque dissera: "Eu sou o pão que desceu do céu".
42 E perguntavam: "Porventura não é ele Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz ele: 'Desci do céu?'"
43 Respondeu-lhes Jesus: "Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia.
45 Está escrito nos profetas: 'Todos serão ensinados por Deus'. Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim.
46 Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai.
47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram.
50 Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer.
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
HOMILIA - CREIO - PRECES
(Ver abaixo ao final desta liturgia 3 sugestões de Homilia para este domingo)
Sobre as oferendas
Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e que ela agora vos oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo, diz o Senhor (Jo 6,52).
Depois da comunhão
Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Oração Eucaristica: Diálogo inicial
A tríplice invocação – "O Senhor esteja convoco"; "Corações ao alto"; "Demos graças ao Senhor nosso Deus" – antecipa-se à grande Oração Eucarística. Esta tríplice invocação de abertura, de uso antiquíssimo na Igreja, mostra bem qual deve ser o comportamento fundamental de quem entra em oração: todo e qualquer sentimento, preocupação e pensamento devem desaparecer porque, nesse momento, o nosso coração deve estar orientado para Deus. Por isso mesmo, a assembleia responde à segunda invocação, precisamente confirmando que, nesse momento, só em Deus nos encontramos: "O nosso coração está em Deus".
Não conhecemos bem a origem da segunda expressão, "Corações ao alto", embora sobre ela tenha-se pronunciado Padres da Igreja antiga, como Cipriano, Agostinho, Cirilo de Jerusalém etc. Mas a terceira e última invocação, "Demos graças ao Senhor nosso Deus", provém claramente da oração de agradecimento dos judeus, quando o povo era convocado a bendizer o Senhor por todas as maravilhas realizadas em nome da coletividade.
Na missa, nesse momento, quem preside indica de modo evidente o caráter comunitário da celebração: ele não oferece o sacrifício isolado dos demais, nem apenas em seu nome, mas no nome e em comunhão com todos os irmãos. Por isso, todos, sem exceção, tem o dever de dar graças a Deus, porque, desse modo, se realiza a nossa salvação.
Deus recebe o dízimo que oferecemos a Ele?
Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a Ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para Ele, mas precisa para a Sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus, que os agentes da Pastoral do Dízimo o utilizam para amenizar o sofrimento dos irmãos e irmãs mais carentes da comunidade. Faça a doação do seu dízimo e participe também das atividades da pastoral ajudando os mais necessitados.
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Vd - Ez 1,2-5.24-28c; Sl 148 (149); Mt 17,22-27
3ª Vd - Ez 2,8-3,4; Sl 118(119); Mt 18,1-5.10.12-14
4ª Vd - Ez 9,1-7; 10,18-22; Sl 112(113); Mt 18,15-20
5ª Vd - Ez 12,1-12; Sl 77(78); Mt 18,21-19,1
6ª Vd - Ez 16,1-15.60-63; Cant.: Is 12,2-6; Mt 19,3-12
Sb Vd - Ez 18,1-10.13b.30-32; Sl 50(51); Mt 19,13-15
20º DTC: ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA: Ap 11,19; 12,1.3-6.10; Sl 44 (45),10.11.12.16; 1Cor 15.20-27: Lc 1.39-56 (Cântico de Maria)
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "O PÃO QUE DÁ A VIDA!"(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
Coisa bonita é quando uma pessoa, que todos julgam importante, se apresenta de maneira simples, sem querer um tratamento especial, que a sua posição ou o cargo lhe conferem.
Certa ocasião, em um encontro em Aparecida, no momento da Santa Missa, os diáconos permanentes adentraram a sacristia da Basílica em horário adiantado, para não causarem transtorno aos demais celebrantes, mas quando começaram a paramentar-se, um funcionário do Santuário informou que o local dos Diáconos estava reservado no sub-solo, de onde entrariam por outro corredor para não atrasar a celebração que seria televisionada, foi quando chegou D. Diógenes, nosso acompanhante do Regional Sul 1, e que iria presidir a Eucaristia, e estranhando não ver os Diáconos se paramentando, foi informado que os mesmos estavam no sub-solo; então pegou seus paramentos e desceu para lá, para descontentamento do cerimoniário que era rigoroso na disciplina com a equipe celebrativa.
O resultado de tal gesto foi que os diáconos acabaram subindo, enquanto ele explicava a um redentorista “Eu também sou um Diácono de Cristo, estou com eles nesse encontro e os quero perto de mim durante a celebração”
Não vai aqui nenhuma crítica à organização e à disciplina, que deve de fato existir nos grandes eventos litúrgicos de uma Diocese, apenas pretendo realçar a postura humilde do nosso Bispo acompanhante, fazendo com que nos sentíssemos um bando de meninos “paparicados” pelo “paizão”.
Jesus gozava de grande estima entre alguns judeus, que viam nele um poderoso profeta, por causa dos seus milagres e prodígios, sempre feitos no Poder de Deus, como os grandes profetas que o povo venerava, mesmo depois de mortos. Mas no momento em que ele afirmou ser o pão vivo descido do céu, a encrenca começou, pois era uma afronta ao Deus Todo Poderoso, que fizera aliança com os seus pais, Aquele que através dos patriarcas conduziu o povo, falou com Moisés, colocando-o como libertador de Israel, derrotou os Faraós do Egito, abriu as águas do mar vermelho, enfim, era inaceitável que esse Deus Grandioso, altíssimo e Santo, estivesse em Jesus de Nazaré, pessoa simples do lugarejo, cuja procedência todos conhecia.
A verdade é que, um Deus na forma humana, era até causa de acusação e condenação á morte, porque ultrajava a todo Israel.
A história daquele povo, e a história da nossa vida, convergem para Jesus, Nele Deus nos atrai, provoca em nós um encanto que nos leva ao desejo de nunca mais nos separar dele, possibilitando a realização da profecia “Todos serão discípulos de Deus”, obviamente tornando-se discípulos de Cristo, quem segue a Jesus, segue ao Pai, quem ouve a Jesus, ouve ao Pai, eles estão em uma comunhão plena, na qual somos inseridos, não por nossos méritos, mas unicamente pela graça.
Os Judeus não acreditavam que o Deus misterioso escondido nos “Sete Véus” do Santo dos Santos, aquele diante do qual Moisés teve de cobrir o rosto, se tornasse assim de repente, alguém comum, que anda com o homem, como no paraíso, fala com ele e torna-se parceiro. Os que se fazem deuses neste mundo, na política, na economia e até mesmo no ambiente religioso, exigem submissão, obediência, adoração e honrarias, ficam sentados nos tronos da imponência, da prepotência, a espera que seus súditos venham lhes beijar os pés.
Divino e humano não podem estar no mesmo espaço, na mesma sala, na mesma mesa, em um mesmo nível. Imagine que o enviado de Deus ia baixar justo na Judéia, na Vilazinha de Nazaré... Como Filho de um carpinteiro, impossível! Entretanto, o Deus portador da Vida, realizador de todas as esperanças do povo, o Libertador por excelência, que tornava eminente o messianismo, estava de fato em Jesus de Nazaré, ele se apresenta como a única alternativa para se chegar ao Pai, como o único que viu o Pai e veio dele, o único que dá aos homens muito mais do que o alimento material, o alimento espiritual que os conduzirá á plenitude da realização humana, e tudo isso requer apenas um ato que é em sua pessoa, aceitar que nele Deus nos estende a mão, caminha conosco, sacia nossa fome, supri todas as nossas necessidades e nos dá a Vida Eterna.
O segundo passo é um pouco mais complicado para a compreensão dos Judeus e também para nós, temos que nos alimentar do seu corpo, do Pão que veio do céu, permitindo assim essa convivência pacífica do divino e humano em nossa vida, acolher a sua carne e sermos uma extensão do seu Ser Divino e Humano, deixando que o seu Espírito comande todas as nossas ações, sem que nos transformemos em super-homens, mas continuando a ser pobres mortais simples e pequenos, porém revestidos da grandeza do Divino, caminhando com ele para uma Vida que é Eterna, e que ultrapassa a qualquer realização humana nesse mundo.
Se não aceitarmos essa Verdade em nosso coração, nunca iremos ver esse novo horizonte descortinado por Jesus de Nazaré, e iremos sucumbir diante da espera inútil, por algo em que não cremos. Que o Senhor sacie nossa fome de Vida Eterna. Amém! (19º. Domingo do Tempo Comum João 6, 41-51)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. Discurso sobre o pão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta fala de Jesus, no evangelho de João, é, ainda, a continuação do longo discurso sobre o pão, pronunciado em Cafarnaum, após a partilha dos pães com a multidão na montanha no outro lado do mar da Galileia. O evangelho de João se caracteriza pela repetição didática de um tema central, reapresentado sob diversas formas associado a outros temas. Agora, ao pão está associado o dom da vida eterna por Jesus.
Jesus testemunha sua origem divina e seu conhecimento do Pai, sendo então rejeitado pelos judeus que conheciam sua origem humilde e comum. Jesus e sua família são tipos comuns em sua terra, Nazaré, onde já vivem há cerca de trinta anos, sem que nada de extraordinário os destaque dos demais. Os três evangelhos sinóticos registram esta rejeição de Jesus (cf. 8 jul., 3 ago., 3 set.). A tradicional identificação de Deus com o "poder" que age com violência a favor do "povo eleito", característica do Primeiro Testamento, impede que reconheçam a revelação amorosa de Deus nos pequenos e humildes.
A atração pelo Pai é a atração pelo seu ensinamento, comunicado por Jesus. Jesus viu o Pai. Ir a Jesus é o passo seguinte: é crer nele e segui-lo. O crer, que implica a adesão concreta ao projeto de Deus, insere o discípulo na vida eterna.
Deus é o Deus da vida. A palavra "vida" é mencionada onze vezes no capítulo seis. A obra de Deus, fruto do seu amor, é o dom da vida plena para todos. O Pai e o Filho comunicam a Vida. Todos são atraídos a Jesus, que foi enviado pelo Pai. Não há, absolutamente, discriminações nem privilégios nesta atração. Com pleno amor e liberdade, o Pai atrai todos ao seguimento de Jesus. Este universalismo significa que a nova comunidade dos seguidores de Jesus não é continuação nem restauração de Israel. Quem comeu o maná, da tradição do Êxodo de Israel, morreu. Agora se trata da constituição de um povo novo, formado pela comunhão de todos os povos de todas as nações, para o qual o valor supremo é a geração, a restauração e o cultivo da vida. É o povo que crê em Jesus e o segue. A este povo é servido o pão descido do céu que dá a vida eterna. Quem comer deste pão não morrerá. Já está participando da vida eterna, inserido na vida divina pela prática do amor, em comunhão com Jesus.
O pão do céu é o pão que dá a vida aos pequenos e excluídos, aos pobres bem-aventurados que sofrem a opressão. É Jesus, o pão partilhado com as multidões, criando laços de fraternidade, solidariedade e amor, no grande banquete do Reino dos Céus, que já acontece aqui na terra. É a comunidade que vive na harmonia e na paz, na bondade, na compaixão e na reconciliação (segunda leitura).
Elias foi alimentado por um anjo e caminhou ao encontro com Deus (primeira leitura). Agora, Jesus, com sua palavra e com sua presença, alimenta os discípulos, ao longo dos tempos, fortalecendo-os no seu seguimento. Quem escuta o ensinamento do Pai crê, vai a Jesus e tem a vida eterna.
Oração
Senhor Jesus, quero conhecer-te sempre mais, deixando-me instruir pelo Pai o qual me revela quem, de verdade, tu és.
3. INSTRUÍDOS POR DEUS(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Apenas o esforço humano para compreender quem é Jesus revela-se inútil, sem a intervenção de Deus. Visto apenas em sua aparência humana, o Messias foi considerado sob dupla vertente. Alguns o tomavam por uma pessoa extraordinária, detentora de um poder jamais visto. Sua sabedoria fazia-o superior aos rabinos, e sua autoridade em muito os superava. Enfim, uma grande figura humana.
Outros, movidos pela inimizade que nutriam por Jesus, consideravam-no blasfemo, eliminador das coisas sagradas da religião. Seus gestos prodigiosos eram interpretados como fruto de pacto com Satanás, e sua presença junto aos pecadores e marginalizados, como expressão de má vida.
Tais considerações são enganosas, por não atingirem o cerne da identidade de Jesus. Só por revelação de Deus é possível conhecer a condição de Filho amado do Pai, enviado como penhor de salvação, portador de vida eterna para a humanidade, e pão da vida, que a alimenta na longa caminhada rumo à casa do Pai.
Por conseguinte, o ser humano não pode conhecer Jesus por iniciativa própria. É o Pai quem coloca, no coração humano, o desejo de conhecer seu Filho. Quem se deixa instruir pelo Pai torna-se discípulo de Jesus.
Oração
Senhor Jesus, quero conhecer-te sempre mais, deixando-me instruir pelo Pai o qual me revela quem, de verdade, tu és.
fonte:NPD Brasil/jardim das oliveiras blog