Diante do fiasco da seleção na Copa do Mundo – do vergonhoso 7 a 1 contra a Alemanha, dos 3 a 0 para a Holanda e do amargo quarto lugar no torneio –, algumas deputados sérios e outros nem tanto têm proposto a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar as razões da grave crise do futebol nacional. A ideia é boa, desde que a apuração seja rigorosa e não apenas um jogo de cena. É preciso investigar as relações mafiosas que imperam há décadas na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), dirigida por velhacos dos tempos da ditadura militar. Mas é necessário também apurar a interferência da Rede Globo, que hoje manda e desmanda no futebol brasileiro.
Com relação à CBF, que virou saco de pancadas nos últimos dias, já há consenso de que é necessária uma mudança profunda. A entidade máxima do futebol nativo está apodrecida e corrompida. Durante vários anos, ela foi presidida por Ricardo Teixeira, ex-genro de João Havelange – ambos lançados ao ostracismo, mas com enormes fortunas, após graves denuncias de corrupção. Na sequência, ela passou ao comando de Marco Polo Del Nero e José Maria Marin – este último um ativo colaborador da ditadura. A CBF não mudará sob a direção destes cartolas, que visam apenas o enriquecimento ilícito. Como conclama Bob Fernandes, “renunciem, senhores José Marin e Marco Polo Del Nero”.
O problema é que estes “senhores” estão no comando da CBF graças à engrenagem montada nas últimas décadas pelo consórcio firmado entre os chefões dos clubes e a poderosa Rede Globo. No site “Esporte Fino”, o jornalista José Antonio Lima destrinchou como funciona esta máfia: