Segundo autoridades, 12 deles estavam na lista de barras bravas
URUGUAIANA (RS) – A cidade de Uruguaiana viveu nos últimos dias uma movimentação atípica por conta da entrada de argentinos que vieram ao Brasil para acompanhar o jogo de sua seleção na final do Mundial. Poucos incidentes foram registrados na migração de torcedores para a final da Copa. Na madrugada de ontem, dois argentinos foram mandados de volta a Buenos Aires depois que mostraram as nádegas da janela do ônibus onde estavam. Outro torcedor foi impedido de ingressar por desacato.
A Polícia Federal informou que entre a sexta e ontem 23 torcedores argentinos foram impedidos de ingressar no Brasil – 12 deles faziam parte da lista de barras bravas. Além disso, a vistoria também reprovou veículos argentinos. O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Uruguaiana, Carlos Sarzi, relatou que um de cada dez carros de torcedores foi obrigado a voltar por falta de condições técnicas para rodar.
- Muitos carros tentaram entrar com pneus carecas, vidros quebrados, faróis sem lâmpadas. Não tem lógica essa fila, pois a maioria não vai conseguir chegar a tempo da partida – disse.
Os torcedores vieram de todas as partes da Argentina. A previsão era de que 155 ônibus do país vizinho cruzassem a fronteira até o meio-dia de ontem, metade deles por Uruguaiana. O chefe da Polícia Federal (PF) na cidade, André Luiz Martins Epifânio, comparou o movimento ao fluxo de turistas durante o verão, quando os argentinos costumam seguir em massa para as praias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Os 15 pontos de atendimento da aduana funcionaram plenamente durante toda a madrugada de ontem. O desembaraço de cada turista demorava pouco mais de um minuto, mas mesmo assim as filas foram inevitáveis.
- A movimentação é de um dia de verão. Para dar conta de todo esse movimento, só no final do sábado - estimou Epifânio.
A maior fronteira terrestre entre Brasil e Argentina se preparou com esmero ontem (sábado) para o confronto deste final da Copa do Mundo neste domingo no Maracanã. Os brasileiros de Uruguaiana, a 600 quilômetros de Porto Alegre, querem vingar o “foguetaço” da última terça-feira, logo após a derrota da Seleção para a Alemanha, enquanto os argentinos de Paso de los Libres, a 600 quilômetros de Buenos Aires, se recolhem com receio de uma derrota – e de uma forra brasileira.