Moradores vivem com a dúvida entre enfrentar o perigo de atravessar a via em meio aos carros ou usar o equipamento
Desníveis, rachaduras e sensação de insegurança. O problema enfrentado pelos usuários das passarelas provisórias instaladas na BR-116, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza, e na própria Capital, só aumenta, com menos de um mês da liberação dos equipamentos. As tábuas de madeira usadas como piso estão rachando, deixando os pedestres aflitos. Além disso, há desníveis que podem provocar acidentes, com a pouca iluminação nos locais. Populares relatam a dúvida entre enfrentar o perigo de atravessar a rodovia entre os carros ou utilizar os equipamentos.
Desníveis, rachaduras e sensação de insegurança são os problemas enfrentados pelos usuários das passarelas provisórias instaladas em Itaitinga foto: José Leomar
Os problemas já foram denunciados pela reportagem do Diário do Nordeste no último dia 4. Entretanto, outros equipamentos foram instalados e o que se vê é a mesma situação. “Passar por baixo é perigoso. Por cima também. Fica difícil para gente. A qualidade do material é péssima”, reclamou a doméstica Cristiane Lopes, 30, que utiliza a passarela na altura da comunidade do Jaboti, em Itaitinga.
A reportagem visitou três dos equipamentos instalados na rodovia. As passarelas provisórias foram construídas sobre uma armação de ferro encaixada e parafusada. Tábuas de madeira de 3,5cm de espessura, parafusadas, servem de piso.
A Ferpa Engenharia, empresa responsável pela instalação, diz que a estrutura suporta até 250kg por metro². O contrato da empresa, com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), que dura um ano e sete meses, gira em torno de R$ 7 milhões e prevê a montagem, manutenção e desmontagem de oito passarelas provisórias nas BRs 116 e 222.
Espaços
Desde a instalação das passarelas provisórias, é possível perceber a existência de grandes espaços entre as tábuas, que só aumentam com o uso e com a ação da natureza. Em alguns dos buracos, é possível introduzir um pé de criança, ou mesmo as mãos, caso o pedestre escorregue e tente se segurar, gerando risco de ferimentos. Além disso, a má iluminação durante a noite pode ocasionar acidentes, já que a estrutura apresenta desníveis em diversos pontos.
Muitas tábuas do piso da passarela na comunidade do Jaboti estão rachadas. O rangido causa temor aos usuários. “A gente passa da escola se segurando, com medo. Ela treme, e os buracos são muitos”, critica a estudante Manuela Gomes,16. As telas de proteção de plástico inicialmente instaladas, entretanto, foram substituídas por outras de metal, mais resistentes.
A passarela no km 7,3, em Messejana, apresentou melhores condições. O material ainda aparenta resistência, mas a população não aceita como solução definitiva. “Acho confiável, mas não o ideal, deveria ser de concreto”, afirma o artesão Ricardo Garcia, 50. As telas citadas, ainda de plástico, não foram substituídas por material mais resistente, apesar de agora preencherem todo o espaço destinado a elas.