Referência mundial no gênero, novelas da Rede Globo completam 50 anos de muitas histórias e personagens marcantes para a cultura brasileira. O POVO.dom relembra grandes sucessos
As telenovelas trouxeram novos membros para as famílias do País. Na mesa de jantar, os brasileiros sentaram ao lado de Carminha (“Me serve, vadia”). Na cozinha, dividiram o fogão com Dona Jura (“Não é brinquedo, não”). No escritório, trabalharam ao lado de Odete Roitman (“Quem matou?”). E, no espelho do quarto, viram refletida a careca de Perpétua desmascarada por Tieta (“Mistééério”). Em 50 anos de histórias, bordões e personagens, alguns clássicos, como o Sinhozinho Malta, seguem sendo figurinhas cativas no álbum de memórias de muita gente até hoje (“Tô certo ou tô errado?”).
“As novelas tocam em temas que a sociedade brasileira, em geral, procura. E, nesse contexto, as boas histórias de amor são fundamentais”, destaca Mayara Magalhães, doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Pesquisadora de telenovelas, a cearense aponta que o público gosta de “histórias mais amenas”, o que não significa que enredos com discussões mais amplas não farão sucesso. “Os assuntos mais polêmicos podem estar presentes, mas de uma forma mais diluída”.Em 1965, quando Reginaldo Faria e Leila Diniz apareceram na tela em Ilusões Perdidas, primeira novela da Rede Globo, a história dos folhetins televisivos no Brasil começou a mudar. Nesses 50 anos de produção, já foram 289 novelas realizadas pela emissora, que se tornou referência internacional nesse formato de ficção. Em meio século, as novelas se modernizaram, se industrializaram e, de fato, passaram a fazer parte, de alguma forma, da vida dos brasileiros. Mas, afinal, por que essas histórias conquistaram tanto espaço no País?