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domingo, 28 de junho de 2015

NOVELAS.A REINVENÇÃO DO COTIDIANO LEVADA ÀS TELAS HÁ MAIS DE 50 ANOS.

Referência mundial no gênero, novelas da Rede Globo completam 50 anos de muitas histórias e personagens marcantes para a cultura brasileira. O POVO.dom relembra grandes sucessosA reinvenção do cotidiano levada às telas há mais de 50 anos
As telenovelas trouxeram novos membros para as famílias do País. Na mesa de jantar, os brasileiros sentaram ao lado de Carminha (“Me serve, vadia”). Na cozinha, dividiram o fogão com Dona Jura (“Não é brinquedo, não”). No escritório, trabalharam ao lado de Odete Roitman (“Quem matou?”). E, no espelho do quarto, viram refletida a careca de Perpétua desmascarada por Tieta (“Mistééério”). Em 50 anos de histórias, bordões e personagens, alguns clássicos, como o Sinhozinho Malta, seguem sendo figurinhas cativas no álbum de memórias de muita gente até hoje (“Tô certo ou tô errado?”).
 “As novelas tocam em temas que a sociedade brasileira, em geral, procura. E, nesse contexto, as boas histórias de amor são fundamentais”, destaca Mayara Magalhães, doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Pesquisadora de telenovelas, a cearense aponta que o público gosta de “histórias mais amenas”, o que não significa que enredos com discussões mais amplas não farão sucesso. “Os assuntos mais polêmicos podem estar presentes, mas de uma forma mais diluída”.Em 1965, quando Reginaldo Faria e Leila Diniz apareceram na tela em Ilusões Perdidas, primeira novela da Rede Globo, a história dos folhetins televisivos no Brasil começou a mudar. Nesses 50 anos de produção, já foram 289 novelas realizadas pela emissora, que se tornou referência internacional nesse formato de ficção. Em meio século, as novelas se modernizaram, se industrializaram e, de fato, passaram a fazer parte, de alguma forma, da vida dos brasileiros. Mas, afinal, por que essas histórias conquistaram tanto espaço no País?

Doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino Americana pela Universidade de São Paulo (USP), Mauro Alencar afirma que a fidelidade nacional conquistada pelas novelas tem como “ponto crucial” a inclusão nas tramas dos próprios conflitos da sociedade brasileira (e, por extensão, mundial) como base. “As novelas da Globo, a partir de 1970, foram acompanhando todos os aspectos e idiossincrasias do Brasil no preparo de sua argamassa artística. Consequentemente, o público também passou a se reconhecer diariamente por meio das novelas”, diz.
“Se a história for interessante e retratar bem a realidade, as pessoas acabam se tocando que muita coisa acontece mesmo na vida real”, afirma o dentista João Marcelo, 31, que diz acompanhar novelas desde criança. Para ele, títulos como Pedra sobre Pedra, Roque Santeiro e Que rei sou eu? são exemplos bem-sucedidos de produções televisivas. “Gosto mais de novelas que apostam em regionalismos, mas gostei muito de Avenida Brasil por retratar bem a corrupção e a malandragem”.

Previsíveis?Se, no passado, novelas como Selva de Pedra conquistavam altíssimos índices de audiência, os folhetins de hoje têm, cada vez mais, perdido público. Entre as explicações, o aumento de “janelas” (aqui incluindo TV por assinatura, Internet, Netflix) e a rejeição do público a novas tramas.
A funcionária pública Mirian Fontenele, 58, por exemplo, afirma preferir os modelos do passado. “Agora a novela está mais rápida, não dá para saber o nome de todo mundo e, se você perder um dia, já perde muito”, diz, criticando o ritmo das produções, que hoje são mais dinâmicas. Essa mudança, inclusive, tem sido uma tentativa de conquistar novos públicos, se aproximando mais dos filmes e séries de TV norte-americanas.
“A estrutura da novela inclui uma certa previsibilidade e as histórias têm que confirmar o que é esperado. O vilão tem que em algum momento se dar mal e a mocinha viver um amor, por exemplo”, diz a pesquisadora Mayara Magalhães, destacando a tentativa de inovação da atual Babilônia, “fracasso” de audiência.
Sucessos
 Roque Santeiro(1985)
Batendo recordes de audiência, a trama reunia tipos que caíram na graça do público, como Viúva Porcina e Sinhozinho Malta.
Vale Tudo (1989)Abordando discussões sobre corrupção, ética e conflitos familiares, a história trouxe também o mistério em torno da morte da vilã Odete Roitman.
Tieta (1989)Inspirada livremente do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, a novela fez sucesso ao apresentar uma forte protagonista feminina e destacar a região Nordeste.
O Clone (2001)Reunindo cultura árabe e discussão sobre clonagem humana, a trama influenciou a moda nas ruas e trouxe personagens cômicos, como a popular Dona Jura.
Avenida Brasil (2012)A vingança de Nina contra Carminha foi o eixo principal da trama que evidenciou a “nova classe C” e fez sucesso ao apostar na estética do cinema.  
Saiba mais
Além da GloboAs novelas no Brasil são anteriores à Rede Globo. Em 195,1 foi ao ar Sua Vida Me Pertence, a pioneira, que só teve quinze capítulos e foi exibida ao vivo pela TV Tupi. A partir de 1980, outra emissora que se destacou na produção de novelas foi a TV Manchete, com sucessos como Pantanal, A História de Ana Raio e Zé Trovão e Xica da Silva.
Apesar de produzir novelas próprias, o SBT conquistou o público exibindo produções latinas, principalmente os folhetins do México, a exemplo de Maria do Bairro e A Usurpadora.
Na última década, a Rede Record ganhou reconhecimento com novelas como Prova de amor e Caminhos do Coração e a atual Os Dez Mandamentos.Fonte:O povo online/tn

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