Homicídios dolosos cresceram 33% entre 2011 e 2012, e os gastos com segurança passam de R$ 1,4 bilhão
O assassinato de Bruce Cristian, 2010, chocou a população Foto: Viviane Pinheiro
O tema violência está na boca da população. Não há quem não reclame da insegurança e, por consequência, da falta de proatividade de um dos mais famosos (e também polêmicos) programas, o Ronda do Quarteirão. Completando cinco anos de implantação em fevereiro de 2013, os questionamentos seguem: qual o futuro do Ronda e como ele pode ajudar na paz social?
O desafio é tamanho. Prova disso são as crescentes estatísticas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os casos de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) aumentaram, por exemplo, em 33% entre os anos de 2011 e 2012, passando de 2.667 para 3.571 assassinatos. Movimento bem semelhante são os gastos com segurança pública. Em 2011, a verba ficou em R$ 964 milhões (4,88% do orçamento) e, em 2012, passou para R$1,4 bilhão, 7,51% do total.
Desde o início, o programa foi alvo de críticas: ora pelo alto valor dos veículos "Hilux", ora pelo fardamento de luxo, curto tempo de formação e os tantos outros tropeços. Durante o primeiro ano, o programa correu às mil maravilhas: os carros circulavam por toda a Capital satisfazendo a população. Já a partir de 2009, acidentes começaram a ganhar destaque e gerar questionamentos. Ações desastrosas e crises se aprofundaram.
Denúncias corriam mundo à fora. Desgastes. Hoje, com o descontrole da violência, até o próprio comandante geral da Polícia Militar do Ceará (PM-CE), Coronel Werisleik Matias, assume as fragilidades e ressalta que ainda há muito o que enfrentar.