
Delegacia Regional de Iguatu funciona em casa alugada, em condições precárias. No jardim, há mato crescido e depósito de motos apreendidas
FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Número de inspetores e escrivães é insuficiente em delegacias construídas pela atual gestão estadual em cidades de pequeno porte do Cariri
FOTO: ROBERTO CRISPIM
Juazeiro do Norte. Contingente deficitário, falta de equipamentos para realização de investigações, material de expediente insuficiente, policiais atuando como agentes carcerários, viaturas sucateadas, inquéritos empilhados em depósitos improvisados e procedimentos que deixam de ser realizados nos fins de semana por falta de pessoal. Essas são as principais demandas apresentadas pelos próprios profissionais do setor de segurança pública, atuantes nas delegacias de Polícia Civil no Interior do Estado do Ceará.
Os servidores ressaltam, ainda, a falta de estímulo e da condição de ascensão funcional por parte do Governo do Estado, defasagem salarial e necessidade imediata de realização de concurso público para contratação de novos inspetores, escrivães e delegados de polícia.
Na maioria das delegacias regionais, embora o número de servidores seja amplamente superior ao das delegacias municipais, onde há apenas um delegado, um escrivão e um ou dois inspetores, muitos dos procedimentos que deveriam ser realizados em benefício à população deixam de ser efetivados.
Boletins de Ocorrências só são confeccionados de segunda-feira a sexta-feira. Nos sábados e domingos, os procedimentos restringem-se a prisões em flagrante ou atendimentos de casos de extrema gravidade. Há, também, inúmeras reclamações de que os policiais, muitas vezes, deixam de realizar os procedimentos investigatórios para atuarem como "guardadores" de indivíduos que se encontram presos nas delegacias.
"O policial deixa de cumprir com a sua obrigação para cuidar de presos ou então de prédios públicos. A maioria dos inquéritos não solucionados pela Polícia Civil no Interior do Estado são resultados dessa situação. A Polícia Civil do Ceará passou oito anos abandonada pela atual gestão. A expectativa é de que o futuro governador possa resolver as pendências e melhorar nossa condição de trabalho", diz uma policial civil, que pediu para não ser identificada.