Fortaleza. Não é a à toa que é considerado como a "Universidade do Semiárido". Ao longo de seus 103 anos de existência, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) foi a instituição que se projetou, além de tornar possível a moradia numa região árida, com baixa pluviosidade e numa grande extensão com terras pobres para a agricultura e pecuária.
Açudes de grande porte, como o Orós , estão com suas reservas reduzidas devido à secaHoje, no entanto, é visível a exaustão de suas atividades: não há concurso público e faltam servidores, enquanto aumentam as demandas por reservatórios e projetos irrigados. Para piorar, são protelados os investimentos para manter e expandir a missão e as metas.
Diante dos novos desafios, o Dnocs vem sendo desafiado para uma urgente reestruturação. Na teoria, todos concordam: o Governo Federal, os parlamentares nordestinos e, naturalmente, o atual diretor-geral do órgão, Emerson Fernandes.
Vanguarda"A reestruturação deve acontecer para que sejam viabilizados os meios que deixem o Dnocs na vanguarda dos programas e projetos para o semiárido", afirmou o diretor-geral. Isso significa dizer, na sua opinião, que uma região com esse bioma e característica climática não deve ser apenas mais habitável de todo o mundo, mas, também, cada vez mais possível a convivência.
A prática, contudo, é que não tem havido grande aplicação dessa vontade. O último concurso público do Dnocs aconteceu há cinco anos e os quadros foram acrescidos de apenas 82 servidores. De caráter imediato, há a necessidade de mais 162 servidores, em termos oficiais, e mais de 500 (número não oficial). Muitas dessas vagas são para preenchimento das disponíveis por conta de aposentadoria de funcionários antigos.
Mais grave é a quantidade de recursos para a modernização. Neste ano, já constam do orçamento da União a liberação de R$ 23 milhões para que seja feita uma avaliação sobre o que o órgão precisa para otimizar seus equipamentos e projetos, com destaque para a integração das bacias do Projeto São Francisco. Embora não haja uma definição ainda, a perspectiva é que sejam precisos pelo menos R$ 200 milhões para a execução desses serviços. Os recursos seriam basicamente para a manutenção das barragens do entorno, envolvendo os estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Além disso, Emerson defende a aplicação de uma tecnologia para fazer o monitoramento à distância dos equipamentos, bem como o do acompanhamento no próprio campo.