Cientistas dizem ter descoberto uma nova pista genética sobre a reincidência de alguns cânceres de mama, o que pode levar a maior eficiência do tratamento.
Uma equipe de cientistas do Instituto Wellcome Trust Sanger de Cambridge, na Inglaterra, descobriu que os cânceres que reaparecem têm maior probabilidade de conter certos genes ou combinação de genes.
Segundo eles, a chave para o sucesso do tratamento está em atacar esses genes o mais cedo possível.
As conclusões do estudo estão sendo apresentadas no Congresso de Câncer Europeu em Viena, na Áustria.
Uma em cada cinco pessoas com câncer de mama voltam a ter a doença ─ ou no mesmo local do tumor original ou em outra parte do corpo.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais mata mulheres. São cerca de 50 mil novos casos por ano e 10 mil mortes.
Lucy Yates, oncologista do Instituto Sanger de Cambridge, e sua equipe analisaram dados de tumores de 1 mil pacientes com câncer incluindo 161 pessoas cuja doença voltou ou se espalhou (metástase).
Quando compararam os tumores primários e secundários, eles constataram que diferenças genéticas e outras mutações presentes em cânceres secundários são relativamente pouco comuns em tumores diagnosticados pela primeira vez.
Yates diz que as conclusões sugerem que o complemento de genes de câncer em alguns cânceres primários podem torná-los mais propensos a reaparecer no futuro, enquanto genes de câncer adicionais adquiridos após o diagnóstico podem provocar a reincidência da doença.