Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil
Um grupo de estudantes de arquitetura de universidades públicas brasileiras concorre a um prêmio concedido pela revista britânica Eleven Magazine, com um projeto para atender a demandas da população do Camboja que são bem familiares a parte dos brasileiros, especialmente na região Norte do país.
O trabalho foi produzido como projeto final de intercâmbio de dois estudantes, pelo Programa Ciência sem Fronteiras, na Universidade de Liverpool, na Inglaterra, e prevê a construção de módulos flutuantes e navegáveis para levar saúde, educação e pesquisa a comunidades que habitam o Tonle Sap, um lago no Camboja. Com mais de 2 mil quilômetros quadrados de extensão, o lago multiplica seu tamanho durante o período das monções, fortes chuvas que atingem o Sudeste da Ásia, o que desafia a construção de prédios em seu entorno e incentiva a adoção de estruturas capazes de boiar.
Da Universidade Federal de Viçosa, o estudante Humberto Amorim conta que o grupo se inspirou nas embarcações militares que atendem à população na Amazônia. Ele acredita que o trabalho poderia ser aproveitado no Brasil. "A gente gostou do tema porque é um lugar tropical, um lago grande e uma população carente. Poderia ser adaptado para regiões com rios enormes no Brasil. Os materiais teriam que ser diferentes, mas não haveria problema em substituir", conta ele, satisfeito pelo trabalho ter dado uma resposta "plausível e realista" a problemas sociais.