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domingo, 4 de outubro de 2015

PACIENTE TRANSPLANTADO HÁ 11 ANOS VIRA MÉDICO E FAZ TRANSPLANTES NO RIO GRANDE DO SUL.


Aos 18 anos, Pablo descobriu que tinha uma doença grave no coração.
Ele recebeu o órgão aos 23 anos, e hoje trabalha na equipe que o operou.

Isabel FerrariDa RBS TV

Pablo Mondin Py esperou durante 11 anos para receber um novo coração. Diagnosticado com uma doença grave aos 18 anos, quando se preparava para o vestibular de medicina, passou por dificuldades. Chegou a pesar 49 quilos. Mas o momento tão esperado chegou. Aos 23 anos, finalmente passou pelo transplante. Hoje, aos 34, vive normalmente, e ainda com um sonho realizado: tornou-se médico, atuando justamente com transplantes, como mostra a reportagem exibida pelo Fantástico (veja o vídeo).
Mas não é só isso. A vida ainda traria outra grande coincidência a Pablo. Ele passou a trabalhar na mesma equipe que o operou.
médico, rs, transplante (Foto: Reprodução/RBS TV)Depois de receber transplante de coração, Pablo se tornou médico (Foto: Reprodução/RBS TV)
Em Porto Alegre, onde nasceu, Pablo teve uma infância feliz ao lado da família e dos amigos. Porém, quando se preparava para iniciar os estudos para o vestibular de medicina, a vida normal de adolescente foi interrompida pela notícia dura.
"O Pablo estava no auge da juventude, da adolescência. Estava no terceiro ano do ensino médio, se preparando para o vestibular de medicina porque sempre quis ser médico. E foi quando ele descobriu essa doença dele tão grave, em que a única solução era o transplante", lembra a mãe, Rosaura Mondin.

Eu queria gritar no meio das ruas e dizer 'meu filho está precisando de um órgão'"
Mãe do Pablo
Foram cinco longos anos de espera, tanto para ele quanto para a família. "Eu queria gritar no meio das ruas e dizer 'meu filho está precisando de um órgão, meu filho tá precisando de uma doação'", recorda.
Quando a aflição terminou e Pablo foi operado, ganhando um novo coração, conseguiu dar continuidade aos seus planos. Se formou em medicina e fez residência em transplantes. Hoje, trabalha na área e é noivo de uma enfermeira. Depois de tudo o que passou, ele sabe bem o que é lidar com dificuldades e alegrias de tantos pacientes.
"Hoje eu faço parte do passado, do presente e do futuro dessa história. Do passado como paciente, no presente e no futuro pretendo seguir os passos deles", destaca Pablo.
"É muito emocionante, não deixa de ser emocionante. É algo que nos gartifica muito saber que tem um colega nosso que foi transplantado e tá prestando um grande serviço à cirurgia cardíaca", ressalta o médico Ivo Nersalla, que trabalha com Pablo há três anos. "Ele é [um talismã], e é um pouco filho de todos nós", completa a enfermeira e colega Lídia Lucas Lima.
A equipe da qual Pablo faz parte hoje já atendeu, em pouco mais de 40 anos de atuação, mais de 200 pacientes, de acordo com Nersalla. E um deles foi justamente o Pablo.
Essa experiência vivida por ele dá confiança e força para encorajar outras pessoas, e também para reforçar a importância da doação de órgãos.
Esse novo coração me deu a possibilidade de sonhar de novo e poder realizar esses sonhos"
Pablo
"A pessoa vai me levar a sério porque ela sabe que eu estou falando sério. Eu já passei por aquilo, eu sou a mensagem da esperança. Eu não estou simplesmente trazendo uma ideia. Estou trazendo uma realização. Eu sou a realização de aquilo pode dar certo", diz ele.
"Aprendam a doar os órgãos. Se vocês não doarem, e eu sei que isso acontece em um momento muito difícil em que a família está consternada com o acidente do filho, mas lembre-se do seguinte: se vocês doarem, a vida estará continuando", salienta Nersalla.
"Esse novo coração me deu a possibilidade de sonhar de novo e poder realizar esses sonhos. Hoje em dia eu posso devolver isso para outras pessoas, que é o mais importante", encerra Pablo.
Milhares de pessoas aguardam transplantes
A angústia da mãe e do próprio Pablo se repete Brasil afora. São milhares de pessoas na fila para receber um órgão de um doador anônimo. Uma espera que parece não ter fim. E, neste ano, essa espera pode ficar ainda mais longa.
"O número de transplantes diminuiu. Diminuiu um pouco nesse semestre o transplante de rim e o transplante de fígado, que são os transplantes mais feitos no país", explica o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Lúcio Pacheco.
No Brasil, para doar órgãos, é preciso que o paciente tenha diagnóstico de morte cerebral. Cada órgão tem um tempo máximo de preservação depois de retirado do corpo. É uma corrida contra o tempo. Mas, antes de tudo, a família precisa autorizar a doação. E é neste momento que 44% dos potenciais transplantes esbarram.
"Quase metade das pessoas que tem um parente com diagnóstico de morte cerebral e foram abordadas sobre doação de órgãos disseram não", afirma Lúcio Pecheco.

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