Homem passa as noites em cemitério de São Mateus do Sul, no Paraná.
Mulher se assustou e achou que havia mortos saindo dos caixões.
Um túmulo recém-construído no Cemitério Municipal de São Mateus do Sul, nos Campos Gerais do Paraná, há três meses virou moradia para o pedreiro desempregado Humberto José dos Santos, de 42 anos, conhecido como “Bahia”. Bem vivo, ele usa o espaço estreito do túmulo, onde geralmente ficam as capelas, para descansar. “Eu tenho um lençol para cobrir o chão, um travesseiro e uma colcha”, mostra. Depois de encenar como dorme, Bahia dobra e guarda as roupas de cama. Nas gavetas, ele deixa objetos pessoais, como uma mala em que esconde as ferramentas que usava no trabalho. “Tudo o que tenho, está aqui no 'meu túmulo'. Menos a certidão de nascimento, que ficou com um padre para eu não perder", conta. Ele garante que não teme dormir no cemitério. "Tenho mais medo das pessoas vivas do que das mortas. Esses dias eu apanhei e ainda estou com um olho roxo. Levaram um pouco de dinheiro", diz Bahia, que relata ainda que o local é habitado por mais dois moradores de rua.