São esperados para os 10 dias de devoção cerca de 1,5 milhão de fiéis vindos de diferentes cidades do Ceará e Estados do Nordeste. Pesquisa do Sebrae aponta que o gasto médio de cada romeiro fica em torno de R$ 100,00
FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES
Canindé. Começa na madrugada de amanhã, a Festa de São Francisco. A cidade espera atrair cerca de 1,5 milhão de romeiros de outros municípios cearenses e dos demais Estados do Nordeste. A concentração de fiéis movimenta a economia da cidade. O turismo religioso lidera a oferta de trabalho e renda no município. Diferentes segmentos atuam em torno da devoção, a começar pela denominação: Expresso São Francisco, Vinho Tinto São Francisco, Centro Educacional São Francisco, Farmácia São Francisco, entre outros.
Segundo pesquisa feita pelo Sebrae, cada romeiro deixa em média no comércio R$ 100. Isso representa um aporte de R$ 150 milhões na economia da região durante os 10 dias de programação. De acordo com o vendedor de artigos religiosos Fernando PIPI, tudo que se coloca para vender, o romeiro compra. "Essa festa, é o nosso maior inverno'', comemora.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas - CDL de Canindé, Paulo Magalhães Filho, lembra que, a cada dia, o romeiro compra mais. "Ele não deixa de levar lembranças para os familiares. O comércio de Canindé vende durante a festa e depois, quando os canindeenses aproveitam para fazer suas compras com os recursos adquiridos durante os dez dias'', observa Paulo Magalhães.
O pároco e reitor do Santuário, frei João Amilton dos Santos, considera Canindé a "Assis Brasileira", numa comparação à cidade natal de São Francisco, na Itália. Não importa o dia e o horário, há sempre movimento de devotos e visitantes dentro, ao redor e nas ruas que circulam a Basílica. "A humildade dessas pessoas é percebida nas roupas, na fala enrolada do sertanejo e no trabalho que desenvolvem. Quase todos são sertanejos e agricultores'', observa frei Amilton.
Este ano, o Conselho Paroquial de Pastoral definiu o tema: "São Francisco: caminho de esperança para Cristo", numa forma de criar uma reflexão entre os participantes das festividades em virtude do alto índice de violência contra o ser humano, bem como as agressões à fauna e à flora.