O bairro de Copacabana, principal destino da maior parte dos turistas que chegam ao Rio de Janeiro, preparou-se para receber a Copa do Mundo em ritmo de festa e protesto. Pelas ruas, o verde e amarelo da bandeira nacional misturou-se ao azul e branco da Polícia Militar e ao preto usado pelos manifestantes anti-Copa.
Um protesto marcado pela Frente Independente Popular (FIP), a partir da estação do metrô Cardeal Arcoverde, levou a um reforço considerável do esquema de segurança montado no bairro, onde ocorre a Fifa Fan Fest, na beira da praia, já na altura da Praia do Leme.
Temendo que os manifestantes tentassem chegar próximo do evento, dezenas de viaturas policiais estacionaram ao longo da avenida Atlântica, formando uma verdadeira barreira de proteção.
Em todas as esquinas, grupos de PMs estiveram de prontidão, para intervir, caso necessário. Do lado de fora da Fifa Fan Fest, um espaço de 42 mil metros quadrados com capacidade para 20 mil pessoas por dia, uma longa fila de torcedores se formou logo que o espaço foi aberto, ao meio-dia.
Brasília
No Distrito Federal, terminou com duas pessoas detidas e levadas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) a manifestação contra a Copa em Taguatinga. Depois de terem sido impedidos de se aproximar da Fifa Fan Fest na cidade, os manifestantes foram até a estação de metrô da praça do Relógio, na tentativa de fazer um catracaço – quando os usuários pulam as catracas e entram nos trens sem pagar.
Cerca de dez manifestantes conseguiram pular e outros entraram na estação antes de ela ser fechada. A Polícia Militar (PM) chegou rapidamente à estação e impediu que mais pessoas pulassem as catracas. Houve um princípio de tumulto, rapidamente dispersado.
Antes, quando o grupo tentou se aproximar da Fan Fest, espaço montado pela Fifa para recepcionar torcedores com telões para exibição de jogos, os policiais montaram um cordão de isolamento e chegaram a usar spray de pimenta contra os manifestantes. Um dos jovens detidos usava máscara, que foi arrancada por policiais.
De acordo com a PM, os manifestantes foram presos por incitação à violência e desobediência. A advogada Érika Medeiros, que acompanhava a manifestação, denunciou que foi agredida por policiais quando tentava prestar assistência jurídica aos detidos.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, quatro pessoas foram detidas por depredação do patrimônio, de acordo com a polícia. Além disso, segundo a polícia, duas delas portavam duas facas, e duas, socos-ingleses.
Já os manifestantes alegam que o ato foi pacífico. "A gente começou a se aproximar do relógio da Copa e, quando a gente estava próximo, a polícia atirou bala de borracha e bomba de efeito moral”, contou o integrante da Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte, Pedro Rocha.
De acordo com o ativista, a “força desproporcional da polícia acabou gerando certo descontrole, e as pessoas começaram a revidar com pedras”. Ele avalia que “o que a PM fez foi novamente usar da sua força e da violência legitimada para dispersar a manifestação”.