O Brasil é ouro nas argolas. Na final olímpica, na Arena de North Greenwich, Arthur Zanetti surpreendeu na manhã desta segunda-feira, atingiu pontuação bastante alta (15.900 pontos) e desbancou o favorito chinês Chen Yibing, dono de quatro títulos mundiais e do ouro olímpico nas argolas e por equipe em Pequim. Este é o segundo ouro do país nos Jogos de Londres. O primeiro foi conquistado por Sarah Menezes, do judô, no primeiro dia das Olimpíadas.
- Quando vi a nota do chinês, vi que tinha sido alta, mas que não era impossível (atingir). E como já vinha trabalho nessa série desde março, estava muito seguro. Estou muito satisfeito com essa medalha inédita - vibrou o ginasta de 22 anos, de São Caetano do Sul.
Zanetti foi o último a competir. Enquanto o brasileiro executava com maestria seus movimentos, o chinês, que liderava até então, assistia atentamente ao lado, esperando pela confirmação de seu ouro. Porém, quando a nota saiu, uma surpresa. O brasileiro, com 100 pontos a mais, era o novo campeão olímpico, para surpresa de todos.
- Não me senti intimidado pelo ginásio lotado. Na verdade, só estava concentrado em me manter aquecido, nem percebi que estava cheio. Só depois que acabou é que fui olhar e agradecer os brasileiros por terem vindo torcer por mim - contou, já com a medalha no peito. - Claro que tive uns momentos em que me senti nervoso, mas conseguia me controlar. Dormi bem, coisa que não consegui antes do Mundial, que foi minha primeira competição internacional.
A medalha é a primeira do Brasil na ginástica artística na história das Olimpíadas.
- Eu espero que essa medalha seja um divisor de águas para a ginástica brasileira. Quero estar na Rio-2016, mas com a equipe completa - disse, lembrando que o Brasil nunca classificou a equipe no masculino.
Nas eliminatórias, Zanetti já tinha feito uma boa apresentação. Acabou com a quarta maior nota ao somar 15.616. À sua frente, apenas Chen, com 15.858, o italiano Matteo Morandi, com 15.766, e o russo Aleksandr Balandin, com 15.666. Na final, o ginasta da Itália completou o pódio, levando o bronze.
Brasileiro foi vice mundial em 2011
Arthur Zanetti começou sua trajetória na ginástica artística com apenas sete anos, no clube SERC Santa Maria, em São Caetano do Sul, onde treina até hoje. Seu pai, Arquimedes, construiu os primeiros aparelhos para o jovem Arthur treinar, graças ao incentivo de um professor de educação física, que viu em Zanetti características físicas adequadas para a prática do esporte.
Desde o início, Zanetti se tornou especialista na prova de argolas, sendo campeão nacional infantil em 2004, juvenil em 2005 e o primeiro ginasta brasileiro finalista da categoria no Campeonato Mundial, com um quarto lugar, em 2009. Sua primeira medalha em competições adultas veio no Pan-americano de Guadalajara, quando conquistou a prata nas argolas e o inédito ouro por equipes.
O primeiro medalhista olímpico da história da ginástica artística brasileira chegou a pensar em desistir da carreira, por se considerar um atleta especializado demais. Das seis categorias do esporte, ele domina apenas a argola. Zanetti enfrentou ainda três lesões em 2003, 2005 e 2010, quando precisou operar o ombro. Quatro meses depois, já estava de volta aos treimentos.
A vaga em Londres veio com mais uma prata, no mundial pré-olímpico, em 2011. No mesmo ano conquistou seu primeiro ouro, na Universíade, disputada na China. Poucos meses depois, confirmou sua presença entre os melhores do mundo com a prata no mundial. O ouro ficou com o campeão olímpico em Pequim e tricampeão mundial Chen Yibing, segundo lugar em Londres.
fonte:globo esporte/jardim das oliveira
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