Maria do Carmo Nascimento diz que Dino grita 'mãe' quando fica sozinho.
Uma dona de casa de Batatais (SP) adotou há sete meses um carneiro como animal de estimação. Dino, como foi batizado o animal, bebe suco e água na mamadeira, passeia de coleira como se fosse um cachorro e não gosta que Maria do Carmo Nascimento o deixe sozinho. "Ele grita mãe se eu estou em outro lugar", conta.
Maria mora com um filho e com os pais dela em uma casa. Segundo ela, Dino leva uma vida de rei no lugar. "Ele é bom de garfo, come arroz, feijão, couve, cenoura", ri. O carneiro da raça Santa Inês é tratado como criança pela dona e dorme no quarto com a cadelinha Bibi. "Se não for ao lado da Bibi, ele não dorme. Eles entram no quarto, eu fecho os dois e eles dormem a noite inteira, não fazem barulho", diz.
A dona de casa sofre de depressão e encontrou no carneiro uma alegria para enfrentar o problema. "É como se ele fosse um filho, me faz muito bem. Eu converso com ele e ele me dá carinho, coisa que eu não tenho de ninguém", avalia.Dino é tratado com filho pela dona de casa e também recebe bronca da 'mãe', que o considera indisciplinado por causa da sujeira que faz. "Ele tem um cantinho dele e eu troco a roupa de cama todos os dias porque ele é porco", conta.
A relação dos dois enfrenta dificuldades até dentro da própria casa. Segundo Maria, a família não aceita a presença do carneiro. "Dentro da minha casa, ninguém gosta dele. Nem meu filho, nem meu pai e nem a minha mãe. Eu vou continuar com ele até a quando eu tiver a oportunidade de levar ele para outro lugar", diz.
Vizinhos aprovam
Todas as manhãs, com uma coleira improvisada, Dino sai pra passear. Alguns vizinhos já se acostumaram com a presença do animal inusitado pelas ruas do bairro. "Eu acho que logo ele vai começar a latir porque ele anda junto com os cachorros. É diferente. Já me acostumei, vejo ele todos os dias", comentou a dona de casa Maria da Conceição.
Todas as manhãs, com uma coleira improvisada, Dino sai pra passear. Alguns vizinhos já se acostumaram com a presença do animal inusitado pelas ruas do bairro. "Eu acho que logo ele vai começar a latir porque ele anda junto com os cachorros. É diferente. Já me acostumei, vejo ele todos os dias", comentou a dona de casa Maria da Conceição.
O vendedor Olavo Silva Filho brinca com a situação. "É inusitado. Isso aí [o carneiro] é bom bem assado, com um cervejinha. É brincadeira, ele é uma criatura muito dócil", diz.
Para o engenheiro agrônomo Antônio Fernandes Videira Júnior, a relação mostra que nada é impossível. "É interessante e isso prova uma coisa: que o amor vence qualquer circunstância."
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