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quinta-feira, 30 de maio de 2013

APÓS ALTA SOBREVIVENTE DA KISS É RECEBIDA COM FESTA EM CASCA,RS.


Cristina Peiter, 24 anos, ficou mais de quatro meses internada.
Incêndio na casa noturna em 27 de janeiro deixou 242 mortos.

Do G1 RS, em Casca

Cristina Peiter recebeu alta na quarta-feira (Foto: Reprodução/RBS TV)Cristina Peiter recebeu alta na quarta-feira (Foto: Reprodução/RBS TV)
Após mais de quatro meses de internação em Porto Alegre, a estudante Cristina Peiter, 24 anos, recebeu o carinho da família, de amigos e até de desconhecidos na volta para casa em Casca, na Região Norte do Rio Grande do Sul. Centenas de moradores se reuniram na quarta-feira (29) para a chegada da jovem, sobrevivente do incêndio que matou 242 pessoas na boate Kiss em Santa Maria. Duas pessoas seguem internadas na capital.
Faixas e cartazes mostravam mensagens de apoio à estudante de engenharia florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). "A gente sabia que iriam fazer uma recepção, mas eu nunca imaginei que ia ser nessa proporção, não poderia ser melhor", disse Cristina, emocionada.
Para os pais da jovem, de 24 anos, a felicidade de leva-la  para casa só se compara ao nascimento de um filho. "É o dia mais feliz das nossas vidas", comemora Nilva Peiter. A jovem pretende viajar em breve a Santa Maria para visitar a Associação de Familiares das vítimas da Boate Kiss. Com a recuperação, Cristina volta agora a planejar a festa de formatura.
Na quarta-feira, além de Cristina, o jovem Marcos Belinazzo Tomazetti também deixou o Hospital de Clínicas. Seguem internados na capital gaúcha Renata Pase Ravanello e Ritchieli Pedroso Lucas. Nesta semana, Cristina contou ao G1 como foi sua recuperação ao longo de mais de quatro meses de internação e falou dos planos para o futuro. Ela teve 22% do corpo queimado, entre braços, ombros e costas. “Estou bem. Com um pouco de medo, insegura, mas tranquila”.

Jovem decidiu ir à festa na Kiss na última hora
Cristina Peiter estuda engenharia florestal (Foto: Arquivo Pessoal)Cristina Peiter estuda engenharia florestal
(Foto: Arquivo Pessoal)
No dia da tragédia, Cristina foi para a festa na Kiss de última hora. Ela estudava na cidade e dividia apartamento com o irmão. Já na casa noturna, encontraram um grupo de amigos. Um deles morreu durante o tumulto. “Vi a saída, mas não consegui chegar. Desmaiei lá dentro. Lembro que acordei fora e comecei a gritar, estava desesperada de dor. Me colocaram em um carro, acho que era da Brigada Militar, e me levaram para o hospital. Fui desacordada", recorda.
Quando a jovem acordou, já estava no hospital. "Estava uma confusão, ninguém sabia o que fazer. Pedi para uma pessoa ajudar a pegar meu celular e liguei para o meu irmão. Quando ele chegou, conseguiu ajuda para mim. Depois disso, só acordei na CTI de Porto Alegre”, lembra
Com cicatrizes e marcas no corpo, a vaidade é um dos temas mais sensíveis para a jovem. “Tenho medo que as pessoas me vejam com pena. Mas não quero que sintam pena de mim, estou bem. O que vai ficar são as marcas, isso não tem como não ficar”, emociona-se. “O que eu mais quero é voltar para casa, ficar com meus pais, aproveitar todo mundo. Tudo vai mudar. São provas que a gente precisa passar”, completa.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados
Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruída
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