Argentino Jorge Mario Bergoglio é um jesuíta austero, de tendência moderada e que leva uma vida discreta
Papa Francisco foi escolhido para suceder Bento 16Felippo Monteforte/AFP/Arquivo
Jorge Mario Bergoglio nasceu no dia 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, e foi eleito para suceder o papa Bento 16. Trata-se de um jesuíta austero, de tendência moderada e que leva uma vida discreta. Sua designação para ocupar o trono de São Pedro é a primeira de um americano para dirigir a Igreja Católica, que também jamais esteve a cargo de um representante da Companhia de Jesus.
Jorge Mario Bergoglio nasceu no dia 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, e foi eleito para suceder o papa Bento 16. Trata-se de um jesuíta austero, de tendência moderada e que leva uma vida discreta. Sua designação para ocupar o trono de São Pedro é a primeira de um americano para dirigir a Igreja Católica, que também jamais esteve a cargo de um representante da Companhia de Jesus.
Arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, o papa Francisco é um homem tímido e de poucas palavras e que goza de um grande prestígio entre seus seguidores que apreciam sua total disponibilidade e sua forma de vida, afastada de qualquer ostentação.
Bergoglio nasceu no seio de uma família modesta da capital argentina, filho de um funcionário ferroviário de origem piemontesa e de uma dona de casa. Frequentou a escola pública, onde se formou como técnico de química, e aos 22 anos se uniu à Companhia de Jesus, onde obteve uma licenciatura em Filosofia.
Depois de entrar para o ensino privado, começou seus estudos de Teologia e foi ordenado sacerdote em 1969. Aos 36 anos foi designado responsável nacional dos jesuítas argentinos, cargo que desempenhou durante seis anos.
Foi nos anos difíceis da ditadura argentina (1976-83) que Bergoglio precisou manter a qualquer custo a unidade do movimento jesuíta - invadido pela Teologia da Libertação - sob o lema de "manter a não politização da Companhia de Jesus", segundo seu porta-voz Guillermo Marcó.
Depois, viajou à Alemanha para obter seu doutorado e em seu retorno retomou a atividade pastoral como simples sacerdote de província na cidade de Mendoza (1.100 km a oeste de Buenos Aires).
Em maio de 1992, João Paulo 2º o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires e começou a escalar rapidamente a hierarquia católica da capital: foi vigário episcopal em julho deste ano, vigário-geral em 1993 e arcebispo coadjutor com direito de sucessão em 1998.
Converteu-se posteriormente no primeiro jesuíta primaz da Argentina e, em fevereiro de 2001, vestiu finalmente a púrpura de cardeal. Bergoglio, aliás, figurou entre os mais votados no conclave de 2005, que elegeu Joseph Ratzinger como sucessor de João Paulo 2º.
O arcebispo goza de prestígio geral por seus dotes intelectuais e dentro do Episcopado argentino é considerado um moderado, a meio caminho entre os prelados mais conservadores e a minoria progressista.
Conservadorismo
Em um país de maioria católica, se opôs de forma tenaz em 2010 à aprovação da lei que consagrou o casamento homossexual, a primeira na América Latina. "Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus", disse Bergoglio pouco antes da sanção da lei.
Também se opôs a uma mais recente lei de identidade de gênero que autorizou travestis e transsexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.
Estas duas iniciativas esfriaram as relações entre a Igreja argentina e a presidente Cristina Kirchner, embora a presidente, que se declara cristã, seja contrária à legalização do aborto.
Apesar de sua meteórica carreira na hierarquia católica, continua sendo um homem muito humilde. Sua rotina começa às 4h30 e termina às 21h.
É um grande leitor dos escritores argentinos Jorge Luis Borges e Leopoldo Marechal e do russo Fiodor Dostoievsky, amante da ópera e torcedor do time de futebol San Lorenzo, curiosamente fundado por um sacerdote.fonte:FPA/jardim das oliveiras camocim ceara
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