Com um gol de falta de Pio, Belo quebra a invencibilidade do Cacique do Vale e segue com chances de chegar ao mata-mata da Copa do Nordeste
O Botafogo-PB lutou, pressionou, teve paciência e, na jogada mais previsível que tem, chegou à vitória contra o Guarany de Sobral, na tarde deste domingo, no Almeidão. A vitória por 1 a 0, com um gol de falta de Pio, manteve o time paraibano na luta pela classificação para as quartas de final da Copa do Nordeste. Já os cearenses, ainda líderes do Grupo D, seguem precisando de mais um empate para também garantir a vaga.
Para se classificar sem depender de nenhum resultado, o Belo ainda precisa vencer os dois jogos que tem pela frente - o Náutico, na terça-feira, também no Almeidão; e o Sport, quinta-feira, na Ilha do Retiro. O Cacique do Vale, por sua vez, encerra a participação na primeira fase contra o Náutico, na quinta-feira, jogando em Sobral.
Belo domina, mas quem brilha é André Zuba
A necessidade dos dois times deu a tônica na primeira etapa. Precisando da vitória a todo custo, o Botafogo foi para cima, pressionou e transformou o goleiro André Zuba no grande nome dos primeiros 45 minutos. Já o Guarany, que só precisava do empate para garantir a vaga na segunda fase por antecipação, ficou atrás na espera dos contra-ataques.
O técnico botafoguense Marcelo Vilar tentou surpreender já na escalação, começando com Toninho no lugar de Ferreira. Não deu certo. O garoto não conseguiu abrir as jogadas pela direita, e o Belo teve que recorrer às velhas armas: as bolas paradas de Pio.
Talvez sem conhecer o poderio do camisa 7, o Guarany abusou em fazer faltas próximo à area. Em pelo menos duas delas, quase que o time paraibano abria o placar - um que Pio tentou direto, aos 29 minutos, e outra que Rafael Aidar chegou a mandar para as redes, aos 44, mas em posição de impedimento.
Se as bolas paradas não surtiram efeito, o Belo também tentou o gol costurando a defesa adversária. Para isso, contou com mais uma tarde inspirada do meia Lenílson e do atacante Frontini. E só não saiu vencendo no primeiro tempo porque o goleiro André Zuba levou a melhor sobre a dupla, em três lindas defesas.
Já o Guarany de Sobral teve poucas chances de chegar ao gol. Numa delas, Márcio Tarrafas mandou de fora da área, para grande defesa de Genivaldo. O esperado contra-ataque só veio aos 48 minutos, quando Tiago Fúrlan quase abriu o placar. Toninho salvou na hora certa. Esse, aliás, foi o último lance do primeiro tempo. O juiz alagoano Francisco Carlos Nascimento não deixou nem o time cearense cobrar o escanteio.
Mais pressão e gol na 'velha arma'
O Botafogo voltou para o segundo tempo com Doda (livre da suspensão de quatro jogos imposta pelo STJD) no lugar de Toninho. Ao mesmo tempo que ganhou mais poder de criação, também deixou a avenida aberta pelo lado direito.
E foi por ali que o Guarany esteve perto de abrir o placar em dois lances seguidos, com Gugu (que tinha acabado de entrar), e depois com Tiago Fúrlan, num raro momento de pressão do time cearense.
Mas logo o jogo voltou aos domínios do Botafogo. Ainda mais quando Warley entrou no lugar de Rafael Aidar. O W20 incendiou o jogo, chamando para si a responsabilidade. Tentou de fora da área, num chute que passou perto. E depois, quase marcou num escanteio cobrado por doda, em que chegou alguns segundos atrasados na risca da pequena área.
A pressão era cada vez maior. A ponto de transformar o goleiro André Zuba no grande nome da partida. E nem mesmo a entrada de Cleo Paraense, que vestia pela primeira vez a camisa alvinegra, fez com que o Botafogo conseguisse abrir as jogadas pela ponta. Pelo contrário. O time insistiu nas bolas levantadas, onde quase sempre a defesa do Guarany levava vantagem.
Lembra das velhas armas do Botafogo? Pois é, foi na bola parada que o jogo foi decidido. Numa falta cobrada duas vezes, o Belo chegou ao gol aos 36 minutos. Na primeira cobrança, Frontini acertou a bareira, mas o juiz mandou voltar e ainda deu cartão amarelo para Tiago Fúrlan por ter se adiantado à cobrança.
Aí coube a Pio pedir a bola. E com categoria, mandou uma cobrança certeira. Desta vez, André Zuba nada pôde fazer. Era o gol que o Botafogo tantou procurou, e que fez a torcida no Almeidão entoar o grito de "Eu acredito".
O gol desarmou a retranca do Guarany. E deu ao Botafogo algo raro - espço para atacar. Cleo Paraense achou Warley na área... Quase o segundo.
Não precisava mais. A festa já tomava conta do Almeidão. Daí para frente, foi só segurar o placar para continuar na briga pela classificação do Grupo D da Copa do Nordeste. Já o Guarany segue em busca do pontinho para chegar às quartas de finais
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