Médico afirmou que lesões podem ter sido causadas por óleo de avião, diz ela.
Ao todo, 13 vítimas que tiveram ferimentos após sessão em Jataí, GO.
Uma das 13 mulheres que se queimaram durante uma sessão de bronzeamento em Jataí, no sudoeste de Goiás, a dona de casa Míriam Castro, de 33 anos, vai se recuperando aos poucos das lesões que sofreu. Internada no Hospital de Queimaduras de Goiânia, ela teve, segundo os médicos, 75% do corpo atingido e lembra com angústia dos ferimentos. "Não conseguia sentar de tanto que estava ardendo. Estava pegando fogo e dando muita febre", recorda.
Hoje, quase duas semanas após o incidente, ela já se sente melhor. Ela foi uma das duas vítimas que ficaram internadas em estado grave. De acordo com a dona de casa, somente o rosto e os pés não ficaram com queimaduras. "Agora estou bem, em vista do primeiro dia, que sentia muita dor. Não podia nem dormir, chorava a noite", afirma.
Mírian disse que já participava das sessões no esmo local há muito tempo. Porém, no dia em que o incidente ocorreu, ela lembra que a dona do salão aplicou um produto diferente nela e nas outras mulheres.
"Daquela vez que ela fez o bronzeamento com a gente, ela jogou um produto que estava no borrifador. O lugar que mais queimou foi onde ela jogou. Dizendo ela que é óleo de coco com canela, mas o doutor falou que pela gravidade não deve ser não. Deve ser óleo de avião ou folha de figo", revela.
A mulher chegou a receber atendimento emJataí, mas por causa dos ferimentos foi transferida para a capital. Quando sair do hospital, ela ainda terá que usar uma roupa própria para não pegar sol nem luz muito forte por um ano. Além disso, terá que ir regularmente à clínica para fazer o tratamento.
"Fica o alerta. Tem hora que você pensa que tomar sol não vai fazer nada, mas acaba fazendo. Jamais eu imaginei que ia ficar queimada por tomar sol", lamenta.
Bronzeamento
Nas sessões onde Mírian e as outras doze mulheres se queimaram, o produto era passado no corpo das clientes que, em seguida, ficavam expostas ao sol. A outra vítima que teve ferimentos graves, Monalisa Lombardi, de 19 anos, teve alta nesta tarde.
Nas sessões onde Mírian e as outras doze mulheres se queimaram, o produto era passado no corpo das clientes que, em seguida, ficavam expostas ao sol. A outra vítima que teve ferimentos graves, Monalisa Lombardi, de 19 anos, teve alta nesta tarde.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional Goiás (SBD-GO), a entidade não recomenda quaisquer formas de bronzeamento artificial ou natural, incluindo aqueles em que a pessoa se expõe ao sol utilizando fórmulas caseiras sem devida proteção. “Danos irreversíveis podem acontecer, entre eles a fotodermatose, reações alérgicas e até câncer da pele” afirma, em nota, a SBD-GO.
Investigação
O delegado responsável por investigar o caso, João Paulo Sorigotti da Silva, informou que seis vítimas já foram ouvidas e as demais ainda serão convocadas para esclarecimentos. “Se trata de uma fatalidade, foi algo lamentável, mas não houve má fé por parte da dona do salão. Essa é a impressão da polícia por enquanto. De qualquer forma, preciso dos laudos periciais para comprovar se foi exatamente isso o que aconteceu”, explicou.
O delegado responsável por investigar o caso, João Paulo Sorigotti da Silva, informou que seis vítimas já foram ouvidas e as demais ainda serão convocadas para esclarecimentos. “Se trata de uma fatalidade, foi algo lamentável, mas não houve má fé por parte da dona do salão. Essa é a impressão da polícia por enquanto. De qualquer forma, preciso dos laudos periciais para comprovar se foi exatamente isso o que aconteceu”, explicou.
A dona do salão prestou depoimento na manhã de quarta-feira (12) e confirmou que usou uma mistura de óleo de coco e canela para as sessões de bronzeamento. O advogado dela entregou à polícia os frascos dos produtos que teriam provocado os ferimentos. Ela não quis falar com a imprensa.
A defesa da dona do salão também entregou ao delegado alguns recibos que comprovam que a mulher pagou consultas médicas e remédios para as vítimas. Esses documentos foram anexados ao inquérito, que trata o caso como lesão corporal grave com dolo eventual. "Por enquanto, não há a necessidade de um pedido de prisão, desde que ela não continue a fazer o bronzeamento", ressaltou Sorigotti
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