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domingo, 20 de abril de 2014

" É A MARCA DO BRASIL QUE ESTARÁ NA COPA".

3porquatro - Por Anna Ruth Dantas
A professora sulafricana Ilse Struweg esteve no Brasil para ministrar palestras sobre a experiência da África do Sul com a Copa do Mundo. Situação, como ela mesmo constatou, semelhante a do Brasil. Segundo a docente, faltando um mês para a Copa, no seu país ainda havia um grande contingente de pessoas desacreditadas do evento. Situação revertida com a própria realização da Copa do Mundo.
João Maria AlvesA professora  sul-africana Ilse Struweg, da Monash University South Africa é Chefe da Escola de Economia e Administração da Monash South AfricaA professora sul-africana Ilse Struweg, da Monash University South Africa é Chefe da Escola de Economia e Administração da Monash South Africa

Ilse Struweg comunga da opinião de um novo momento trazido para o país a partir do mundial de futebol. Durante o evento a professora realizou uma pesquisa de marketing e constatou que a mobilização e envolvimento da população local com a Copa é o ponto de partida para a consolidação de uma marca. “A intenção era colocar os cidadãos fazendo parte daquele grande evento. Foram ações das pessoas feitas em torno da Copa”, explica a professora sobre o seu trabalho realizado durante o evento.
Ela enalteceu também ações de marketing feitas usando não marcas de empresas, mas apenas a bandeira da África do Sul. 
“É muito interessante e importante envolver as pessoas porque é a marca do país que estará no evento. O grande valor que a população tem é mostrar essa marca. E isso vale para o Brasil. Precisa mostrar a marca do país”, destacou a professora, que esteve em Natal para participar de evento promovido pela Universidade Potiguar.
O 3 por 4 de hoje traz o testemunho da professora sobre a Copa e mostra os debates que ocorreram na fase pré-evento e o resultado do mundial.


A Copa ocorrerá no Brasil daqui a menos de dois meses, mas ainda há muitos brasileiros receosos dos reais efeitos desse evento. O que a senhora tem a dizer para essas pessoas?
É normal esse tipo de pensamento, sentir medo da Copa. Pessoas na África achavam que a Copa seria ruim e faziam comparação com o que o nosso país vivia, como educação, saúde. Eu entendo o receio, a gente se sentiu assim quando a Copa estava para acontecer. 

Surgiram informações no país de que na África do Sul estaria prestes a demolir estádios, que foram construídos para Copa, devido os altos custos de manutenção. Procede essa informação?
Não. Alguns estádios estão sendo mais usados do que outros. Mas todos os estádios construídos estão de pé. Claro que alguns estão mais em uso do que em outros. 

Compensou para África do Sul o alto custo da Copa do Mundo?
Depende da forma como você vê. Algumas pessoas acham que não compensou, outras pessoas acham que valeu a pena. Eu penso que essa resposta você só pode responder dependendo da forma como você vê o caso. Não necessário um lado está certo e outro está errado. Nem todos acham que foi uma experiência boa. Tem gente que pensa que foi um desperdício de dinheiro porque continuamos com carência de educação, saúde. Mas muitos vêem que foi uma porta que se abriu, há gente que vê os benefícios maiores do que os malefícios. 

A senhora é defensora de qual das correntes?
A corrente positiva, claro. Houve um novo momento para infraestrutura do nosso país, para o turismo. Foram vantagens que chegaram para o nosso país. Empurrou a África do Sul para cima. Tivemos estradas construídas e novas infraestruturas de turismo. Acredito que foi o primeiro passo para se tornar um país de primeiro mundo.

O Brasil vive uma realidade de carência de saúde, educação. Será que o Brasil segue o mesmo modelo da África do Sul, do alto custo da Copa se pagar a partir do legado?
Eu lembro do que ocorreu na África do Sul. Pessoas pessimistas argumentavam exatamente com esses fatos. Mas hoje eu vejo que tudo valeu a pena. No caso do Brasil tenho certeza como vai valer a pena porque o país que sedia uma Copa do Mundo se torna visto no mundo inteiro. Todos ficam de olho no país que está sediando. Um mês antes da realização do mundial as pessoas ainda estavam pessimistas para realização da Copa, mas depois todos se uniram e fez acontecer o evento.

A Fifa vem sendo antipatizada no Brasil por algumas posições. Qual a visão que a senhora tem da Fifa?
A Fifa, de fato, tem muitas regras. Ela chegou lá e disse tudo que tinha que ser feito e ponto final. Jogaram as regras que todos tinham que cumprir. Eles fizeram uma imposição e as pessoas do nosso país achavam que não conseguiriam ser cumpridas todas as exigências da Fifa.

A senhora em Natal, fez as vezes de embaixadora da Copa do Mundo, já que veio relatar experiência da África do Sul. Qual a preocupação da senhora nessas palestras?
Eu preciso ser honesta sobre a expectativa gerada em torno da Copa. Porque a rede de ensino onde trabalho, a Laureate, trouxe essa oportunidade para eu vir ao Brasil e relatar o que ocorre no meu país com a Copa do Mundo. Eu fiquei impressionada com o interesse por essa minha visita. Mas sei que o tema da Copa do Mundo tem muito a ver com a realidade que o Brasil está vivendo. Durante a Copa do Mundo na África do Sul eu fiz uma pesquisa de marketing.

A senhora fez uma pesquisa de marketing e o que concluiu nesse estudo realizado durante a Copa do Mundo na África do Sul?
Foi um estudo de como as pessoas locais, os residentes, se planejaram para África do Sul como uma marca. A intenção era colocar os cidadãos fazendo parte daquele grande evento. Foram ações das pessoas feitas em torno da Copa.

E o que a senhora percebeu sobre esse envolvimento das pessoas locais com o evento?
Depende do tamanho da cidade. O envolvimento varia de acordo pelo tamanho da cidade. O que eu percebi foi que muitos tinham o envolvimento, mas nem todos faziam ações pelas suas limitações de dinheiro mesmo. É a relação do envolvimento com ação, porque nem todos tinham dinheiro para ir aos estádios, comprar os ingressos, os produtos envolvidos na Copa. É muito interessante e importante envolver as pessoas porque é a marca do país que estará no evento. O grande valor que a população tem é mostrar essa marca. E isso vale para o Brasil. Precisa mostrar a marca do país.

Qual o fator que envolve mais em torno do evento?
Todos foram importantes para o evento e envolver a população. Foram diversas ações. As pessoas se sentiram importantes para realização do evento. Envolvimento com objetivos também. Todos tinham vuvuzelas (objeto responsável pelo som dos torcedores). São objetos que mostram o envolvimento das pessoas. O principal fator de marketing é envolver todas as pessoas no evento. Na universidade onde eu trabalho as pessoas distribuíram camisetas da África do Sul. No país foram distribuídas como uma capa de retrovisor com a bandeira do nosso país. Veja que não havia marca de uma empresa, mas era a bandeira do país, começou a distribuir e todos começaram a se sentir orgulhosos. E isso precisa ocorrer também no Brasil, envolver os cidadãos e eles devem se sentir orgulhosos dessa marca. 

A senhora definiria a África do Sul antes e depois da Copa?
Em infraestrutura, estrada, transporte e, principalmente, a esperança que nasceu nas pessoas. Isso tudo pode ser apontado como um novo momento trazido para África do Sul a partir da Copa do Mundo. E não podemos esquecer do turismo que também trouxe mais visitantes.fonte:Tribuna do Norte/JOCC.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=5248603717461021099A professora  sul-africana Ilse Struweg, da Monash University South Africa é Chefe da Escola de Economia e Administração da Monash South Africa

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