Mascote da Copa do Mundo de 2014, o Fuleco veio a Fortaleza de férias e visitou alguns marcos da cidade que completa 288 anos neste domingo. E conta o que viu
Mascote da Copa, o Fuleco veio a Fortaleza de férias e visitou dez pontos turísticos. Da última vez que esteve na capital cearense, ele estava trabalhando. Agora, aproveitando a comemoração do aniversário de 288 anos da cidade, ele não podia deixar de visitar as belezas alencarinas. Confira o depoimento sobre o que viu:
“Fortaleza. Belas praias, sol quase o ano inteiro e um povo acolhedor. Essa é fama da cidade. Antes de começar meu relato, queria deixar claro que minha primeira passagem por aqui foi muito rápida e tumultuada. Eu estava trabalhando, e muito, na Copa das Confederações de 2013, e mal deu tempo de conhecer, de fato, a cidade dos verdes mares. No aniversário de 288 anos de Fortaleza, não podia deixar de lado essa oportunidade, antes de voltar ao trabalho pesado daqui a dois meses.
Quando cheguei, já no aeroporto, entre abraços e autógrafos (afinal, sou famoso!), me indicaram dez pontos históricos e culturais com expressivo significado para os fortalezenses. Ao olhar para o mapa, notei que a maioria dos locais ficava perto do Centro da cidade. Topei o percurso e fui com sede de vivenciar a memória regional. Como diriam os cearenses: “Bora lá”.
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Lagoa da Messejana
O primeiro ponto foi Lagoa da Messejana. O lugar é meio distante do meu hotel, mas é muito bonito. A estátua da índia Iracema, que remete à origem do estado, nos leva para a obra do escritor José de Alencar. E que empolgante é essa sensação de (re)conhecer o passado de Fortaleza. Porém, não deixei de notar a falta de pessoas no local e, principalmente, a ausência de policiamento. A estátua também estava toda pichada (logo o local para onde direcionamos o olhar). Sem falar que eu quase caí, porque a calçada estava toda esburacada. E o lixo? Onde podemos jogar o lixo se não existe lixeira? Assim fica complicado.
Arena Castelão
Segui rumo à Arena Castelão, estádio que vai receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. Como já era íntimo dele, voltei com outro olhar – não mais o de trabalho, mas o de visitante. O estádio está lindo, como já havia achado. Mas polícia que é bom? Nada. Apenas seguranças do próprio Castelão. E notei que muita coisa do ano passado para cá já tinha mudado.
Mas passa o tempo e as obras não terminam. Parece que são inacabáveis! Será que, quando eu voltar em junho, elas ainda estarão por fazer? Para falar a verdade, senti uma sensação de abandono. Não há pessoas visitando. Parece que o estádio é isolado.
Praça Portugal
Fui para a Praça Portugal. Conversei com alguns comerciantes e descobri que o local está para acabar. O motivo eu ainda não sei, mas parece que é por causa do trânsito. Vão fazer uma espécie de cruzamento. O trânsito é importante, mas essa rua não podia passar por baixo da praça?
Eu achei a praça linda. Tem até uma árvore deitada. É sério! Porém, tem aquele problema que notei no Castelão: falta de policiais nas proximidades. Além disso, a praça está pichada, suja, com gramado mal cuidado e ainda restam luzes de Natal (aqueles pisca-piscas) nos galhos das árvores. E para atravessar é uma novela: pelo menos 5 minutos para conseguir chegar até o outro lado.
Avenida Beira Mar
Como diriam (mais uma vez) os cearenses: “Ô lugar bonito”. E mais, como diria Roberto Carlos: “Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo”. Adoro a orla de Fortaleza. Sempre movimentada, cheia de gente. Feirinha com artesanatos locais. Acesso rápido. Felizmente, pude constatar no local que há policiais em Fortaleza. Fiquei aliviado. Pensei que não existisse aqui essa profissão.
Agora imagine a cena: estou lá admirando a paisagem, ouvindo a música do rei, quando um ambulante me oferece um refrigerante. “O senhor vai querer?”, perguntou. “Vou sim”. Quando fui pagar, ele me confidenciou uma informação valiosíssima. Até agradeci depois, porque poderia usar isso para me proteger. Ele disse: “Olha, eu poderia cobrar até mais caro pela latinha, porque o senhor é turista. Mas vou cobrar o preço mesmo. Aqui, o pessoal faz isso. Só de olhar para a cara, eles aumentam os preços”. Eu, hein!
Dragão do Mar
Ao chegar ao entorno do Dragão do Mar, fiquei com medo. Mais uma vez, não vi policiamento. Mas lá dentro, há muitos seguranças. O local é muito bonito e retrata bem a cultura de Fortaleza. Tem exposições de fotografias, teatro, apresentações musicais ou de dança. Tem cafés e bares nas proximidades. E estacionamento também. Eu indico o local para quem gosta de baladas ou de se divertir à noite, que é bem movimentada.
Mercado Central
O Mercado Central é uma espécie de centro comercial de artesanato em Fortaleza. O local é super indicado para turistas, que sempre estão por lá. Há muitas variedades de objetos e de preços. Nada como uma boa pesquisa para levar o item de melhor custo-benefício. E o problema? Falta de policiais novamente. Inclusive, eu fiquei com medo de ser assaltado em plena luz do dia. Um rapaz chegou e olhou para meu celular, quando eu estava tirando foto do local para postar no meu Instagram. Ele pediu para ver minha foto e segurar meu celular. Como não confio em ninguém, atravessei a rua. Sei lá, né?
Passeio Público
Me disseram que ele foi revitalizado há pouco tempo. Ainda bem. É muita árvore por metro quadrado. Parece que não estou no Centro de Fortaleza. Há muitos bancos, postes ao estilo do início do século passado. Tem um restaurante com ampla praça de alimentação. É bem atrativo. Vi um grupo de fotógrafos por lá. Lá dentro, tem um posto da Guarda Municipal, que dá uma sensação de segurança. O único problema que vi foi assim que entrei: uma fonte com água suja. Me perguntei o motivo daquilo estar daquele jeito ali.
Forte Nossa Senhora de Assunção
Nossa! Que medo desse local. Passei bem rápido por lá. O Forte Nossa Senhora da Assunção ou Schoonemborch é um dos pilares da fundação de Fortaleza. Ele foi construído por holandeses, ainda na época da colonização. Ao olhar para os canhões, dá para ter noção de como era antigamente. Porém, não deu tempo de admirá-lo. É que o lugar é bastante esquisito. Não tem policiamento. Sem falar que todas as pessoas já alertam do perigo. Aliado a tudo isso, em frente ao forte há uma pracinha, que é suja e fedida.
Praça do Ferreira
Meu último ponto no Centro foi a Praça do Ferreira, o coração de Fortaleza. Incrível como esse local reúne todo tipo de gente, o mais puro fortalezense. Os hábitos, a forma de andar, de se vestir e de falar. Toda aquela gente denuncia os trejeitos locais assim que se expressa. Um grande terminal de gente andando para lá e para cá. Várias missões, vários destinos. Há aqueles que ficam sentadinhos, observando o tempo passar. A praça é um marco e ponto de encontro. Lá há policiamento. Ufa! Também há muitas intervenções: rodinhas de apresentações humorísticas, vendedores, prestação de serviço. O local é bonito e resgata uma cidade mais antiga.
Ponte sobre Rio Ceará
Um dos lugares mais belos de Fortaleza. Mar calmo, com vários barcos de passeio e de pescadores. Um pôr do sol para ninguém colocar defeito. A beleza realmente inebria. Mesmo num bairro simples e com vários problemas sociais, que me contaram, a cidade oferece uma das vistas mais atrativas que já vi. Lá tem muito ônibus passando, o que mostra ser bem acessível. Os problemas se repetem: sujeira e falta de policiais.
Enfim, o fim
Como vocês leram, há pontos positivos e negativos em Fortaleza. Os positivos englobam a beleza da cidade, o potencial turístico, o envolvimento das pessoas com os locais, a proximidade e o acesso. Os negativos são bem recorrentes: falta de policiamento e muito, mas muito lixo. Ser fortalezense até deve ser fácil, tendo em vista a qualidade da terra onde vive, mas os problemas envolvendo a segurança é que são barra pesada. É só melhorar isso, que venho passar o resto da minha vida, que ainda é curta, aqui, nas terras alencarinas. E como diriam os cearenses, que têm ótimas gírias, Fortaleza ‘é só o mí’.”
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