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quinta-feira, 12 de junho de 2014

PROTESTOS CONTRA ABERTURA DA COPA DEIXAM FERIDOS E DETIDOS EM SÃO PAULO.


Jornalistas ficaram feridos em manifestação na Zona Leste.
Festa ocorreu sem incidentes na Arena Corinthians e Anhangabaú.

Do G1 São Paulo

Manifestante é detido pela polícia durante um protesto que tentou bloquear na Radial Leste, nos aredores da Estação Carrão da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo na manhã desta quinta-feira (12) (Foto: Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)Manifestante é detido pela polícia durante um protesto que tentou bloquear na Radial Leste, perto da Estação Carrão do, na manhã desta quinta-feira, 12 (Foto: Robson Fernandes/Estadão Conteúdo)
No dia da abertura da Copa do Mundo no Brasil, São Paulo teve protestos que terminaram em confrontos entre a Tropa de Choque e manifestantes. Os tumultos terminaram com jornalistas feridos e suspeitos detidos. Apesar disso, o clima de festa predominou na cidade - principalmente na Arena Corinthians, na Zona Leste da cidade, onde o Brasil abriu o Mundial em jogo contra a Croácia.
Balanço parcial da Polícia Militar divulgado às 18h indicava que 31 pessoas foram detidas para averiguação durante a operação de segurança envolvendo a Copa do Mundo. Seis pessoas ficaram feridas, sendo quatro jornalistas e dois manifestantes.
Até as 18h20, não havia informações sobre quantos permaneciam detidos.
Segundo a PM, foram quatro pontos de manifestações em São Paulo entre a manhã e a tarde desta quinta, que reuniram aproximadamente 730 manifestantes.
Três protestos ocorreram na Zona Leste: o primeiro foi nas imediações da Estação Carrão, na Rua Apucarana. O segundo ocorreu no Tatuapé, na Rua Serra do Japi. Depois, um grupo de black blocs se concentrou na Estação Tatuapé do Metrô.
A PM diz ainda que, no Centro, cerca de 300 integrantes de movimentos por moradia se concentraram na Rua Líbero Badaró. O ato foi pacífico.
Começo dos protestos
Às 10h, um protesto contra a Copa reuniu cerca de 20 pessoas nas imediações da Estação Carrão, na Zona Leste. Ao menos 100 policiais acompanhavam a concentração. O ato foi convocado através de página no Facebook e tinha 10,2 mil confirmados na manhã desta quinta.

Jornalista da CNN é ferida em manifestação (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Jornalista da CNN é ferida em manifestação
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)
Logo após se reunir, o grupo se recusou a atender o pedido da PM de se afastar da Radial Leste, via que foi a principal ligação das delegações com o estádio. O confronto começou entre a Tropa de Choque da Polícia Militar e os manifestantes apenas cerca de dez minutos após o início do protesto. A Estação Carrão do Metrô foi fechada às 10h42 por causa dos conflitos.
A PM jogou bombas de gás e de efeito moral para tentar dispersar o grupo, e um manifestante, Rafael Marques Lusvarghi, de 29 anos, foi detido por resistir às ordens dos policiais. Lusvarghi afirmou que a polícia foi truculenta e que valeu a pena participar do confronto para derrubar o governo. Ele foi atingido por duas balas de borracha e recebeu spray nos olhos.
Pouco depois da confusão inicial, a polícia voltou a jogar bombas para desbloquear a Rua Apucarana. Os manifestantes seguiram para a Rua Serra do Japi, onde metroviários e estudantes se concentravam para outro protesto. Houve novo confronto com a Polícia Militar. Manifestantes fizeram barricadas e os policiais atiraram bombas de gás.
Durante os confrontos, pelo menos cinco jornalistas ficaram feridos. A correspondente da CNN no Brasil, Shasta Darlington, e a produtora da rede, Barbara Arvanitidis, foram atingidas por estilhaços de bomba de efeito moral. Depois de serem socorridas, elas afirmaram ao G1 que estavam bem e que os ferimentos foram leves.
O assistente de câmera do SBT Douglas Barbieri também foi atingido por estilhaços de bomba. Ele foi ferido no rosto, mas seguia trabalhando na cobertura do evento, com curativos. Já o jornalista argentino Rodrigo Abd, da agência de notícias Associated Press, se machucou na perna durante o confronto. Segundo a GloboNews, outro jornalista de uma equipe de televisão francesa também foi ferido por um disparo de bala de borracha na perna.
Estudante conta que caiu durante correria em confronto com a polícia (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Estudante conta que caiu durante correria em
confronto com a polícia (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
O estudante Luiz Gustavo, que participou do protesto, conta que caiu durante o tumulto com o avanço da Tropa de Choque. Segundo ele, o protesto foi interrompido a força pela polícia ainda antes de qualquer iniciativa de avanço do grupo para a Radial Leste. "A gente nem tentou [avançar para a avenida]. No que fomos nos reunir para conversar com eles, tacaram a primeira bomba e já foram para cima", disse.
Em nota a respeito dos dois protestos, a Polícia Militar informou que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir à abertura da Copa do Mundo”.
“A PM tinha que fazer o que nós tínhamos planejado: evitar bloquear e interditar a Radial Leste, que é via de acesso ao estádio. Qualquer bloqueio comprometeria o trânsito e quem quisesse ir ao estádio, metrô e trem. Nossa determinação era não permitir que isso fosse feito. Os manifestantes não quiseram atender a PM. Eu determinei que não vai ser tolerado o fechamento da Radial Leste", disse o coronel Benedito Roberto Meira, comandante da PM.
Estação Tatuapé e Barra Funda
Depois da dispersão dos protestos, um grupo de manifestantes seguiu para a região da Estação Tatuapé do Metrô, causando o fechamento do Shopping Tatuapé. A polícia fez um bloqueio para impedir a entrada de pessoas na estação, que também fechou às 14h.
Policiais fazem barreira para impedir manifestação contra a Copa na estação de metrô Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo (Foto: Miguel Shincariol/AFP)Policiais fazem barreira para impedir manifestação contra a Copa na estação de metrô Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo (Foto: Miguel Shincariol/AFP)
Após um princípio de tumulto, os manifestantes foram dispersados, e a estação foi reaberta por volta das 16h40. De acordo com a polícia, ninguém foi detido e não houve feridos.
Na Barra Funda, na Zona Oeste, porém, 30 pessoas foram detidas no estacionamento da Universidade Estadual Paulista (Unesp), segundo a PM. Suspeitos estavam com máscaras, vinagre e canivetes. O local é próximo à Federação Paulista de Futebol, diz a corporação.
Deic
Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com auxílio do Ministério Público, cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em casas de pessoas suspeitas de prática black bloc. Duas mulheres foram encaminhadas ao Deic para prestar esclarecimentos e liberadas.
Oito mandados foram cumpridos na capital, um em Mogi Guaçu, um em São Bernardo do Campo e outro em Ferraz de Vasconcelos. A Polícia Civil apreendeu diversos notebooks, pendrives, celulares, cadernos com anotações, sprays e latas de tintas, manuais de procedimentos para ativistas em manifestações, jornais, panfletos, soco inglês, nunchaku, estilingues, máscaras e CPUs.
Movimentação de torcedores nos  arredores da Arena Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, onde a seleção brasileira de futebol  fará um reconhecimento do campo antes do jogo de abertura da Copa do Mundo (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)Torcedores nos arredores da Arena Corinthians,
em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo (Foto:
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)
Clima de festa
Mesmo com os confrontos e problemas nas estações da Zona Leste, o clima era de festa na capital paulista. Na saída da estação de Metrô Itaquera, brasileiros e turistas circulavam com cornetas nas mãos e bandeiras. Apesar de tantas nacionalidades no mesmo espaço, não havia rivalidade, apenas brincadeiras e companheirismo.
Várias pessoas ainda tentavam comprar ingresso para a abertura no início da tarde. O engenheiro brasileiro Luiz, de 66 anos, diz que sempre viajou para outros países para assistir jogos da Copa e das Olimpíadas. “Viajo por todos os lugares, mas desta vez não vou conseguir ver os jogos no meu próprio país”, lamentou.
Já no Vale do Anhangabaú, torcedores se uniram para assistir o jogo na Fan Fest. "Eu estou adorando São Paulo, uma cidade grande, bonita. E essa música é boa, bem do ambiente, né?”, disse o francês Tony, de 25 anos, ao G1. A festa teve shows de cantores como Luan Santana antes do jogo.
O bairro da Vila Madalena, na Zona Oeste, também estava em clima de micareta. As ruas do bairro da boemia paulistana ficaram tomadas de verde e amarelo, inclusive por parte dos estrangeiros, que entraram na brincadeira.
Mapa confrontos na Radial Leste (Foto: Editoria de Arte/G1)

Auxiliar de enfermagem já dava as boas vindas aos turistas na Arena Corinthians (Foto: Mariana Lenharo/ G1)Auxiliar de enfermagem já dava as boas-vindas aos turistas na Arena Corinthians (Foto: Mariana Lenharo/ G1).https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=8284781346452123529

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