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quinta-feira, 3 de julho de 2014

CERÂMICAS REDUZEM EM 50% UTILIZAÇÃO DE LENHAS.

VALE DO JAGUARIBE

Com consultoria do Conpam e Senai, indústrias reordenam uso de madeiras nativas nos fornos das olarias


cerâmica
Das 120 empresas contempladas com as ações de capacitação e assistência técnica, 23 já apresentaram menor uso da matriz energética
FOTO: ALEX PIMENTEL
Iguatu. Um projeto inovador de eficiência energética está em curso na região do Baixo Jaguaribe, beneficiando o setor de indústria de cerâmicas. O objetivo é reduzir em pelo menos 50% o uso de lenha, que é a principal matriz energética. A iniciativa é do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), com apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e do Fundo Socioambiental Caixa. O programa deve ocorrer até junho de 2015.
projeto de Implementação da Eficiência Energética para as Indústrias Cerâmicas do Baixo Jaguaribe continua melhorando seus indicadores e ocorrem em sete municípios da região: Aracati, Alto Santo, Limoeiro do Norte, Jaguaruana, Russas, Quixeré e Tabuleiro do Norte.
Segundo a última avaliação, 23 das 120 cerâmicas contempladas com as ações de capacitação e assistência técnica apresentaram uma redução de 50% do uso da lenha como matriz energética. No levantamentoanterior, nove empresas já haviam conseguido diminuir esse uso.
Os números representam avanços significativos no projeto, lançado há apenas quatro meses. As fábricas participantes contribuem de forma significativa para redução do desmatamento da Caatinga na região do Baixo Jaguaribe. Para obter os resultados, os ceramistas passaram por capacitação técnica de produção com ênfase à secagem e queima (eficiência energética).

Mediante os bons resultados obtidos, a iniciativa vai firmar, nos próximos meses, o Pacto deProdução Sustentável entre os três principais grupos envolvidos no processo produtivo - empresários, agricultores e representantes do poder público. Em seguida, deverá ser elaborado um projeto executivo para produção sustentável e realizadas capacitações específicas para indústrias participantes.
diretor de Marketing da Associação da Indústria de Cerâmica Vermelha do Vale do Jaguaribe (Asterussas), Helano Rebouças, disse que o projeto de iniciativa do Conpam é útil e importante para o setor. "Culminou com ações que as empresas já vinham implantando em busca de reduzir custos de produção", frisou. "É um projeto simples, de investimento acessível e fácil de ser executado, e que depende do interesse dos empresários".
A combustão de lenha para alimentar os fornos representa custo de produção entre 20% e 30%. Daí a importância de se usar técnicas de eficiência energética. O setor de cerâmica tem importância fundamental na economia da região. São cerca de 160 unidades produtoras, que geram cerca de quatro mil empregos diretos. A maioria das cerâmicas está localizada na cidade de Russas, cujo parque industrial reúne 130 empresas do setor. A produção é voltada em sua ampla maioria para a telha colonial (90%). Os outros 10% são de tijolos de bloco.
De acordo com dados da Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec), o setor ceramista conta com 420 empresas instaladas em 85 municípios e movimenta cerca de R$ 200 milhões por ano. O segmento enfrenta o desafio de garantir a sua própria sustentabilidade, ou seja, a questão ambiental.
A produção de telhas e tijolos necessita de combustão, oriunda de mata nativa do sertão (jurema), podas de árvore, do cajueiro. O processo elimina dióxido de carbono nas chaminés, contribuindo para elevação dos índices de poluição do ar.
Diante desse quadro, é fundamental o uso de novas técnicas que têm por objetivo reduzir o consumo de lenha e a poluição do ar, com a redução de fumaça. O projeto do Conpam atua diretamente no modo operacional da queima da lenha usada na combustão dos fornos. "A ideia é consumir na medida certa, mantendo a temperatura uniforme", explica Helano Rebouças. "Em vez de colocar lenha em quatro bocas, de duas em duas horas, reduz-se o tempo pela metade, e a quantidade na medida certa".
Os empresários que aderiram ao programa instalaram dutos de oxigenação e antes já haviam reduzido tamanho da câmara de combustão, modernizando os fornos. Para dar certo, o projeto exige mudanças simples no modo operacional da queima e a adesão dos empresários e dos operários do setor, em particular dos queimadores. "O segredo é acompanhar o ciclo de queima no forno, mantendo a temperatura regular". O setor é assessorado pelo Conpam e Senai.
Honório Barbosa
Repórter
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