LEMBRANÇAS
Considerada uma das residências mais luxuosas de Fortaleza, a casa abrigou até mesmo a família imperial, após a proclamação da República
No cruzamento das ruas Meton de Alencar e General Sampaio, defronte à Praça Clóvis Beviláqua, está o solar do Barão de Camocim. Construído em 1880, o casarão amarelo, em estilo Renascença, discrepava inteiramente do tipo de moradias adotado na cidade, demonstrado na sobriedade de adornos, tombado pelo município de Fortaleza, abriga recordações de quatro gerações, em um tempode luxo e requinte, quando hospedou até mesmo alguns membros da família imperial, de passagem pela capital cearense.
Os anfitriões desses momentos eram o comerciante Geminiano Maia, o Barão de Camocim e a sua esposa, a francesa Rose Nini Liabastre. O casamento se deu na França, em 1879 e foi para morar com ela que o Barão construiu a casa grande, trazendo da Europa toda a mobília.
Os dois tiveram apenas uma filha, Cecy, que se casou com Maximiano Leite Barbosa. Esse casal, por sua vez, teve dez filhos: Newton, Carmem, Lígia, Ilnah, Neide, Luci, Aila, Olga, Heitor e Maria de Lourdes. Primogênita, Carmem, juntamente com o marido, Lauro Vieira Chaves, e os filhos, foram os últimos moradores do palacete e se despediram da casa em 1991.
Filha do casal, Maria Teresa Chaves guarda recordações do período em que morou na mansão. "O nosso quintal era muito amplo e lá vivemos muitas aventuras na infância. Nossa avó, Cecy, gostava muito de assistir novelas. Televisão, nos anos 1950 e 1960, era artigo de luxo. Nosso pai não deixava, mas nós acabávamos assistindo com ela", lembra.
O solar também sediou várias reuniões importantes, envolvendo a elite de Fortaleza. "Há memória de um banquete de cem talheres em junho de 1889, quando o partido liberal ascendeu ao poder, sendo Geminiano Maia nomeado a 13 de novembro de 1889 um dos Vice-Presidentes da Província", recorda Maria Luiza.
Maria Teresa casou-se em 1961, um ano depois de conhecer o médico Fernando Antônio Mendes Façanha, perto dali, na Igreja do Carmo e se mudou do casarão para a Aldeota. Mas as lembranças nunca saíram da sua mente. "Fico triste quando penso que aquela casa está tão malcuidada e a praça se tornou um lugar perigoso. Foi lá a minha festa de 15 anos, o meu noivado e a recepção do meu casamento. É uma pena que esteja daquela forma".
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