Policiais vão responder a três inquéritos abertos pela corporação e permanecerão no Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos
Rio - Quatro policiais militares acusados de praticarem agressões contra jornalistas e manifestantes durante manifestação contra a Copa do Mundo no domingo, na Praça Saens Peña, na Tijuca, tiveram a prisão administrativa decretada pelo comando da corporação no fim da tarde desta terça-feira. Eles vão responder a três IPMs (Inquérito Policial-Militar) abertos para apurar a conduta deles durante o protesto.
Os policiais já receberam determinação para se apresentarem ao Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos, onde permanecerão presos por ordem do comandante da unidade.
Os PMs identificados são: soldado Carlos Henrique Ferreira, acusado de agressão ao cinegrafista canadense Jason O'Hara; soldado Cristiano Ximenes, suspeito de roubo de câmera do mesmo; soldado Jair Portilho Júnior, acusado de agressão a um repórter fotográfico, e soldado Rogério Costa de Oliveira, acusado de agressão a um manifestante. Ele aparece em um vídeo feito por cinegrafista amador chutando uma jovem duas vezes e sendo contido por colegas.
“O Comando da Polícia Militar esclarece que repudia atos de violência praticados por policiais militares, conforme revelados nas imagens de cinegrafistas amadores”, diz trecho de nota emitida pela PM. A Corregedoria da PM abriu também uma sindicância para apurar a denúncia de que um policial teria assediado uma manifestante. A denúncia também tem base em um vídeo feito por cinegrafista amador.
Cineasta já fez filme sobre UPP e diz estar decepcionado com a polícia
O vídeo em que o cineasta canadense Jason O’Hara, de 35 anos, aparece sendo agredido por um PM com um chute e roubado pelos militares, durante protesto contra a Copa do Mundo, no domingo, foi divulgado nas redes sociais, nesta segunda-feira, e motivou a investigações da corporação sobre as arbitrariedades dos policiais na manifestação.
Jason, que usava capacete na hora da agressão, disse estar decepcionado com a PM. Ele relatou que foi agredido a pontapés por cinco ou seis policiais, antes da agressão com um chute.
“Essas imagens estavam num cartão, roubado por um PM junto com a minha câmera GoPro, que era acoplada no meu capacete. Fui agredido e roubado pela Polícia Militar. Ridículo, né?”, desabafou, mostrando ferimento na perna direita, que atingiu até o osso, e causado, conforme ele, por chute.
Jason já produziu documentários de causas sociais em 20 países e é autor de ‘Ritmos de Resistência’, exibido no Festival de Cinema do Rio, sobre impactos das Unidades de Polícia Pacificadora. Atualmente, produz filme sobre remoções supostamente forçadas para as obras do Mundial e das Olimpíadas 2016.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Rio, outros 15 profissionais de imprensa foram feridos. Em outro vídeo, feito com um celular no domingo, PMs aparecem, em meio a gritos e muita confusão, usando spray de pimenta e correndo atrás de pessoas dentro da Estação do Metrô da Saens Peña.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=980692296844623953;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=2;src=link
Vídeo: Cineasta é agredido e roubado por PMs durante protesto
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