Tecnologia foi adaptada de sistema usado em zonas de guerra.
Empresa diz que está conversando com governo para ampliar uso.
Uma escola do estado norte-americano de Massachusetts adotou um sistema de segurança concebido para alertar autoridades e administradores quando tiros são disparados dentro do edifício, o primeiro do tipo nos Estados Unidos, de acordo o fabricante.
A tecnologia, adaptada de um sistema usado pelo Exército em zonas de guerra, está sendo divulgada em escolas e outros locais públicos dos EUA depois de uma onda de tiroteios com vítimas fatais.
Autoridades da cidade de Methuen, cerca de 48 km ao norte de Boston, fizeram uma demonstração do "Sistema Ativo de Detecção de Atiradores Guardião" nesta terça-feira (11), quando a escola foi fechada para o feriado do Dia dos Veteranos. Na demonstração, um homem que disparou balas de festim nos corredores da instituição.
Depois que os tiros foram disparados, a polícia coordenou uma reação por rádio, e uma plateia, que incluiu a congressista democrata por Massachusetts Niki Tsongas e chefes de polícia de toda a região, assistiu enquanto círculos detalhando os disparos apareciam em um mapa do andar projetado no auditório da escola.
"É responsabilidade de todos nós fazer com que nossas escolas sejam santuários de aprendizado", discursou Tsongas antes da demonstração. "De Columbine a Sandy Hook, atos indescritíveis de violência ocorreram em nossas escolas, e a violência com armas de fogo hoje é uma grande preocupação para nossas crianças, nossos educadores e nossos pais", disse ela.
Christian Connors, diretor-executivo da Shooter Detection Systems, criadora do dispositivo, afirmou que o sistema é o primeiro do tipo no país e que a empresa está conversando com o governo federal sobre a ampliação do seu uso. O sistema custa entre US$ 50 mil e US$ 100 mil para uma escola do tamanho da de Methuen, afirmou Connors.
O dispositivo consiste de um sistema acústico externo e entre 50 e 60 sensores como os usados para detectar fumaça instalados em corredores e salas de aula, explicou, além de câmeras de infravermelho para detectar a luz dos disparos.
A tecnologia foi desenvolvida com a Agência de Projetos Avançados de Pesquisa de Defesa (Darpa, na sigla em inglês), uma divisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e com a Raytheon, que empregou sistemas semelhantes no Iraque e no Afeganistão, declarou a empresa.
As escolas norte-americanas reforçaram a segurança nas últimas décadas, instalando detectores de metal e sistemas de vigilância para conter um surto de tiroteios. A Nova Inglaterra testemunhou um dos piores ataques do gênero em 2012, quando um atirador matou 20 estudantes de primeiro grau e seis adultos na escola de Sandy Hook, na cidade de Newtown, no Connecticut.
O professor de criminologia da Universidade Northeastern, James Alan Fox, disse que um sistema como o de Methuen pode levar a menos ferimentos e talvez salvar vidas.
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