Apesar de não dar trégua ao bolso do consumidor brasileiro, que viu o litro da gasolina subir R$ 0,22 em fevereiro deste ano, a Petrobras parece agir diferente quando o assunto é mercado internacional. A estatal, por exemplo, anunciou que reduziu, mais uma vez, o preço de seus combustíveis no Paraguai. Trata-se da nona queda consecutiva do produto desde julho de 2014.
Para os paraguaios, o litro da gasolina comum caiu cerca de 5%, podendo ser encontrado, nos postos localizados no outro lado da fronteira, por valores que variam de R$ 2,85 a R$ 2,89 por litro. Para se ter uma ideia, em Fortaleza, o preço médio da gasolina está, atualmente, em R$ 3,37 (até R$ 0,55 mais caro), segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O diesel também foi afetado pela redução praticada pela Petrobras, ficando 4% mais barato para os consumidores do Paraguai.
Incoerência
De acordo com o analista Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás, não há incoerência no fato da Petrobras baixar o preço dos combustíveis no Paraguai, tendo em vista que há uma desvalorização generalizada do petróleo no mercado internacional, mas de não fazer o mesmo no Brasil, onde está focada apenas em recuperar seu caixa.
"As leis econômicas mais básicas não estão sendo minimamente observadas pela Petrobras e pelo governo brasileiro. Em todos os países funciona a lei da demanda e da oferta e, no casso de uma commodity como o petróleo, da flutuação do câmbio. No Brasil, o que aparentemente acontece é uma livre prática de preços. Cada um cobra o que quer", critica Bruno Iughetti. "Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, o valor dos combustíveis muda de um dia para o outro, pois se baseia no mercado internacional. Isso não ocorre no País", complementa.
O analista reforça também que a disparada no preço dos combustíveis no País é fruto de uma "irresponsável repressão que passava a falsa impressão de vivermos em um berço de ouro". "Isso já era previsto há anos. Era uma bolha que iria estourar mais cedo ou mais tarde. Agora não há mais o que fazer, pois o rombo no caixa da Petrobras está aí e alguém terá que pagar a conta".
Etanol sobe em 18 Estados
Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros subiram em 18 Estados, caíram em seis e no Distrito Federal e ficaram estáveis no Rio Grande do Norte na semana passada, mostram dados da ANP. No período de um mês, o produto caiu em 5 Estados e subiu nos demais. No levantamento anterior, o etanol hidratado havia avançado em 16 Estados, caído em 10 e ficado estável no Distrito Federal.
No Ceará, o preço médio do produto subiu na semana passada, saindo de R$ 2,60 para R$ 2,62. Em São Paulo, principal Estado consumidor, a cotação caiu 0,05% na semana, para R$ 2,111 o litro. Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado no Piauí (1,19%), enquanto o maior recuo ocorreu em Mato Grosso do Sul (1,37%). No mês, a maior alta foi registrada no Distrito Federal (6,91%) e a maior queda, no Maranhão (1,76%). No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,749 o litro, no Estado de São Paulo, e o máximo foi de R$ 3,61/litro, no Amazonas. Na média, o menor preço foi de R$ 2,111 o litro, em São Paulo. O maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 3,032 o litro.
Fonte: Diário do Nordeste
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