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domingo, 5 de julho de 2015

BONDES E MORTE DE JOVEM SÃO TEMA DE PROTESTO EM SANTA TERESA,NO RIO DE JANEIRO.


Parentes de entregador de pizza morto no Morro da Coroa pediram justiça.
Moradores reclamaram de atraso nas obras e pediram municipalização.

Do G1 Rio

Cerca de 150 pessoas participaram de um protesto no Largo dos Guimarães, em Santa Teresa, na região central do Rio, na tarde deste sábado (4). Os moradores do bairro pediram a municipalização das obras dos bondes que cortam Santa Teresa e investigações rígidas sobre a morte de Rafael Neris, entregador de pizza, atingido por um tiro no Morro da Coroa, no domingo 29 de junho.
Os moradores fizeram uma caminhada do Largo dos Guimarães até o Largo das Neves. Durante o percurso a maioria permaneceu em silêncio. (Veja o vídeo) Depois, representantes dos moradores do bairro, da família e dos amigos de Rafael discursaram.

 No final da caminhada, os manifestantes voltaram a pedir justiça para Rafael Neris. Em clima de emoção, amigos  e familiares pediram que os documentos do jovem, o telefone celular e o relógio que ele carregava, entre outros pertences teriam sumido durante o crime, apareçam. Eles afirmam que o jovem chegou ao hospital apenas com a calça e a meia que estava vestindo. No fim, aconteceu uma salva de palmas e os pais e o melhor amigo de Rafael, Diego Tardin, se abraçaram.
De acordo com Emídio Dandrea, presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa, a prefeitura do Rio tem condições de assumir as obras, já que outras semelhantes estão sendo realizadas no resto da cidade por causa dos Jogos Olímpicos.
"Santa Teresa é uma área histórica da cidade e está abandonada. Não se vê a Guarda Municipal. É um bairro turístico e não se vê nenhum ponto de informações. A gente precisa de Santa Teresa viva, mas ela está morrendo", afirma Dandrea.
A mãe do entregador de pizza morto em Santa Teresa se emociona (Foto: Cristina Boeckel/G1)A mãe do entregador de pizza morto em Santa
Teresa se emociona (Foto: Cristina Boeckel/G1)
Perda nas vendas
O presidente da associação diz ainda que o atraso nas obras está acabando com as condições econômicas do bairro.
"O comércio está fechando porque não há condições de funcionar por conta das obras", disse.
O comerciante Afonso Porto, que trabalha com o comércio de vinis no bairro há três anos, afirma que seu negócio vive uma das maiores crises que já enfrentou.
"Eu ganhava R$ 4 mil e minha renda caiu para R$ 800 a R$ 1.200. Sofro com essa redução há cinco meses", disse.
Para conseguir pagar as contas, ele faz acessórios com a mulher e já tentou até um emprego como lavador de pratos. Os atrasos e problemas causados pela obra em Santa Teresa já afetaram até o seu estado emocional.
"Essa obra acabou com a minha vida. Estou deixando de exercer o que eu mais sei. Meus amigos estão fechando e sendo demitidos. Essa obra está me causando depressão. As vezes eu não quero nem sair da cama para trabalhar", lamentou.
Moradores de Santa Teresa se reúnem em protesto (Foto: Cristina Boeckel/G1)Moradores de Santa Teresa se reúnem em protesto (Foto: Cristina Boeckel/G1)
Manifestantes pedem justiça
Muitos manifestantes foram ao protesto com camisetas que estampavam a imagem de Rafael Neris, assassinado no Morro da Coroa.
A mãe do jovem, Lucia Helena Camilo, compareceu ao protesto e pediu que se faça justiça pela morte do entregador de pizzas, que morreu durante uma ação da polícia no Morro da Coroa. Um minuto de silêncio e uma oração foram feitos em homenagem ao jovem.
"Cada hora que eu lembro que não vou mais ouvir a voz dele, as piadas que ele fazia, eu me sinto muito mal. Atualmente só durmo por duas ou três horas por noite. Quero saber quem fez isso com ele, porque assim eu terei algum tipo de conforto. Preciso de uma resposta. Porque quem fez isso com ele deveria protegê-lo", afirmou a mãe do jovem.
O pai de Rafael, Alberto Neris, também foi a manifestação para pedir que o assassinato de seu filho não permaneça impune.
"Quantas famílias vão ter que chorar?  Ele era um trabalhador que morreu por ignorância de um policial. Era recém-casado, queria fazer uma faculdade, comprar uma casinha, pagar o carro", disse Alberto.
Parentes de Rafael Neris mostram uma faixa no protesto em Santa Teresa (Foto: Cristina Boeckel/G1)Parentes de Rafael Neris mostram uma faixa no protesto em Santa Teresa (Foto: Cristina Boeckel/G1)
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