Instalação de unidades pacificadoras em áreas violentas, como acontece no Rio, pode minimizar criminalidade, mas é preciso estudo
Agentes do Bope brincam com crianças após ocupação de favelas nos Complexos de Manguinhos e Jacarezinho, no Rio, em outubro Sandro .
A instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) em algumas regiões da cidade de São Paulo poderia ser uma das formas para minimizar a onda de violência que atinge a capital e cidades do entorno, segundo acredita o general Augusto Heleno, consultor de segurança da Band. Apesar disso, é preciso que seja feito um estudo detalhado, levando em consideração alguns aspectos da cidade, entre eles o geográfico.
“Em termos de presença policial não há dúvidas de que a UPP daria certo em São Paulo. O governo instala a unidade com o efetivo que julgar necessário e tem a presença permanente da polícia junto da população. Assim, os policiais passam a patrulhar a área delimitada com mais eficiência, a ter informações atualizadas dessa região e mais controle sobre ela. É óbvio e isso tem que dar certo”, explica o consultor.
Entretanto, o general afirma que incidentes nessas áreas são esperados enquanto acontece essa instalação. “Pode acontecer desavenças entre parte da população e a força de segurança ao longo dessa instalação. Mas, brevemente, haverá êxito”, diz Augusto Heleno, que participou de uma ação parecida no Haiti, quando o Exército brasileiro atuava na reestruturação do país caribenho.
Exemplo do Haiti“A experiência de UPP começou no Haiti. Foi a primeira vez que se pensou nisso. O comandante da força brasileira na ocasião propôs a ocupação permanecente do Exército dentro de uma favela em Porto Príncipe. Na época, tínhamos notícias de que os criminosos espalhavam medo e afirmavam que os soldados não eram capazes de atuar permanentemente na região”, relembrou.
A partir da proposta, a brigada brasileira invadiu um quartel que ficava no centro da favela e começou a atuar. A ação teve êxito e os militares conseguiram se aproximar e conquistar a confiança da população. O patrulhamento intensivo reduziu números da criminalidade na capital haitiana.
Em 2008, as UPPs começaram a ser implantadas no Rio de Janeiro, com apoio do Exército brasileiro. Atualmente, são 28 unidades instaladas e 30 comunidades pacificadas. Entretanto, o general reforça que “as condições de cada cidade nunca se repetem. É preciso estudar bem as particularidades de cada região antes de iniciar o processo de pacificação”.
ComparativoEntre os problemas destacados, Heleno explica que as UPPs consomem grande efetivo policial. “No caso de São Paulo, as comunidades são gigantescas, o que vai exigir um grande efetivo e pode tirar esse pessoal de outras regiões. Essa talvez seja a maior restrição. O Rio de Janeiro ainda tem esse problema. O Estado está formando policiais em curto prazo para atender a demanda”, explica.
Além disso, o consultor constata que há outras barreiras a serem enfrentadas quando se compara as duas capitais. No Rio, várias facções disputam o comando de favelas. Assim, no caso de fuga de traficantes de uma área pacificada, eles não podem migrar para qualquer outra região, pois podem ser mortos por outros traficantes. “Em São Paulo há uma espécie de uniformidade, o que pode facilitar a migração desses criminosos”, diz.
Problemas diferentesPor isso, o general acredita que as ações desse tipo precisam ser estudadas antes de serem efetivadas. “São problemas diferentes, não podemos tratar todos da mesma maneira. A instalação de uma UPP requer estudo apurado, mas negar a validade de qualquer ação que se aproxime da maneira de atuar de uma unidade pacificadora é muito difícil”, afirma o consultor.
“A presença de policiais em um efetivo muito maior do que o normal é sempre uma forma de inibir e combater a criminalidade. Em condições normais, a média é de um policial para cada 300 ou 400 habitantes, no caso das UPPs, como a da Rocinha, por exemplo, a média é de um policial para cada 50. Com certeza, esse é um número a ser considerado”, finaliza o consultor.fonte:band noticias/jardim das oliveiras blog
“Em termos de presença policial não há dúvidas de que a UPP daria certo em São Paulo. O governo instala a unidade com o efetivo que julgar necessário e tem a presença permanente da polícia junto da população. Assim, os policiais passam a patrulhar a área delimitada com mais eficiência, a ter informações atualizadas dessa região e mais controle sobre ela. É óbvio e isso tem que dar certo”, explica o consultor.
Entretanto, o general afirma que incidentes nessas áreas são esperados enquanto acontece essa instalação. “Pode acontecer desavenças entre parte da população e a força de segurança ao longo dessa instalação. Mas, brevemente, haverá êxito”, diz Augusto Heleno, que participou de uma ação parecida no Haiti, quando o Exército brasileiro atuava na reestruturação do país caribenho.
Exemplo do Haiti“A experiência de UPP começou no Haiti. Foi a primeira vez que se pensou nisso. O comandante da força brasileira na ocasião propôs a ocupação permanecente do Exército dentro de uma favela em Porto Príncipe. Na época, tínhamos notícias de que os criminosos espalhavam medo e afirmavam que os soldados não eram capazes de atuar permanentemente na região”, relembrou.
A partir da proposta, a brigada brasileira invadiu um quartel que ficava no centro da favela e começou a atuar. A ação teve êxito e os militares conseguiram se aproximar e conquistar a confiança da população. O patrulhamento intensivo reduziu números da criminalidade na capital haitiana.
Em 2008, as UPPs começaram a ser implantadas no Rio de Janeiro, com apoio do Exército brasileiro. Atualmente, são 28 unidades instaladas e 30 comunidades pacificadas. Entretanto, o general reforça que “as condições de cada cidade nunca se repetem. É preciso estudar bem as particularidades de cada região antes de iniciar o processo de pacificação”.
ComparativoEntre os problemas destacados, Heleno explica que as UPPs consomem grande efetivo policial. “No caso de São Paulo, as comunidades são gigantescas, o que vai exigir um grande efetivo e pode tirar esse pessoal de outras regiões. Essa talvez seja a maior restrição. O Rio de Janeiro ainda tem esse problema. O Estado está formando policiais em curto prazo para atender a demanda”, explica.
Além disso, o consultor constata que há outras barreiras a serem enfrentadas quando se compara as duas capitais. No Rio, várias facções disputam o comando de favelas. Assim, no caso de fuga de traficantes de uma área pacificada, eles não podem migrar para qualquer outra região, pois podem ser mortos por outros traficantes. “Em São Paulo há uma espécie de uniformidade, o que pode facilitar a migração desses criminosos”, diz.
Problemas diferentesPor isso, o general acredita que as ações desse tipo precisam ser estudadas antes de serem efetivadas. “São problemas diferentes, não podemos tratar todos da mesma maneira. A instalação de uma UPP requer estudo apurado, mas negar a validade de qualquer ação que se aproxime da maneira de atuar de uma unidade pacificadora é muito difícil”, afirma o consultor.
“A presença de policiais em um efetivo muito maior do que o normal é sempre uma forma de inibir e combater a criminalidade. Em condições normais, a média é de um policial para cada 300 ou 400 habitantes, no caso das UPPs, como a da Rocinha, por exemplo, a média é de um policial para cada 50. Com certeza, esse é um número a ser considerado”, finaliza o consultor.fonte:band noticias/jardim das oliveiras blog
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