Brasilienses recorrem à comida rápida e barata para dar conta da rotina cheia de tarefas
Veja a galeria completaLeandro Freitas, 40 anos, compra a marmitex todos os dias na portaria do prédio onde trabalha porque prefere praticidade e rapid
Para quem vive na unidade federativa com um dos maiores custos de vida do País, a quentinha comprada na rua mesmo é a alternativa mais barata, rápida e prática. Segundo o Instituto de Pesquisa Datafolha em parceria com índice Alelo do preço médio da refeição, comer fora de casa este ano em Brasília pode custar em média R$ 31,77. A pesquisa considerou um refeição completa com bebida, sobremesa e cafezinho.
Na área central de Brasília é fácil encontrar uma marmita por R$ 5. Em alguns pontos ainda dá para levar um suco e um doce de brinde. O analista de sistemas Leandro Freitas, 40 anos, compra a marmitex todos os dias na portaria do prédio onde trabalha no Setor de Rádio e TV Sul. Ele explica porque prefere comprar na rua a própria comida, a ter que preparar em casa.
— É muito mais prático. Além de não perder tempo em casa fazendo a comida, economizo bastante. Pago R$ 5 na marmita e sei que estou comendo um alimento saudável, porque compro sempre no mesmo ponto e nunca tive nada.
No mesmo ponto, outro cliente que está de passagem para e compra a marmita. O operador de trator Marco Antônio Silva, tem pouco tempo de almoço. Mas aproveita os minutinhos de folga para forrar o estômago.
— Estou sempre correndo e não tenho muito tempo. Daí tenho que comprar marmita porque é rapidinho e ainda pego a comida quentinha.
Do outro lado da rua, logo se vê uma pequena aglomeração de gente que faz e se desfaz em segundos. No centro, dona Maria das quentinhas. O cartaz colado no isopor em cima de um banquinho de madeira anuncia: marmitex R$ 5. De brinde um suco e um doce de banana.
Com medo da fiscalização dona Maria preferiu não se identificar. Inventou um nome para poder dar entrevistas. Ela vende diariamente 50 marmitas que garantem sustento dela e dos dois filhos. A mais velha, de vez em quando, está ali para ajudar nas vendas.
— Eu trabalhava o dia inteiro em um restaurante. Era muito cansativo, ganhava pouco e ficava longe dos meus filhos. Então eu resolvi abrir o meu próprio negócio. Eu mesmo compro os alimentos e cozinho. E posso garantir que são limpinhos e bem feitos. Pelo menos nunca ninguém voltou para dizer que teve algum problema.
Dona Maria sabe que mantém uma prática ilegal, mas, segundo ela, é a única alternativa para não ficar desempregada.
— Eu sonho em ter meu próprio restaurante e fornecer minhas quentinhas para várias empresas. Mas isso é muito difícil. Não dou conta ainda de pagar os impostos e a documentação para abrir um negócio. Enquanto isso vou garantindo meu sustento fugindo da fiscalização.
De acordo com o gerente de alimentos da Vigilância Sanitária, André Godoy, existem muitos riscos de se comer fora de casa, principalmente marmita.
— A maioria dos vendedores de marmita garante que preparam os alimentos em excelentes condições de higiene e conservação, mas quem compra não tem garantia alguma disso. O problema é que os alimentos precisam ser mantidos em temperatura adequada para consumo. E na rua, nenhum isopor pode garantir essas condições.
No ano passado, segundo a Vigilância Sanitária, cerca de 20 mil marmitas foram apreendidas só no Lago Sul, região administrativa do DF. O gerente de alimentos admite que não tem pessoal suficiente para atender a demanda em todo o DF.
— Em todas as regiões administrativas existe a venda de marmitas de forma ilegal. Infelizmente não temos como fiscalizar tudo. A alternativa encontrada pela Vigilância Sanitária é alertar os compradores com campanhas educativas sobre os perigos de se alimentar na rua com marmitas.fonte:R7 DF/jardim das oliveiras blog
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