Veículo do grupo ficou preso na areia de Iguape, no litoral de São Paulo.
Além do dano material, eles tiveram queimaduras de até terceiro grau.
Depois do susto que uma família de Rio Claro (SP) passou em Iguape, litoral de São Paulo, quando o ônibus em que estava atolou na areia da praia, na última segunda-feira (28), ficou o prejuízo. Eles calculam que perderam em torno de R$ 50 mil. Além dos danos materiais, causados com o problema no veículo, alguns voltaram de viagem com queimaduras de até terceiro grau.
O destino dos turistas seria um camping, mas, no desespero para desencalhar o veículo, eles decidiram improvisar e acampar no local. Entretanto, até que tudo se resolvesse, eles passaram horas sem protetor solar e tiveram insolação. O grupo ficou com o corpo cheio de queimaduras.
“Não tinha sombra, não tinha pra onde correr. E no vai e vem, o ônibus afundando, as coisas saindo pra fora, corria pra água, voltava pra a areia quente e na hora do desespero, na hora do pavor você não pensa em nada”, relatou o tatuador André Milher.
Era para serem as férias dos sonhos. Uma semana na reserva ecológica da Jureia, em uma praia quase deserta. Só que a viagem se transformou em um pesadelo logo no primeiro dia, depois que o veículo encalhou na areia. O motorista disse que seguiu por uma trilha que fica a 50 metros do mar e é usada por carros. Ele só foi avisado do perigo quando já estava em uma área de risco.
“Eu não podia descer porque na hora que enchia muito d’água eu tinha que acelerar ele pra água não entupir o escapamento, então eu fiquei dentro. A maré cresceu e entrou água dentro dele, ela vinha até na minha cintura e voltava; e eu segurando e ele balançando. Não me deu medo, me deu pavor”, relembrou o dono do ônibus, José Salvador Hermine.
O ponto em que o veículo encalhou fica a 18 quilômetros da vila mais próxima. “A distância pra poder pegar uma água, pra pegar alguma coisa para comer era muito longe, a gente só poderia ir à pé”, contou a promotora de eventos Graziela Hermine.
Era um clima de deserto. Durante o dia, a temperatura era alta, em torno de 39 graus. À noite eles precisavam enfrentar o frio. “Os colchões e todas as roupas molharam e a gente acabou ficando ao relento. No dia seguinte, amanheceu e a gente não tinha como sair dali”, falou Dias.A maré encobriu o ônibus. “Ironia do destino, a gente chegou num lugar e os pescadores disseram que foi a maior maré dos últimos seis meses”, comentou o professor Luciano Alves Dias.
“Eu tive febre, cavei com a mão de desespero, eu não quero que ninguém passe por isso, porque foi muito ruim”, desabafou Graziela.
Prejuízo
Nas várias tentativas para retirar o veículo, o para-brisa quebrou e toda estrutura foi danificada. Só no terceiro dia é que eles conseguiram desencalhar. A família tem um buffet e usava o ônibus para trabalhar. Dentro dele estavam vários equipamentos. Era a primeira vez que eles viajavam a passeio.
Nas várias tentativas para retirar o veículo, o para-brisa quebrou e toda estrutura foi danificada. Só no terceiro dia é que eles conseguiram desencalhar. A família tem um buffet e usava o ônibus para trabalhar. Dentro dele estavam vários equipamentos. Era a primeira vez que eles viajavam a passeio.
O ônibus não tem mais condição de andar e ficou no litoral. A família voltou para casa de carona e, na bagagem, levou o pouco que sobrou: algumas peças de roupa, algumas ferramentas e o motor de um equipamento usado no trabalho; todo enferrujado.
O dono do veículo não esperava que na volta das férias, teria que começar tudo do zero. “Eu tenho meu ônibus como uma coisa assim: é um sonho realizado que virou um pesadelo”, falou Hermine emocionado.
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