Dez pessoas, entre elas, um policial, morreram na operação.
Confronto ocorreu na favela Nova Holanda, na noite de segunda-feira (24).
A Anistia Internacional criticou a ação da PM no Conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio. Na noite de segunda-feira (24), num confronto entre policiais e suspeitos, dez pessoas foram mortas e várias ficaram feridas. Entre os mortos está um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e dois moradores que não tinham anotações criminais.
Segundo o diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque, o diálogo entre a polícia e a comunidade pode ser a solução para acabar com as ações violentas nas favelas.
“Acho que esse diálogo pode proporcionar, sobretudo, que a gente rompa com a lógica da guerra, com a lógica da exceção, com a lógica que historicamente no Rio de Janeiro permitiu que a polícia entre em território de favelas como se ali não houvesse cidadãos e sim só criminosos. Acho que é muito importante que se reconheça que segurança pública é um direito de todas as pessoas e de todas as pessoas na cidade. E que a favela é parte da cidade e que as pessoas que ali vivem precisam e devem ter os seus direitos reconhecidos”, disse Roque.
Na quarta-feira (26), como mostra o Bom Dia Rio, o comércio reabriu, a energia elétrica foi restabelecida e o movimento na entrada da Favela Nova Holanda voltou ao normal. Por todos os lados, havia a presença da PM.
Os moradores dizem que policiais do Bope agiram com excesso de violência.
“Era uma guerra, uma coisa horrível. Nunca tinha ouvido tanto tiro bem próximo à minha casa. Nasci e me criei aqui e nunca tinha visto uma guerra tão grande, como foi essa última”, disse uma moradora que não quis se identificar.
O presidente da ONG Observatório de Favelas, Jaílson Silva, que atua na Maré, chegou a afirmar que havia marcas de facadas nos corpos retirados, depois do confronto. Ele voltou a criticar a ação da PM.
“O que é que se conseguiu de positivo? qual a razão que justifique essas mortes? Essa violência, esse sentimento profundo de indignação e violência que não tem qualificativo algum, a não ser um terror de estado sobre a população da favela. Nós não queremos ser tratados como uma guerra. Temos o mesmo direito que os outros moradores. Todas as pessoas que trabalham na Maré, que vivem na Maré, que moram em outras favelas, exigem o mesmo direito: ser tratado como cidadãos da cidade do Rio de Janeiro”, disse o diretor da ONG.
Todos os mortos durante o tiroteio já foram identificados. Segundo as investigações, sete têm passagens pela polícia por crimes como homicídio, tráfico de drogas e roubo. São eles: Ademir da Silva Lima, de 29 anos, André Gomes de Souza Júnior, de 16 anos, Fabrício Souza Gomes, de 26 anos, Carlos Eduardo Silva Pinto, de 23 anos, Renato Alexandre Mello da Silva, de 39 anos, José Everton Silva de Oliveira, de 21 anos, e Roberto Alves Rodrigues.
O sargento do Bope Ednelson dos Santos, de 42 anos, também está entre as vítimas. Segundo o delegado, dois mortos não tinham passagem pela polícia: Jonatha Farias da Silva, de 16 anos, e Eraldo Santos da Silva, de 35 anos, que era garçom.
Ação do Bope é averiguada em inquérito policial militar
De acordo com laudo do Instituo Médico Legal (IML), todos os corpos tinham marcas de tiros, mas nenhum apresentava ferimentos de facas. As armas dos policiais militares foram apreendidas e encaminhadas à perícia.
De acordo com laudo do Instituo Médico Legal (IML), todos os corpos tinham marcas de tiros, mas nenhum apresentava ferimentos de facas. As armas dos policiais militares foram apreendidas e encaminhadas à perícia.
Um inquérito policial militar foi instaurado para averiguar a conduta do Bope, conforme informou o governo do estado do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (26). De acordo com a PM, o prazo do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30.
O chefe do Comando de Operações Especiais (COE), coronel Hugo Freire, se reuniu nesta quarta com líderes do Complexo da Maré na sede da unidade. O principal tema do encontro foi a atuação do Bope.
Equipes da Corregedoria Interna da PM também participaram da reunião e receberam denúncias detalhadas de moradores. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) já deixou a favela Nova Holanda, mas o policiamento no local é reforçado por PMs do batalhão da Maré.
Moradores esperam desculpas
O diretor da ONG Observatório de Favelas, professor Jaílson Silva, disse que moradores do conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio, esperam que o governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame se desculpem publicamente e reconheçam o erro que foi a ação da PM na favela entre as noites de segunda-feira (24) e terça (25). A ação resultou na morte de nove pessoas - entre elas, um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e três moradores - e vários feridos.
O diretor da ONG Observatório de Favelas, professor Jaílson Silva, disse que moradores do conjunto de Favelas da Maré, no Subúrbio do Rio, esperam que o governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame se desculpem publicamente e reconheçam o erro que foi a ação da PM na favela entre as noites de segunda-feira (24) e terça (25). A ação resultou na morte de nove pessoas - entre elas, um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e três moradores - e vários feridos.
Secretário vai apurar excesso
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que vai apurar se houve excessos do Bope durante a ação na Maré. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira. Segundo ele, em caso de conduta irregular, os PMs envolvidos serão expulsos. Ele enfatizou também que é preciso investigar quem matou o sargento Ednelson dos Santos, do Bope, no confronto. A operação do Bope na Favela Nova Holanda começou na noite da segunda, após um arrastão na Avenida Brasil.fonte:G1 RJ/jardim das oliveiras camocim ceara
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que vai apurar se houve excessos do Bope durante a ação na Maré. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira. Segundo ele, em caso de conduta irregular, os PMs envolvidos serão expulsos. Ele enfatizou também que é preciso investigar quem matou o sargento Ednelson dos Santos, do Bope, no confronto. A operação do Bope na Favela Nova Holanda começou na noite da segunda, após um arrastão na Avenida Brasil.fonte:G1 RJ/jardim das oliveiras camocim ceara
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