Antes de se tornar funcionário do clube, Galego chegou até a catar lixo do Romeirão para ficar perto do Icasa
José Antônio dos Santos é funcionário do Icasa há sete anos. Mora no trabalho: o Centro de Treinamento do clube. É o famoso ´faz-tudo´ por lá. Atende pelo apelido de Galego e sua semelhança com o trapalhão Didi, do também cearense Renato Aragão, é mera coincidência. Não tem parentesco algum com o humorista sobralense. No entanto, o que chama mesmo a atenção neste homem de 54 anos de idade, natural de Crato, é o que ele já fez para chegar onde está hoje.
A residência de Galego é o Icasa. Ele diz que o grupo atual é o mais humano que já viu FOTO: CID BARBOSA
Ficar sempre por perto do time de coração foi sua obsessão por anos a fio. Com essa ideia martelando-lhe a cabeça, procurou unir o prazer de ver o Icasa dentro de campo com o ofício que lhe dá o sustento. "Já vendi dindin, cremosinho, refrigerante e água mineral dentro do estádio. Até lixo do Romeirão eu já catei para poder acompanhar os jogos do Icasa", revela Galego.
"Minha vida é trabalho", diz, realçando a confiança no olhar fixo e semblante sereno - reação afeita àqueles que sabem o verdadeiro valor do suor derramado na labuta em troca de cada tostão batalhado.
Lixo financia a paixão
Por três anos seguidos, a rotina dele após o apagar das luzes dos refletores do Romeirão, em Juazeiro do Norte, era coletar alumínio, papel, vidro e plástico para reciclagem. O dinheiro desse serviço virava bandeiras, fogos de artifício e camisas da torcida organizada criada por ele próprio com o intuito de apoiar o Verdão do Cariri, como é mais conhecido o clube juazeirense, que está fazendo bonito na Série B do Brasileiro deste ano.
Boa fase
Com a vitória sobre o Boa Esporte, na última sexta-feira, no estádio Romeirão, o time alcançou os inéditos 53 pontos na competição. "É difícil subir. Se tivéssemos mais uns três ou quatro jogadores no mesmo nível de Tadeu (artilheiro do time que já deixou o clube), Preto e Geraldo eu apostaria no acesso", diz Galego, evitando que o coração fale mais do que a razão. "Hoje, sou um homem melhor, religioso. Antes não sabia admitir que falassem nada contra o Icasa. Mudei. Minha ex-mulher, que odeia futebol, uma vez falou que se eu fosse como sou hoje não teria havido a separação", fala, deixando transparecer o rubro nas bochechas e o vermelhidão nos olhos emocionados.
O conterrâneo de Padre Cícero diz que a fé dele em Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora de Aparecida, atualmente, são maiores do que o amor pelo Icasa. Contudo não consegue esconder que esse coração religioso bem que poderia ser alviverde em vez de vermelho.
Calote milagroso
Um homem de Deus e feliz por viver o Icasa intensamente. É assim que Galego se sente ao tocar as paredes do corredores do CT icasiano. E com bom humor, recorda como um calote o empurrou para realização de seu sonho. "Eu vendia camisas do Icasa quando levei um calote de quatro camisas. Para pagar, ofereci meus serviços. Zacarias (ex-presidente do clube) é um homem de coração grande. Ele gostou, dispensou a dívida e estou aqui até hoje", sorri.
O icasiano puxa ainda mais pela memória. Época de uma infância humilde, quando só podia ouvir o jogo pelo rádio na casa de um vizinho. O amor nasceu de ouvido. "Quando tinha 11 anos, escolhi torcer pelo Icasa por causa do rádio. O locutor dizia que a camisa era verde e a do Guarany vermelha e preta. Não tive dúvidas", relata. Só em 1978 veria o Verdão do Cariri de perto, no campo, em cores. Daí em diante não parou mais
.
José Antônio dos Santos é funcionário do Icasa há sete anos. Mora no trabalho: o Centro de Treinamento do clube. É o famoso ´faz-tudo´ por lá. Atende pelo apelido de Galego e sua semelhança com o trapalhão Didi, do também cearense Renato Aragão, é mera coincidência. Não tem parentesco algum com o humorista sobralense. No entanto, o que chama mesmo a atenção neste homem de 54 anos de idade, natural de Crato, é o que ele já fez para chegar onde está hoje.
A residência de Galego é o Icasa. Ele diz que o grupo atual é o mais humano que já viu FOTO: CID BARBOSA
Ficar sempre por perto do time de coração foi sua obsessão por anos a fio. Com essa ideia martelando-lhe a cabeça, procurou unir o prazer de ver o Icasa dentro de campo com o ofício que lhe dá o sustento. "Já vendi dindin, cremosinho, refrigerante e água mineral dentro do estádio. Até lixo do Romeirão eu já catei para poder acompanhar os jogos do Icasa", revela Galego.
"Minha vida é trabalho", diz, realçando a confiança no olhar fixo e semblante sereno - reação afeita àqueles que sabem o verdadeiro valor do suor derramado na labuta em troca de cada tostão batalhado.
Lixo financia a paixão
Por três anos seguidos, a rotina dele após o apagar das luzes dos refletores do Romeirão, em Juazeiro do Norte, era coletar alumínio, papel, vidro e plástico para reciclagem. O dinheiro desse serviço virava bandeiras, fogos de artifício e camisas da torcida organizada criada por ele próprio com o intuito de apoiar o Verdão do Cariri, como é mais conhecido o clube juazeirense, que está fazendo bonito na Série B do Brasileiro deste ano.
Boa fase
Com a vitória sobre o Boa Esporte, na última sexta-feira, no estádio Romeirão, o time alcançou os inéditos 53 pontos na competição. "É difícil subir. Se tivéssemos mais uns três ou quatro jogadores no mesmo nível de Tadeu (artilheiro do time que já deixou o clube), Preto e Geraldo eu apostaria no acesso", diz Galego, evitando que o coração fale mais do que a razão. "Hoje, sou um homem melhor, religioso. Antes não sabia admitir que falassem nada contra o Icasa. Mudei. Minha ex-mulher, que odeia futebol, uma vez falou que se eu fosse como sou hoje não teria havido a separação", fala, deixando transparecer o rubro nas bochechas e o vermelhidão nos olhos emocionados.
O conterrâneo de Padre Cícero diz que a fé dele em Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora de Aparecida, atualmente, são maiores do que o amor pelo Icasa. Contudo não consegue esconder que esse coração religioso bem que poderia ser alviverde em vez de vermelho.
Calote milagroso
Um homem de Deus e feliz por viver o Icasa intensamente. É assim que Galego se sente ao tocar as paredes do corredores do CT icasiano. E com bom humor, recorda como um calote o empurrou para realização de seu sonho. "Eu vendia camisas do Icasa quando levei um calote de quatro camisas. Para pagar, ofereci meus serviços. Zacarias (ex-presidente do clube) é um homem de coração grande. Ele gostou, dispensou a dívida e estou aqui até hoje", sorri.
O icasiano puxa ainda mais pela memória. Época de uma infância humilde, quando só podia ouvir o jogo pelo rádio na casa de um vizinho. O amor nasceu de ouvido. "Quando tinha 11 anos, escolhi torcer pelo Icasa por causa do rádio. O locutor dizia que a camisa era verde e a do Guarany vermelha e preta. Não tive dúvidas", relata. Só em 1978 veria o Verdão do Cariri de perto, no campo, em cores. Daí em diante não parou mais
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário