Entre os benefícios dos alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos, além da garantia da ausência de contaminação, estão a garantia de melhor qualidade nutricional
De acordo com a presidente da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (Adao), Regina Santiago, é crescente o número de pessoas que optam por esse tipo de alimento. “Houve e ainda está havendo um grande crescimento de consumo porque as pessoas têm mais oportunidades de achar produtos orgânicos”.
Preocupada com a procedência dos alimentos que consome, a universitária Camila Aguiar considera as feiras como um importante incentivo aos pequenos produtores. “São produtos locais de agricultura familiar que não passam por processos de transporte muito longo. Diferente das grandes indústrias, que usam sementes transgênicas e monopolizam o mercado”.
Essa valorização dos produtos locais faz com que a feira passe a ter um sentido maior além da venda de produtos diversos, segundo a coordenadora territorial do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador em Itapipoca (Cetra), Gleiciane Teles.
Para ela, o mercado direto de produtor para consumidor gera um clima de amizade e de confiança. “Os consumidores valorizam os produtos que os feirantes trazem, às vezes tem um pequeno diferencial de preços, mas sabem a qualidade do produto e a segurança alimentar”.
Entre os benefícios dos alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos, Regina aponta que, além da garantia da ausência de contaminação, os produtos possuem melhor qualidade nutricional, maior durabilidade na geladeira e são mais saborosos. “Você adoece menos e tem mais vitalidade depois de uns meses”, coloca.
A partir de um curso de agroecologia oferecido pelo Cetra de 2004 a 2006, o produtor José Júlio, do município de Trairi, passou do cultivo tradicional para o modo agroecológico, melhorando a alimentação não só da própria família, mas também da comunidade onde mora. “Antes a gente vendia a galinha caipira para comprar a da granja. Hoje só compramos arroz e macarrão industrializados”.
Mesmo com a dificuldade da estiagem, Júlio continua produzindo para complementar a renda familiar e relata que em dia de feira não falta comprador. “A gente continua fazendo porque agricultor é teimoso, mas é importante porque é uma renda que a gente não tinha por mês. Antes da gente chegar, o povo já tá tudo esperando e fazem é fila pra comprar”.
No quintal de casa, ele cultiva, junto com a esposa e a filha, de tudo um pouco: mel, galinha caipira, mamão, laranja, abacaxi, legumes, queijo, entre outros.
A diferença entre orgânicos ou agroecológicos consiste no modo de cultivo, sendo o orgânico produzido em um sistema de controle permanente que vai desde a compra da semente até chegar na mão do consumidor. “Tem o controle da qualidade da água, da origem de qualquer insumo e o produtor é sistematicamente visitado”, explica Regina. Além disso, frutas, legumes e vegetais orgânicos possuem um selo de certificação por meio do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Já os produtos agroecológicos, que trabalham com várias culturas no mesmo local, possuem um controle dos produtores que também não utilizam agrotóxicos, mas não necessitam de selo de certificação. “Tem respeito com as relações de gêneros, vai além de cuidar somente da terra. Existe uma participação social ativa da comunidade que realiza debates e interações que gerou uma rede de agricultores”, argumenta Gleiciane.
Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca
Com alimentos cultivados por cerca de 12 produtores dos municípios de Trairi, Tururu e Itapipoca, a feira já funciona há oito anos na Praça da Matriz, no Centro de Itapipoca, a 136 quilômetros de Fortaleza.
Quando: Quinzenalmente às quartas-feiras, de 6h às 11h
O que tem: Frutas, hortaliças, bolos, tapiocas, mel, goma, farinha, entre outros.
Quando: Quinzenalmente às quartas-feiras, de 6h às 11h
O que tem: Frutas, hortaliças, bolos, tapiocas, mel, goma, farinha, entre outros.
Feira Agroecológica do Benfica
Há quase quatro anos, produtores de uma cooperativa em Capistrano, no Maciço de Baturité, vendem seus produtos livres de agrotóxicos na Praça João Gentil, no Avenida 13 de Maio, em Fortaleza. Além de alimentos naturais, a feira também possui atividades culturais.
Quando: Quinzenalmente aos sábados, de 7h às 12h
O que tem: Frutas, legumes, hortaliças, processados, oficinas de arte, rodas de conversa.
Quando: Quinzenalmente aos sábados, de 7h às 12h
O que tem: Frutas, legumes, hortaliças, processados, oficinas de arte, rodas de conversa.
Feira da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica
Funcionando desde 1997, a feira da Adao possui em torno de 40 a 50 variedades de produtos orgânicos cultivados em diversos municípios cearenses. Entre eles: Guaraciaba do Norte, Eusébio, Aquiraz, Mulungu, Beberibe, Pacatuba e Horizonte. Parceria entre a Secretaria de Cultura de Fortaleza e a Adao, a feira orgânica possui uma programação fixa no Mercado dos Pinhões, no Centro de Fortaleza.
Quando: semanalmente às terças-feiras, das 6h30 às 13h
O que tem: Frutas, verduras e legumes
Além disso, uma vez por mês a Adao realiza também o Festival de Arte e Cultura Alimentar, no Mercado dos Pinhões, com alimentos orgânicos, cinEcologia, roda de conversa e atração musical.
Quando: semanalmente às terças-feiras, das 6h30 às 13h
O que tem: Frutas, verduras e legumes
Além disso, uma vez por mês a Adao realiza também o Festival de Arte e Cultura Alimentar, no Mercado dos Pinhões, com alimentos orgânicos, cinEcologia, roda de conversa e atração musical.
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