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domingo, 19 de janeiro de 2014

' NÃO SEI SE VOU TER CORAGEM PARA VOLTAR A ANDAR DE ÔNIBUS,DIZ ABIANCY.


Ela relembrou os momentos do ataque a ônibus do dia 3 de janeiro.
“A gente tem que ter no mínimo o direito de ir e vir garantido”, reafirmou.

Do G1 MAjardim das oliveiras camocim ceara

Abiancy Silva dos Santos teve 10% do corpo queimado (Foto: Biné Morais/O Estado)Abiancy Silva dos Santos teve 10% do corpo
queimado (Foto: Biné Morais/O Estado)
"É um recomeço agora. Não sei se vou ter coragem para voltar a andar de ônibus”, disse Abiancy Silva Santos. Ela é uma das vítimas dos ataques a ônibus do dia 3 de janeiro, em São Luís. A operadora de caixa Abiancy, de 35 anos, recebeu alta do Hospital Geral Tarquínio Lopes na manhã deste domingo (19).
“Agora eu estou me sentindo aliviada. Vou para casa, para minha família, minha mãe e meus três filhos. Mas o susto foi terrível. Eu estou dormindo muito mal com pesadelos constantes. Quase toda noite eu tenho um pesadelo, sonhando que estou em um ônibus e tem gente botando fogo nele”, contou emocionada. Ela teve 10% do corpo queimado, com ferimentos no abdômen e no braço direito.
Abiancy relatou ainda o que lembra sobre a noite dos ataques. “Foi tudo muito rápido. Eu me lembro que a mãe e aquelas duas meninas entraram uma parada antes de acontecer. Eu pensei: ‘Vou morrer bem aqui agora, e ninguém vai acudir a gente’”, relembrou. Ela teve a moto roubada duas semana antes do ataque, por isso andava de ônibus. Ela cobra mais segurança e reclama da falta de policiamento. “A gente tem que ter no mínimo o direito de ir e vir garantido”, finalizou.
Abiancy é a segunda vítima dos ataques a receber alta. A primeira foi a menina Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, que teve 20% do corpo queimado e foi levada para casa na quarta-feira (15). Ela é irmã da Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que morreu após ter 95% do corpo queimado.
A mãe das meninas, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, que teve 40% do corpo queimado no ataque, foi transferida para o Hospital da Asa Norte, em Brasília. Ela passou por uma cirurgia na sexta-feira (10). Segundo boletim médico divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o quadro da paciente é considerado grave, mas ela respira sem a ajuda de aparelhos.

Também ficou ferido no atentado o entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado. Ele foi transferido do Hospital Geral de Goiânia (HGG) para o Hospital de Queimaduras na tarde de segunda-feira (13). O deslocamento ocorreu horas depois que Márcio passou por uma segunda operação para tratar os ferimentos.
Violência
Um onda de ataques aconteceu no dia 3 de janeiro, em São Luís, depois de uma operação da Tropa de Choque da Polícia Militar no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro ônibus foram incediados e duas delegacias foram alvejadas. Cinco pessoas ficaram feridas, entre elas, a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que morreu após ter 95% do corpo queimado. Segundo a polícia, as ordens para os ataques partiram de dentro do Presídio de Pedrinhas. Um dia antes, dois presos foram encontrados mortos na penitenciária.
Este ano, dois presos foram encontrados mortos no presídio. Em 2013, de acordo com um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregue no dia 27 de dezembro, 60 detentos morreram em presídios do Maranhão.

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