Sem espaço no palanque quese projeta para 2014, os dissidentes investem contra os próprios petistas
Afastar o deputado federal José Guimarães da possibilidade de vir a ser candidato a um cargo majoritário, nas eleições de outubro próximo, de senador, como ele almeja, é a motivação central do grupo petista ligado à ex-prefeita Luizianne Lins, embora seja notória a repulsa dela própria, do senador José Pimentel e do deputado federal Eudes Xavier ao governador Cid Gomes.
Luizianne ainda está ressentida por conta da última campanha eleitoral e as consequências dela. O senador e o deputado guardam mágoas das increpações feitas diretamente a eles, isoladamente, em momentos diversos, mas não é essa antipatia dos três, o centro do movimento de candidatura própria do PT no Ceará. O alvo é o controlador atual da sigla no Estado.
Não bastassem a falta de nomes com condições competitivas e de estrutura para bancar uma chapa majoritária, sabem, os integrantes do Partido dos Trabalhadores avessos à aliança com Cid, qual é o posicionamento da direção nacional da agremiação, e o compromisso do comando estadual do partido com a aliança com o PROS cearense.
Mais candidatos
A posição da nacional está ligada ao interesse da formação de um palanque forte em defesa da reeleição da presidente Dilma Rousseff, e a do grupo cearense, sob a alegação de estar aliado à cúpula partidária central, defendendo a manutenção da aliança aqui existente, também objetiva continuar aboletado dentro do Governo, onde está desde 2007.
Tudo a favor de mais um nome na disputa pela chefia do Executivo cearense. Quanto maior for o número de postulantes, com as competências e qualidades morais suficientes para bem gerir o Estado, melhor para os cearenses. Lamentavelmente, à exceção do PMDB, com o senador Eunício Oliveira, até agora nenhuma das agremiações, com maior representatividade eleitoral, tem animado a sucessão do atual governador. E sem as bases política e estrutural como tem o Governo, fica difícil, para qualquer dos partidos, projetar um nome e fazê-lo competitivo em tão pouco tempo.
Embora tenha o controle absoluto do diretório estadual, o deputado José Guimarães é a mira dos petistas indignados com o governador. O grupo de Luizianne e agregados não vão ter condições de estar no mesmo palanque comandado por Cid, se guardarem o mínimo de respeito à dignidade pessoal. E sem o palanque a que o partido integra, para não ficarem esquecidos migrar para um outro será a única saída, porém, mesmo sendo este da base aliada da presidente Dilma Rousseff, não deixa de ser traumático, pois terão muitas limitações, sobretudo de ordem moral e legal.
Inelegibilidade
Luizianne, querendo, será candidata nas próximas eleições. A condenação que a deixou inelegível por 8 anos, pesa mais no campo moral que eleitoralmente. O fato de ser uma sentença de primeira instância, por si só não é suficiente para impedi-la de disputar um mandato em outubro vindouro. Só a decisão de um colegiado, um tribunal, poderia afastá-la do próximo pleito. A gravidade da decisão judicial está no fato de o juiz afirmar ter havido o uso da estrutura da Prefeitura em benefício do seu candidato a prefeito em 2012.
E uso mesquinho. Por ter sido de pessoas, que embora afilhadas de políticos inescrupulosos, acabaram sendo humilhadas, posto terem sido obrigadas a figurarem como ativistas da campanha do candidato do PT à Prefeitura da Capital cearense, em alguns momentos, quem sabe, violentando suas consciências pela necessidade do emprego.
Outras, porém, milhares delas, desempregadas pelo fato de seus padrinhos terem aderido ao candidato contrário. Os números de demitidos constam do deputado de uma representante do sindicato responsável pelas homologações das rescisões trabalhistas.
É difícil responder ao que afirmou o juiz Josias Menescal Lima de Oliveira, ao longo das 19 laudas da peça conclusiva do processo. E toda dificuldade reside no fato de, com ou sem a ação direta da ex-prefeita, ter-se cometido, na gestão anterior do Município de Fortaleza, um tipo de desvirtuamento da finalidade da administração pública, não tolerado, por abominável, se igualando a todo e qualquer tipo de desvio direto de recursos públicos. Tudo que foi dito, até aqui, sobre a decisão do juiz, não passa de figura de retórica.
Edison Silva
Editor de política
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