O Tribuna do Ceará conversou com representantes do catolicismo, espiritismo e protestantismo em Fortaleza. Todos falam sobre o clima de tensão que a população vive
Violência constante gera procura por proteção espiritual (FOTO: Flickr/ Creative Commons/ Carolina Murga)
Violência, medo e insegurança. Esses são os principais fatores que levam os fortalezenses a procurar uma forma de conforto ou de proteção por meio da religião. A busca de encontrar um sentido em meio a tanto sofrimento é o que motiva várias pessoas a visitar o local de referência espiritual mais próximo.
O Tribuna do Ceará entrou em contato com representantes do catolicismo, espiritismo e protestantismo em Fortaleza.
Igreja Católica
O vigário da Catedral Metropolitana de Fortaleza, padre Clairton Alexandrino, ressaltou que cresce o número de queixas de violência na cidade. Muitas demonstram revolta contra o próprio país. “Elas não estão vindo só para pedir oração e proteção. É que elas não confiam mais nas autoridades. É o fracasso da segurança [pública]”.
Mesmo com a vontade de dar continuidade nas orações, o padre enfatizou que não pode achar que somente o ato de rezar resolve o caso. “Não é o caso de rezar simplesmente. Isso é essencial, mas não pode se anestesiar pensando que só isso resolve. Tem que denunciar para a polícia e retomar a crença na Justiça. As pessoas procuram refúgio na Igreja, mas precisamos fazer a nossa parte. Rezar é bom, mas precisamos administrar o mundo que Deus nos confiou”.
Centro Espírita
Francisco de Castro, que é diretor administrativo e um dos fundadores do Grão de Mostarda, apontou os dois motivos mais recorrentes na procura pelo espiritismo: curiosidade e dor. A dor geralmente envolve os problemas enfrentados que causam sofrimento, como os causados pela violência na cidade.
“Não é uma dor física, mas uma emocional, espiritual. A felicidade é muito passageira aqui. Há mais sofrimento. As pessoas nos procuram para curar essa dor, se perguntam: ‘Por que eu sofro tanto? Por que aconteceu isso na minha família?’ Mas ninguém pode prometer nada”.
Igreja Protestante
O pastor Ivanildo Gomes da Igreja da Paz, localizada na Lagoa Redonda, também confirmou que houve aumento da procura de fiéis. Além disso, revelou que também é frequente o número de pessoas envolvidas em crimes se convertendo e deixando a criminalidade.
“As pessoas pedem ajuda e conselho. E essa é uma preocupação nossa. Também acolhemos alguns líderes de gangues, que mudaram de vida. Também acolhemos dependentes químicos. Hoje, marginal significa alguém que rouba, mas na verdade é quem está a margem. É um problema social. Quando você dá atenção e ele percebe que é visto, muda”.
Mesmo tendo visões e crenças diferentes, os três acreditam que a insegurança é um problema constante na vida dos fortalezenses. Porém, não há solução quando se está de braços cruzados. É necessário cobrar e procurar que os direitos sejam respeitados.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=1533009983684615094;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=1;src=link
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