Terapia com aracnídeos, de acordo com veterinário, é o primeiro no mundo
Após ser atropelada no fim do ano passado, a cachorro-do-mato fêmea Dori é mais um dos animais que puderam se recuperar de patologias e traumas graças à terapia com agulhas, que é oferecida no Zoológico de Brasília há um ano; o primeiro do país a introduzir a terapia. A prática foi reconhecida pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) em fevereiro deste ano.
Dori chegou ao Zoológico de Brasília com trauma no crânio, torcicolo e andando somente em círculos. Depois de dois meses do início de sessões semanais de acupuntura veterinária, aliadas à medicação para o trauma, ela está recuperada. O pescoço está ereto e o andar, em linha reta. Ela é mais um dos animais que puderam se recuperar de patologias e traumas graças à terapia com agulhas, oferecida no Zoológico regularmente há um ano.
O veterinário, que trabalha de forma voluntária no Zoológico, atende semanalmente todos os animais que precisam de tratamento. Antes, tratava apenas os casos mais problemáticos.
Primeiro caso de aracnídeo
Outro tratamento bem-sucedido é o de uma tarântula com problemas de pele. De acordo com relatos dos veterinários, a aranha perdia os pelos com facilidade e apresentava crostas esbranquiçadas no corpo. Após passar por três sessões, em intervalos de 15 dias, o aracnídeo recobrou a pelugem e a cor normal. Hoje, recebe a terapia uma vez por mês.
Para o veterinário Rodrigo Fagundes, que fez o curso de acupuntura veterinária na década de 90, nos Estados Unidos, e responsável pela terapia nos animais, as aranhas são os pacientes mais calmos. Segundo o médico, o caso é o primeiro do mundo em tratamento de aranhas com acupuntura e será apresentado em um congresso internacional em Taiwan em agosto deste ano.
Fagundes explica que a acupuntura veterinária é indicada como terapia complementar para qualquer patologia em qualquer animal.
— Os casos mais comuns são os osteoarticulares, mas também é possível tratar pneumonia, insuficiência renal, entre outros. Não abrimos mão do tratamento convencional, mas a acupuntura trata o animal de maneira mais natural, sem intoxicá-lo com medicação.
O macaco bugio Chokito, por exemplo, precisa curar uma gastroenterite. Já passou por uma cirurgia e ainda não registrou melhora. Agora, vai para sua segunda sessão de acupuntura, combinada com fitoterapia.
Combate ao estresse
As agulhas também podem ser usadas para combater o estresse. Uma cobra píton jovem, resgatada de condições bastante irregulares e cruéis – estava sendo transportada em uma caixa de Sedex –, passou a não se alimentar em função do trauma. O tratamento começou na semana passada, e a expectativa é que se alimente em breve.
— Os animais respondem rápido ao tratamento.
Os trabalhos no Zoológico são regularizados por meio de contrato, em um ambulatório exclusivo. Os funcionários selecionam os animais que necessitam do tratamento complementar e os preparam para receber as agulhas ou injeções.
Em casos de animais maiores ou mais arredios, é necessário usar um sedativo antes. Já quando são animais de grande porte, como tigres, em que o próprio processo preparatório pode ser estressante, há a possibilidade de se fabricar um dispositivo de ouro, que estimulará permanentemente o ponto necessário. https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=4054148461761517271
Nenhum comentário:
Postar um comentário