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quarta-feira, 21 de maio de 2014

ACORDO PREVÊ FIM DE GREVE DE ÔNIBUS NA QUINTA-FEIRA DIA 22 DE MAIO EM SÃO PAULO.


Superintendente diz que sindicato patronal não quis reabrir negociações.
Grupo vai pedir, às 10h de quinta (22), que Haddad intercede pela categoria.

Do G1 São Paulo

Um acordo fechado entre sindicalistas, comissão de grevistas e representantes das empresas prevê fim da greve dos ônibus em São Paulo a partir de quinta-feira (22). Os empresários também obtiveram liminar na Justiça do Trabalho que obriga a manutenção de 75% da frota em funcionamento. Após o acordo, os terminais voltaram a funcionar progressivamente durante a noite. A cidade chegou a ter 15 dos 29 terminais interditados e o rodizio municipal de veículos foi suspenso.
(O G1 acompanha a paralisção em tempo real, com fotos e vídeos)
A negociação para o fim do movimento foi conduzida pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT), órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A proposta do órgão era o fim da paralisação em troca da reabertura das negociações salarias.

Entretanto, os representantes dos empresários não admitiram retomar a discussão salarial, alegando que ela foi realizada durante um mês e concluída em assembleia na segunda-feira (19). "Não aceitamos esse tipo de movimento. Problema sindical não é problema nosso", disse o advogado Antônio Roberto Pavani Júnior, que representa o sindicato das empresas.
Diante da negativa dos empresários, o grupo vai agora pedir que o prefeito Fernando Haddad (PT) interceda junto aos empresários. O termo assinado após a reunião prevê que o superintendente regional do trabalho, Luiz Antônio Medeiros, apresente, em reunião às 10h de quinta-feira (22) na Prefeitura, o pedido de intercessão junto aos patrões.
Não pode pôr na conta da prefeitura. A relação tem que ser entre eles."
Jilmar Tatto,
secretário municipal de Transportes
No mesmo horário em que os sindicalistas apresentavam os resultados do acordo, o prefeito Fernando Haddad (PT) concedida entrevista na sede a Prefeitura.

Haddad não chegou a ser questionado se receberá os grevistas e o representante do MTE. "A população não pode ser penalizada em um momento em que a Prefeitura está cumprindo rigorosamente com suas obrigações”, disse o prefeito.
Entretanto, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, foi entrevistado na sequência, logo após a saída do prefeito. Tatto foi questionado sobre a possibilidade do encontro ocorrer às 10h e disse que ainda não havia previsão.
“Nesse momento, não está colocado (o encontro). Vamos continuar com a nossa posição, de que a relação é privada”, disse Tatto. "Não pode pôr na conta da prefeitura. A relação tem que ser entre eles."
Segundo o sindicato patronal, a desembargadora Rilma Hemetério, do Tribunal Regional do Trabalho, deferiu liminar que determina que as empresas de ônibus mantenham “em atividade 75%  do total das linhas, por tratar-se de serviços essenciais, sob pena de multa diária a ser fixada oportunamente”.
O superintendente regional do trabalho, Luiz Antônio Medeiros, criticou a postura do sindicato patronal. "(O empresariado) foi absolutamente intransigente. Parece que não pensa na cidade de São Paulo. Nunca vi isso, nem durante o regime militar. Os empresários têm que nos ajudar", dsse Medeiros.
Investigações e liderança do movimento
Medeiros disse que está convencido que o movimento foi espontâneio e disse que houve um pacto entre sindicalistas e dissidentes para superar a polêmica que deu origem ao movimento. Grevistas dizem que a assembleia de segunda foi antecipada para facilitar o acordo; o sindicato nega manobra.
Embora os motoristas tenham apontado sinal de união após a reunião, foram abertas investigações para apurar responsabilidades. A Secretaria de Segurança Pública diz que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a eventual ocorrência de crime na manifestação promovida por motoristas com base no Artigo 262, do Código Penal: expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento.

O Ministério Público (MP) de São Paulo também investiga a eventual responsabilidade de sindicalistas, motoristas e cobradores grevistas. A Promotoria de Habitação e Urbanismo deverá abrir inquérito para apurar suspeita de crime de dano moral e patrimonial.
Boato envolvendo Haddad
Nesta manhã, a Prefeitura precisou desmentir um boato: nas ruas, motoristas em greve repetiam a informação de que Haddad teria dito na terça-feira (20) que motoristas e cobradores de ônibus receberiam 19% de reajuste. O boato foi repetido por motoristas que caminharam em protesto por ruas da Zona Sul.
A administração municipal ressaltou que prefeito não citou percentuais e que o acordo não passou pela Prefeitura: foi fechado diretamente entre funcionários e empresas, já que o serviço de transportes é uma concessão.

O percentual de 10% aprovado pelo sindicato, em assembleia na segunda, revoltou parte dos trabalhadores e foi estopim para a paralisação iniciada na terça (20). A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social apura eventual “prática de ato de improbidade administrativa” por parte da PM.
Acordo entre Prefeitura e governo
Após polêmicas entre qual seria a responsabilidade da Polícia Militar e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na retirada de ônibus as ruas, governo e Prefeitura também se reuniram nesta tarde.

Os secretários do Transporte municipal, Jilmar Tatto, e Fernando Grella, da Segurança Pública do Estado acertaram cooperação entre as pastas. Ficou combinado que um membro da São Paulo Transporte (SPTrans, empresa que cuida dos ônibus na capital) ficará na Central de Operações da Polícia Militar (Copom). Ele irá pedir diretamente à PM reforço para os agentes de trânsito.

“É para garantir a segurança do agente que for retirar um ônibus que esteja obstruindo a via aconteça imediatamente”, disse Tatto. Esse funcionário da SPTrans trabalha desde as 19h no Copom.
Após recorde, trânsito é menor
No segundo dia de paralisação, foram menores os reflexos da paralisação no trânsito e nos terminais de Metrô e trens. Às 19h30, a cidade de São Paulo teve 140 km filas, índice dentro da média. Na noite anterior, no mesmo horário, o excesso de veículos e a paralisação de motoristas de ônibus fizeram com que o trânsito na capital registrasse 246 km de lentidão.
Metrô e trens operaram normalmente, mas o movimento nas plataformas foi menor que no dia anterior. Um dos exemplos foi a Estação Pinheiros, que teve movimento abaixo de um dia normal na cidade.
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Paralisação de ônibus na Avenida Rebouças, em São Paulo, SP, nesta quarta-feira (21) (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)Paralisação de ônibus na Avenida Rebouças. (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo).https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=3119725979284618995

 

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