Suárez é figura icônica do futebol moderno. Jogador que decide com os pés e erra com a cabeça. Seus gols contra a Inglaterra, por exemplo, colocaram-no em evidência para o mundo nesta Copa. Contra a Itália, a cabeça estragou tudo. Ao invés de herói pela vaga suada para as oitavas de final, graças ao gol de ombro/costas de Godín, ele terminou o jogo como vilão, por uma mordida em Chiellini. E, lembrando da mesma atitude com Ivanovic, do Chelsea (ING), fica difícil defendê-lo.
Na zona mista, o atacante passou batido por todos os jornalistas e não quis falar com ninguém. Enquanto isso, seus companheiros, em êxtase, aproveitaram microfones e câmeras para celebrar a vitória sobre a Itália, destacar a raça, a união do grupo. E para falar do próximo jogo, provavelmente contra a Colômbia. Mas Suárez não falou. Por culpa no cartório, vergonha pelo ato, ou até mesmo a marra comum de um boleiro moderno, que só quer fazer gols, curtir a vida e não discutir nada. Ou talvez porque não saiba se vai jogar...
Assim como Cristiano Ronaldo, o camisa 9 é um acima da média que joga em uma seleção de comuns. Se houvesse outros "muito bons", como Cavani, talvez o atacante brilhasse sempre com seu país. Mas não há. Assim, um jogador como ele se irrita quase o jogo inteiro. A bola não chega, ou chega mascada, o seu belo passe não vira gol...
Na vitória uruguaia na Arena das Dunas, Suárez decepcionou. Por culpa dos companheiros, sim, mas muito pela própria incapacidade. Aos 43 minutos do segundo tempo, em um contra-ataque para sacramentar a vaga, o camisa 9 atrapalhou-se em lance que tinha Cavani e Ramírez ao lado, contra apenas um defensor.
No primeiro tempo, entre os três zagueiros italianos, foram raros os lances de perigo. Sobravam reclamações. E briga. Briga característica de seu jogo. De quem recuperou-se um mês de uma cirurgia no joelho esquerdo para estar na Copa. E que, mesmo dizendo-se 100%, não está em sua melhor forma. Por duas vezes, ele parou nas mãos de Buffon. No primeiro tempo, trocou passes com Lodeiro e ficou sem ângulo. No segundo, aproveitou a sobra de uma jogada de Cavani e bateu na entrada da área, para a bela defesa do goleiro italiano. Com um passe, ele achou Cebolla Rodríguez na área para abrir o placar. Chute errado.
Esta terça-feira não era dia de Suárez. Mas foi de Godín. Suárez não foi decisivo e imperdoável como quando fez os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, na Arena Corinthians. Mas que bom seria se as oitavas de final tivessem os pés de Suárez. Talvez, a cabeça tenha lhe tirado essa chance, se a Fifa decidir puni-lo pelo ato que o árbitro mexicano Marco Rodriguez não viu. Oscar Tabárez e um país inteiro sentirão falta. Mas a justiça, às vezes, pode ser feita no futebol.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=979269944855947687
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