Mãe e filho já estão em casa; enxoval do bebê terá de ser feito às pressas.
'Nem consegui comprar uma peça de roupa se quer para ele', diz mãe.
A mulher que descobriu que estava grávida apenas dois dias antes de dar à luz ao filho teve alta do Hospital Universitário de Jundiaí (SP), junto com a criança, na tarde deste domingo (2). Por causa do "nascimento surpresa", Vanessa Nascimento, de 35 anos, conta que está tendo ajuda de amigos e parentes para montar, às pressas, o enxoval para o bebê. O pequeno Arthur nasceu na última sexta-feira (31), mas a mamãe não terá descanso até conseguir todos os itens necessários para conseguir montar o quarto do filho.
"Nem consegui comprar uma peça de roupa se quer para ele", desabafa Vanessa. A mãe, que mora com o marido e outra filha, de 17 anos, em Campo Limpo Paulista, conta que passado o susto inicial da descoberta da gravidez de nove meses, seguido do nascimento repentino do filho, a preocupação agora é em acomodar a criança da melhor maneira possível e de forma rápida. "Fomos pegos totalmente despreparados. Estamos felizes, mas ainda assimilando as coisas. Comprar um enxoval assim, do nada, fica muito caro e não temos condições. Não tive tempo de fazer um chá de bebê, em que eu iria ganhar algumas coisas", desabafa.
Por conta disso, parentes e amigos de Vanessa se juntaram para comprar algumas coisas para o pequeno Arthur, que nasceu com 2,880 quilos e medindo 49 centímetros. "Graças a Deus ganhamos algumas coisas, como roupas, um berço e fraldas, mas ainda falta, como um colchão e o carrinho de bebê. Vamos ter que nos virar para conseguir o resto. Não sei ainda o que vamos fazer", conta a mãe, que já avisou o marido que terá de dormir, por enquanto, no sofá para que Arthur tenha onde ficar.
Passado dois dias de seu nascimento, o bebê que nasceu de cesariana perdeu 200 gramas. "Os médicos disseram que é normal, que são líquidos que ele perdeu. Agora só vamos fazer um acompanhamento na saúde dele. Como não fiz nenhum exame Pré-Natal, vamos ficar de olho no Arthur pra ter certeza que ele vai se desenvolver da forma mais normal possível."
O bebê é o segundo filho de Vanessa e Luciano Nascimento, que estão casados há 20 anos. Os dois também são pais da Isabelle Nascimento, que completa 18 anos nesta segunda-feira (3). Vanessa diz que a filha teve a festa adiada por conta dos gastos que acarretaram com o nascimento surpresa de Arthur.
Mas segundo o pai, Isabelle compreendeu o cancelamento da festa e diz estar feliz com o 'presente surpresa'. "Ela não dorme direito desde o dia que descobrimos a gravidez, ficou super feliz em ganhar um irmãozinho. O dia que a levei para conhecê-lo, no hospital, ela chorou assim que o pegou no colo", diz Luciano.
"Apesar do susto inicial, estamos muito felizes. Eu já queria ter um outro filho, isso há muito tempo, até estavámos pensando em adotar um, só não esperava que ele fosse aparecer assim tão rápido. Nossa vida mudou, do nada, vamos ter que nos virar para comprar tudo que o Arthur precisa, mas o que importa é tê-lo aqui com a gente e com saúde", completa o pai.
Nem desconfiava
Com 140 quilos, Vanessa foi diagnosticada com um quadro de obesidade mórbida e hipertensão. O excesso de peso também ocasionou um problema no punho chamado de "síndrome de túnel do carpo", que é uma pressão no nervo que causa formigamento, fraqueza e dores musculares. Por isso, precisou ser submetida, desde de maio deste ano, a um tratamento à base de corticóide e antiflamatórios, sem saber que estava grávida.
Com 140 quilos, Vanessa foi diagnosticada com um quadro de obesidade mórbida e hipertensão. O excesso de peso também ocasionou um problema no punho chamado de "síndrome de túnel do carpo", que é uma pressão no nervo que causa formigamento, fraqueza e dores musculares. Por isso, precisou ser submetida, desde de maio deste ano, a um tratamento à base de corticóide e antiflamatórios, sem saber que estava grávida.
O problema chegou até a afastá-la do trabalho por alguns meses. "Com isso eu passei a ficar mais em casa, deitada o tempo todo. Me sentia mais pesada, inchada e até sentia algo se mexendo na minha barriga, mas o meu ortopedista dizia que eram gases, efeitos normais dos remédios que eu estava tomando", lembra.
Vanessa explica que o seu histórico familiar está repleto de casos de câncer e, por isso, durante os meses da gestação incógnita, até chegou a sentir algumas alterações no corpo. Mas em vez de um bebê, ela achou que fosse uma doença grave. "Estava sem mestruar há alguns meses. Sentia algumas alterações no corpo, mas a minha preocupação era que fosse um câncer, fiquei com medo", relata.
Apesar do uso de medicamentos durante a gravidez e a falta de exames pré-Natal, os médicos certificaram que o pequeno Arthur está ótimo. "Ele está mamando bem, fazendo cocô e xixi normal. Dorme e chora como qualquer outro recém-nascido", conta Vanessa. Mesmo assim, o bebê terá que fazer um programa preventivo na Apae de Jundiaí, onde passará por exames para constatar se está tudo bem com a sua saúde.
Entenda o caso
Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava dura e fora dos padrões normais. Como a professora sofre de pressão alta, o médico suspeitou de um mioma ou de um cisto e a encaminhou, com urgência, para o Hospital Universitário de Jundiaí.
Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava dura e fora dos padrões normais. Como a professora sofre de pressão alta, o médico suspeitou de um mioma ou de um cisto e a encaminhou, com urgência, para o Hospital Universitário de Jundiaí.
Na unidade de saúde, Vanessa passou por diversos exames, entre eles uma ultrassonografia, que constataram que ela estava, na verdade, grávida de 37 semanas, ou seja, prestes a completar nove meses de gestação. "Na hora eu senti uma mistura de felicidade, surpresa e desespero. Não senti nenhum sintoma de gravidez, enjoo, sono, nada", conta.
"Meu marido surtou quando descobrimos. Eu também fiquei super abalada. Na hora que o médico falou que eu estava grávida, pensei em algo em torno de quatro, cinco meses, mas não nove meses", relembra. A mamãe permaneceu internada no hospital depois do diagnóstico e os médicos tentaram induzir um parto normal, através de remédios.
Na madrugada de sexta-feira, a bolsa estourou e saiu um líquido esverdeado. "Na hora a médica me avisou que o bebê tinha feito cocô dentro da barriga e que eu teria que ser submetida a uma cesariana, que não teria jeito". Apesar de ser hipertensa e de Arthur chegar de repente na vida da família Nascimento, o parto foi um sucesso. Mãe e filho estão bem, aguardando a alta médica para irem para casa.
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