Segundo governador Cid Gomes, o objetivo é fazer frente ao PMDB, sigla classificada por ele como "um mal terrível, que tem que ser combatido". PMDB teve forte peso na 1ª derrota de Dilma no Congresso após as eleições
Cid Gomes e Carlos Lupi articulam alinhamento entre seus respectivos partidos, o Pros e o PDT
O governador Cid Gomes (Pros) defendeu a criação de um novo partido ou bloco para fazer frente ao PMDB. Sigla essa classificada por ele como “um mal terrível, que tem que ser combatido”. O governador afirmou que pretende ampliar conversas com o presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, para articular a possível fusão.
A declaração vem em um momento de dificuldades enfrentado pela presidente Dilma Rousseff no Legislativo. Após a vitória nas urnas, aliados estão se voltando contra o governo. Na última terça-feira, 28, o Congresso aprovou uma proposta que suspendeu o decreto presidencial que institui a criação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS).
Segundo Cid Gomes, a bancada seria formada por cerca de 50 deputados. Além do Pros, o governador apontou como possíveis aliados o PDT e o PC do B. “São partidos em que há afinidades. Afinidades, não há nenhuma conversa ainda”, garantiu.
Segundo Domingo Neto, deputado federal pelo Pros, não existe ainda dentro do partido qualquer acordo. Segundo ele, há no Pros aqueles que quererem uma aproximação com partidos com interesses semelhantes, como o PC do B. Outra parte, afirma, defende um alinhamento a diversos partidos pequenos.
O deputado, entretanto, afirmou que o Pros já foi procurado pelo PT e pelo próprio PMDB para formar outro bloco, mas garante que não é o caminho que deve ser seguido. “O que não queremos é deixar o Congresso virar instrumento de chantagem”, finaliza.
Cid Gomes já foi do PMDB no início da sua carreira política. Até o ano passado, o governador mantinha boa relação com o partido. O PSB, antiga sigla de Cid, que apoiava o PMDB no Ceará, lançou Eduardo Campos à disputa presidencial. Cid preferiu apoiar Dilma Rousseff.
As relações de Cid com o PMDB se desgastaram após o governador ir para o Pros, que lançou candidato próprio, Camilo Santana (PT), para o Governo do Estado. Após mais de sete anos, a parceria entre Eunício Oliveira (PMDB) e Cid Gomes chegou ao fim com acusações de ambos os lados durante a campanha eleitoral.
Carlos Lupi
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também acenou para a necessidade de formação de blocos no Congresso. O presidente da sigla, entretanto, ressaltou que a formação de um novo partido (fusão) não é uma opção. Segundo ele, já existem negociações do PDT com outras três siglas.
André Figueiredo, presidente estadual do PDT, afirmou que já conversou com o governador Cid Gomes sobre esse alinhamento entre as siglas. Segundo ele, além do Pros, é possível uma aproximação com o PSB, o PTB e o PC do B.
NÚMEROS
5O
É o número de deputados federais fruto da possível união entre Pros e PDT
66
Foi o número de deputados federais eleitos pelo PMDB em outubro
SERVIÇO
Saiba mais sobre o Pros
Site: http://www.pros.org.br/
Saiba mais sobre o PDT
Site: http://www.pdt.org.br/
Saiba mais
DERROTA DE DILMA
A primeira derrota enfrentada pela presidente Dilma Rousseff após as eleições foi causada por uma retaliação de parte dos aliados. Na última terça-feira, 28, a Câmara Federal, liderada pelo peemedebista Henrique Eduardo Alves, suspendeu um decreto que institui a criação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS).
Com essas medidas, o governo pretende aumentar a participação civil na administração pública. A proposta da presidente inclui a criação de conselhos populares com membros da sociedade civil ligados à movimentos sociais. Para a oposição, o governo estaria tentando reduzir os poderes do Congresso. Já para o PT, a Câmara estaria com medo da participação popular no governo.
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