Criança de 7 anos morreu no último domingo (7) na cidade de Eunápolis.
Mãe queimou pertences da criança, para tentar amenizar sofrimento.
Olhar para as fotografias da pequena Gilse da Silva Barreto, de 7 anos, que morreu no último domingo (7), após ser picada por um escorpião no município de Eunápolis, no sul da Bahia, tem sido tarefa dificil para a mãe da criança, que ainda custa a acreditar no que aconteceu. Dois dias após o sepultamento da menina, a dona de casa Leiliane Custino da Silva começou a queimar parte dos pertecences da filha, na tentativa de apagar as lembranças e amenizar o sofrimento.
"Hoje [quarta-feira, 10], eu o pai dela queimamos algumas roupas e sapatos dela, porque queremos esquecer isso tudo que aconteceu, mas está sendo muito difícil para mim, muito apertado, já que ela nao sai do meu pensamento. Quando olho para as fotos dela, minha cabeça dói e fico só lembrando", disse Leiliane, em entrevista ao G1.
As poucas peças de roupa que sobraram de Gilse servirão para as outras duas irmãs dela, segundo a mãe. "Conversei com o meu marido e ele disse que não era pra gente queimar tudo, porque podem ser usadas pelas outras filhas menores", afirma.
Leiliane lembra que a filha, alfabetizada neste ano, gostava muito de escrever, e que os professores da menina a consideravam a melhor aluna da turma. Além disso, segundo a mãe, Gilse ganhou o título de aluna mais bonita pelos colegas. "Ela era muito brincalhona, muito alegre. Todo muito falava que ela era a mais bonita da escola. Quando souberam da notícia da morte dela, os professores desabaram", afirma.
Gilse iria começar a terceira série do ensino fundamental no próximo ano. Segundo a mãe, todos os colegas da menina comparecem ao enterro. "Ela dizia sempre que gostava de estudar, mas não sabia ainda o que queria ser quando crescesse. Tinha vez que ela chegava da escola dela à tarde e ainda queria ir comigo pra minha aula à noite. Não me dava nenhum trabalho", conta a mãe.
Sobre o constante aparecimento de escorpiões na região onde Leiliane mora, ela afirma que vários insetos constumavam ser vistos em sua casa, e a filha de sete anos, segundo ela, já matou vários na residência. Conforme a mãe, foi a primeira vez que a menina foi picada. "Ela nao tinha medo, porque matava direto quando apareciam no banheiro, na cozinha e na sala. Eu ficava preocupada com eles, mas eu nunca pude imaginar que isso pudesse acontecer", diz.
Segundo a mãe da menina, os escorpiões que invadiam a sua residência vinham de um terreno baldio cheio de entulho, que fica próximo à sua residência. "Hoje, a prefeitura mandou um trator para limpar a área aqui. Durante o trabalho, eles encontraram sete escorpiões. A gente ficava com medo, mas agora, com a limpeza, estamos mais tranquilos", conta.
Leiliane, que tem outros três filhos - duas meninas de 3 e 4 anos e um menino de 9 - diz que a morte de Gilse foi um baque para a família. O marido, Gilson Nascimento, de 56 anos, não é mais o mesmo depois do ocorrido. "Ele sofre de problema de coração e não está bem. É só falar nela que ele começa a chorar. Ontem, ele ele fez exame e o médico disse que ele precisa se cuidar. Os irmãos dela ficam me perguntando sempre onde ela está, e eu digo que ela foi para o céu".
Caso
Gilse da Silva Barreto foi picada por um escorpião no último domingo (7), ao abrir o guarda-roupa. Ela foi levada para o Hospital Regional de Eunápolis, mas não resistiu. O sepultamento aconteceu na segunda-feira (8).
Gilse da Silva Barreto foi picada por um escorpião no último domingo (7), ao abrir o guarda-roupa. Ela foi levada para o Hospital Regional de Eunápolis, mas não resistiu. O sepultamento aconteceu na segunda-feira (8).
“Ela foi pegar a roupa da escola no guarda-roupa, para eu lavar. Quando abriu, o escorpião subiu no braço dela e picou. Depois, subiu mais e picou de novo. Na hora ela gritou de dor, a gente colocou ela no carro e levou para o hospital. Estava vomitando muito, sangrando e sentindo dor. Chegando lá, o médico tentou salvar, mas não teve jeito”. Leilane conta que matou o escorpião que picou a garota.
De a cordo com a médica Carli Ventura, que trabalha no Centro de Informações Antiveneno (Ciave) do Hospital Roberto Santos, em Salvador, a picada de um escorpião, de qualquer espécie, é sempre dolorosa. Carli destaca que o quadro da picada do escorpião é de congestão cardíaca, e precisa de atuação imediata, especialmente em crianças abaixo dos 7 anos e idosos. Ela acrescenta que o quadro se instala em no máximo 6 horas e, por isso, o socorro rápido é importante.
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