Ele disse à polícia italiana que 'sentia a necessidade de realizar este gesto'.
Ex-militante de grupo de extrema-direita está em liberdade desde 2010.
O turco Mehmet Ali Agca, que em 1981 atentou contra a vida do então papa João Paulo II, esteve neste sábado (27) no Vaticano para depositar dois ramos de rosas brancas no túmulo de Karol Wojtyla, segundo informou a imprensa italiana.
Após depositar as flores, Agca foi conduzido pela polícia italiana à delegacia romana de Cavour para ser interrogado e ali explicou que "sentia a necessidade de realizar este gesto".O ex-membro do grupo terrorista turco de extrema direita Lobos Cinzentos, indultado em 2000 pelo presidente italiano, Carlo Azeglio Ciampi, foi ao túmulo do santo polonês quando se completa o 31º aniversário da visita que, após recuperar-se do atentado, João Paulo II fez a seu algoz na prisão romana de Rebbibia em dezembro de 1983.
O turco está em liberdade desde 2010, após ter permanecido preso em seu país, extraditado da Itália, por vários delitos.
Agca publicou uma autobiografia em 2013, na qual contava que, durante a conversa que teve com João Paulo II na prisão, confessou que o indutor do atentado tinha sido o aiatolá Khomeini e pediu ao pontífice que guardasse o segredo. "Foi Khomeini e o governo iraniano os que me ordenaram que te mate", reconheceu então, segundo afirma em sua obra.
Essas revelações foram desmentidas posteriormente pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
João Paulo II foi baleado em 13 de maio de 1981 quando, após uma audiência na Praça de São Pedro, cumprimentava os fiéis de um automóvel descoberto. O papa foi atingido por quatro balas e Agca foi detido imediatamente. Contra toda previsão, João Paulo II sobreviveu e inclusive ofereceu seu perdão ao delinquente turco pessoalmente.
Antes da publicação de sua autobiografia, Agca disse que por trás do atentado estava a "pista búlgara", que conectava os serviços secretos de Sófia à máfia turca e aos terroristas dos Lobos Cinzentos.
Durante uma viagem a Bulgária em 2002, João Paulo II disse que jamais acreditou na "pista búlgara". Agca também disse em outras ocasiões que contou com ajuda do interior do Vaticano e em outras envolveu os países da Europa comunista.
Em recente entrevista concedida à agência de notícias italiana "Ansa", Agca reconheceu que queria "realmente assassinar Wojtyla" e acrescentou que o fato de que o papa tenha se salvado "foi um milagre".
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