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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

SUSPEITA DE MATAR A ITALIANA NO CEARÁ NÃO QUIS TELEFONAR PARA MÃE,DIZ DELEGADA.


Mãe da suspeita diz que filha sofre racismo e não pode se comunicar.
Polícia diz que ela usou o direito a telefonema para falar com amigo.

Do G1 CE/TN
Gaia Molinari foi assassinada na Praia de Jericoacoara, no Ceará (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)Gaia Molinari foi assassinada na Praia de
Jericoacoara, no Ceará (Foto: Arquivo Pessoal)
A presa suspeita de participação na morte da turista italiana Gaia Molinari não quis telefonar para a mãe, no Rio de Janeiro, segundo a delegada responsável pelo caso, Patrícia Bezerra. "No dia da prisão preventiva, ela estava com o celular apreendido, estava comigo. Ela pediu para verificar dois números na agenda, de um amigo e da orientadora no doutorado. Ela não quis telefonar para mãe, e a Polícia Judiciária não tem gerência para quem a presa vai telefonar ou não", afirmou a delegada na tarde desta segunda-feira (5).
Em entrevista ao Extra, a mãe da suspeita afirmou que tentava falar com a filha, que estava com o celular desligado. O celular da carioca foi apreendido em 26 de dezembro, dia em que a suspeita foi presa. De acordo com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Delci Teixeira, a polícia cearense entrou em contato com a Secretaria de Direitos Humanos do Rio de Janeiro para intermediar uma ligação da carioca com a mãe nesta segunda-feira (5). "Foi combinado que a mãe dela iria hoje à secretaria, às 11h, para, de lá, poder falar com a filha. Ela acabou não comparecendo porque coincidentemente no mesmo horário o advogado chamou a imprensa para uma coletiva", explicou o secretário.

A mãe e amigos da suspeita afirmam também que ela sofre racismo, motivo que a levou à prisão. A polícia nega haver preconceito. "Estamos procurando o culpado, e não algum culpado, independente da cor dele, da condição social e da procedência." A delegada também diz que ela tem acesso a todos os direitos previstos. "Ela está em uma cela separada dos demais presos, nos exatos termos do que determina a lei brasileira, com todos os seus direitos sendo integralmente respeitados."
Segundo a polícia, ela foi presa por se contradizer várias vezes durante o depoimento. A delegada afirma que os horários e datas de passeios da turista não conferem com informações das demais testemunhas. Patrícia Bezerra diz ainda que, questionada sobre as contradições, ela não soube se explicar.
O advogado da suspeita, Humberto Adami, afirma que não há justificativa para a prisão. “Ela tem emprego fixo, estuda, tem endereço certo, não foi presa em flagrante e apenas entrou em contradição, o que não justifica estar presa.” O advogado afirmou que a contradição em um depoimento não pode ser tratada como uma confissão de culpa. "As pessoas também ficam apreensivas quando vão falar com a polícia. Ela também não tinha um advogado ou um defensor público presente”, defende.
A delegada do caso afirmou que, assim que a carioca foi presa preventivamente, informou a prisão à Justiça, à Defensoria Pública e ao Ministério Público por ela não apresentar advogado. De acordo com a Defensoria Pública do Ceará, uma comissão de defensores acompanha o caso, coletou informações para a defesa da farmacêutica nesta segunda-feira (5) e deverá entrar com o pedido de revogação da prisão temporária dela até a terça-feira (6). Em nota, o órgão informou que a suspeita presa expressou interesse em ser assistida pela instituição e que os defensores têm contato direto com a mulher e as pessoas ligadas a ela.
A polícia cearense segue trabalhando com duas linhas de investigação sobre a motivação do homicídio: crime passional e uma segunda motivação não informada pela delegada "para não atrapalhar as investigações". "As investigações continuam. Vamos ouvir mais pessoas e realizar outras diligências em Jericoacoara", disse a delegada. A responsável pelo caso também afirmou que pretende realizar a reconstituição do crime ainda neste mês.
Polícia divulga exame
A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (5) o resultado de exame que negou a presença de sêmen no corpo da vítima. Os policiais investigam se Gaia foi abusada antes de ser assassinada. Segundo a delegada, a ausência de sêmen não anula a possibilidade de abusos.
De acordo com as investigações e testemunhas do local, a italiana tentou voltar para Fortaleza um dia antes de morrer, no dia 23 de dezembro, e dizia não estar se sentindo bem de saúde. Ela não conseguiu voltar por problemas na empresa que realiza o transporte de passageiros. Gaia, então, manteve a passagem para o dia 24 de dezembro no mesmo horário que voltaria a carioca, mas não viajou. Segundo os depoimentos de testumunhas à polícia, até agora, a última vez que Gaia foi vista foi às 18h30 do dia 24.
Segundo informações da Polícia Militar, o corpo da italiana foi encontrado por outros turistas na área do Serrote no dia 25 de dezembro. Os moradores de Jijoca de Jericoacoara afirmam que a jovem estava em Jericoacoara acompanhada de uma amiga carioca. Ambas deveriam ter deixado a cidade de Jijoca na quarta-feira (24), mas Gaia Molinari não retornou do passeio na véspera do Natal. Ela trabalhava em um hostel em Fortaleza em troca de hospedagem e viajava por vários países, segundo pessoas que conheceram a vítima. No local, conheceu a suspeita e seguiram para Jericoacoara.
De acordo com o laudo inicial da Perícia Civil, a turista italiana Gaia Molinari foi morta por estrangulamento. Segundo o laudo cadavérico divulgado pela polícia nesta segunda-feira (5), Gaia sofreu vários golpes com um objeto contundente, e não cortante como foi informado anteriormente,  no corpo e no rosto antes de ser asfixiada.
Antes de ir para Jericoacoara, a italiana estava hospedada em um albergue, em Fortaleza, desde o dia 16 de dezembro. No alberque, Gaia conheceu a suspeita que a convidou para ir a Jericoacoara, segundo a Polícia Civil. De acordo com funcionários do albergue, ela deixou alguns objetos pessoais no local, como um computador e o passaporte.
Na manhã desta segunda-feira (5), a mãe da suspeita afirmou em coletiva no Rio de Janeiro que a filha só conheceu a turista italiana através de mensagens trocadas na internet. Aos 63 anos, a moradora de Austin, na Baixada Fluminense, a mãe da suspeita disse que se sentiu indisposta com o calor do verão e desistiu de viajar com filha. A mãe, no entanto, disse que elas apenas trocaram mensagens virtuais.
Delegada nega prisão por racismo contra suspeita de matar italiana (Foto: Gabriela Alves/G1)Delegada nega prisão por racismo contra suspeita de matar italiana (Foto: Gabriela Alves/G1).https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/src=header

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