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terça-feira, 31 de março de 2015

SURFISTA É FERIDO NA PERNA E DIZ TER SIDO ATACADO POR TUBARÃO EM OLINDA-PE.


Jovem deu entrada em UPA com ferimento na coxa esquerda, nesta terça.
Incidente ocorreu na Praia Del Chifre; ele não corre risco de morte.

Do G1 PE

O jovem Diego Gomes Mota, 23 anos, foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda com um ferimento na coxa esquerda, na manhã desta terça-feira (31). O rapaz estava surfando na Praia Del Chifre, por volta das 11h, quando teria sido mordido por um tubarão. Em nota, a UPA informou que o paciente foi internado às 11h45, fez limpeza, curativo e medicação. Ele foi transferido, às 14h45, para o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, no Grande Recife, onde foi submetido à cirurgia para tratar a lesão muscular provocada pela mordida de um animal marinho. Em nota, o HMA destacou que o paciente ainda encontra-se no repouso e que seu estado de saúde é considerado "muito bom". No entanto, não há previsão de alta.

Irmão da vítima, Thiago Gomes Mota disse que também estava surfando no momento do suposto ataque, a 12 metros da faixa de areia. "A gente estava surfando lá há uma hora. Aí deu aquela parada para esperar as ondas, quando a gente viu ele gritando, pedindo para a gente sair de dentro da água, que estava sendo atacado por um tubarão. Tinham quatro pessoas [na água]: os dois meninos que estavam mais perto dele saíram e eu fui para cima do meu irmão, para tentar socorrer ele logo. Vi meu irmão sendo arrastado, mas ele conseguiu voltar, porque a mordida foi mais na prancha. Ele disse que sentiu a fisgada e começou a dar socos, disse que era um tubarão mesmo", contou. Thiago acrescentou que foi ele quem socorreu o irmão, em uma moto, para a UPA de Olinda.

G1 conversou por telefone com o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Neyff Sousa da Silva, que também é pesquisador de ataques de tubarão e integrante do Instituto Propesca, que atua no litoral pernambucano. Ele esteve na UPA de Olinda e afirmou que falou com a vítima, antes da transferência para o HMA.
"O jovem contou que estava surfando e um tubarão pequeno mordeu a perna dela e a prancha. Ele disse que deu um murro no tubarão e saiu nadando, sendo socorrido em uma moto. Ele teve muita sorte, porque a lesão foi pequena. A lesão na perna não parece mordida [de tubarão], mas a mordida na prancha deu conotação que poderia ser, está bem circular", explicou o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros.
Em nota, a corporação informou que uma equipe multidisciplinar composta por bombeiros, pesquisadores do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e médicos avaliou o ferimento para verificar se foi provocado por mordida de tubarão. Em análise prévia, o grupo não confirmou que a lesão de 20 centímetros tenha sido provocada por ataque de tubarão. Um especialista do Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado para fazer uma análise pericial.
Irmão da vítima tirou foto de prancha com suposta mordida de tubarão (Foto: Thiago Gomes Mota/ Divulgação)Irmão da vítima tirou foto de prancha com suposta mordida
de tubarão (Foto: Thiago Gomes Mota/ Divulgação)
'A gente sabia do risco'
Thiago Gomes Mota contou que já presenciou um ataque de tubarão na mesma praia onde o irmão Diego foi ferido, nesta terça. Ele contou que o incidente ocorreu há cerca de três anos e só ficou um ano sem frequentar a área. "A gente não tinha medo, mas ficava naquela, que podia ser atacado. A gente sabia do risco. Agora, não vou ter mais coragem de surfar lá", disse.
Conforme o Corpo de Bombeiros, um decreto governamental proíbe a prática de atividades náuticas, dentre elas o surf, na Praia de Del Chifre. Ao todo, são 32 quilômetros de orla com restrição em Pernambuco, com 100 placas distribuídas ao longo da orla e 60 guarda-vidas

Histórico de ataques
O último ataque de tubarão confirmado em Pernambuco ocorreu em 22 de julho de 2013. A estudante Bruna Gobbi foi mordida pelo animal na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A jovem chegou a ser socorrida, teve parte da perna amputada, mas morreu por volta das 23h30 do mesmo dia, no Hospital da Restauração, área central da capital.
Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado desde que ataques começaram a ser contabilizados pelo Cemit. O caso foi o 59º em Pernambuco, sendo a 24ª morte. De acordo com Cemit, no dia do ataque, a família de Bruna Gobbi foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar.

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