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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

POLICIAIS USAM MÁSCARAS PARA FAZER TRANSFERÊNCIA DE PMs PRESOS NO RIO DE JANEIRO.

Policiais chegam com rosto escondido ao BEP (Foto: Káthia Mello/G1)
Os policiais que chegaram, nesta sexta-feira (2), ao Batalhão Especial Prisional (BEP) para fazer a transferência dos PMs para o presídio Vieira Ferreira Neto, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, estavam com o rosto coberto com máscaras para não serem identificados.

Mulher de preso aponta para PMs no BEP: Amanhã serão vocês (Foto: Káthia Mello/G1)
Os mais de 200 policiais que estão no local serão transferidos a partir desta sexta-feira para Niterói, onde não haverá presos comuns, de acordo com o TJ-RJ. As mudanças devem acontecer gradualmente até a próxima semana.

Na entrada do Batalhão, cerca de 10 mulheres de policiais presos protestavam contra a transferência. Uma delas gritou: “Amanhã serão vocês”. Por cerca de cinco minutos, o primeiro ônibus ficou parado no portão enquanto elas gritavam. Cerca de 130 policiais devem ser transferidos ainda nesta sexta.

Em agosto, o G1 mostrou que o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame havia autorizado o uso da máscara (conhecida popularmente como “touca ninja”) em operações da PM. O texto fala de situações específicas como ações com refém, manifestações violentas e confusões em grandes eventos.


Na ocasião, Beltrame defendeu a “balaclava como equipamento necessário a determinadas atividades policiais”, mas foi alvo de crítica de especialistas. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj e deputado da oposição, Marcelo Freixo disse que a lei era “vaga”. “Uma lei não pode ser vaga, isto abre precedentes perigosos, inclusive contrariando a intenção original”, afirmou.

Quatro vão para presídio comum
Os 4 PMs apontados pela juíza Daniela Assumpção como seus agressores durante uma inspeção, na última quinta-feira (1º), serão transferidos para um presídio comum de Bangu. A informação foi confirmada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, ao RJTV, após uma reunião. No encontro, ficou decidido também que o BEP será interditado por tempo indeterminado.

“A decisão final da VEP [Vara de Execuções Penais] como resposta do Estado ao grave acidente ocorrido ontem [quinta] é esta: transferir todos estes presos [para Niterói], a exceção de quatro que já foram identificados como autores da iniciativa de agressão, que esses quatro estão sendo enviados para Bangu”, disse Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho.

Parciparam da reunião, além do presidente do TJRJ, o secretário de administração penitenciária, Erir Ribeiro, o presidente da Comissão de segurança do TJ, Maldonado de Carvalho, o juiz titular da Vara de Execuções Penais e a juíza auxiliar da presidência, Teresa Donatti.

Cerca de 20 viaturas do Batalhão de Choque, ônibus e microônibus da PM chegaram por volta das 14h10 ao Batalhão Prisional em Benfica, Zona Norte do Rio, para a transferência dos presos, como determinou a Justiça.

Juíza teria sido agredida por quatro PMs em inspeção (Foto: Arte/TV Globo)
Juíza agredida
A juíza chegou para fazer a visita ao batalhão sem escolta. No interior da unidade ela teria sido impedida de fazer a revista em uma das alas. Na confusão, a magistrada teve os sapatos e óculos arrancados. A equipe que acompanhava a juíza, que também teve a blusa rasgada, também foi atacada pelos presos. Devido ao incidente, o Batalhão de Choque da Polícia Militar e a equipe de segurança do Tribunal de Justiça foram chamados ao local.

De acordo com o Comando do BEP, onde ficam presos policiais militares, civis e agentes penitenciários, a situação teria começado devido a um desentendimento entre a juíza e um preso. A situação, segundo a assessoria da Polícia Militar, foi controlada rapidamente. As revistas foram concluídas e a Corregedoria da corporação abriu uma sindicância para identificar os agressores e apurar as circunstâncias do fato.

Visita anterior
Este ano a juíza já esteve no batalhão para realização de visitas. Ela suspendeu temporariamente as visitas íntimas, após verificar irregularidades no espaço. Daniela Souza denunciou os privilégios dos presos que, de acordo com a juíza, faziam churrasco e tinham visitas íntimas sem autorização. A magistrada é considerada “linha dura” e voltou ao presídio com o reforço dos Batalhões de Choque, de Operações Especiais e também da corregedoria da PM pra concluir a vistoria.

Presos no BEP foram flagrados fazendo churrasco durante visita de juíza (Foto: Divulgação/ TJ-RJ)
A Associação dos Magistrados do Rio divulgou nota repudiando o que ocorreu com a juíza. “É inadmissível que essa situação ocorra. É de se questionar a existência deste Batalhão Especial Prisional. Ressaltamos que, apesar do ocorrido, a juíza conseguiu concluir a inspeção no BEP. A magistratura não se curva aos interesses de bandidos e continuará exercendo sua busca pela Justiça”, diz a nota.

Carro da Defensoria Pública chegou no BEP por volta das 9h desta sexta-feira (2). (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)






















Informações G1

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