X-Lombada tem 40 centímetros de diâmetro e alimenta dez pessoas.
Sanduíche recheado com pastel e bolinho de carne atrai clientes desde 88.
Receitas inusitadas para salgados comuns agradam clientes e turistas no Paraná. Desde sanduíches recheados com bolinho de carne e pastel à milanesa até coxinhas de 3,5 kg. O tamanho diferenciado atrai grupos de amigos e famílias que confraternizam em volta dos lanches gigantes. Os criadores das receitas conversaram com o G1 sobre o preparo e a história dos salgados.
Em Curitiba, o X-lombada surgiu em razão de uma lombada que havia em frente à lanchonete de Carivaldo Martins Ramos, de 40 anos. Com 5 kg, o sanduíche foi criado para chamar a atenção da clientela, na época da inauguração, em 2006. “O pessoal experimenta quando é novidade e um fala para o outro”, afirma.
Carivaldo conta que trabalhou com lanches 15 anos antes de abrir o atual estabelecimento, que leva o nome dele. Antes do 'Carivaldo Lanches', ele já fazia cachorros-quentes gigantes, em uma barraca de rua. Uma das opções media 25 centímetros.
No início, para preparar a receita do X-lombada, ele encomendava dois pães de 40 cm de diâmetro. Carivaldo lembra que oferecia o lanche para todas as pessoas que iam à lanchonete, mas, mesmo assim, chegou a perder pão por falta de vendas.
O sanduíche custa R$ 40 e serve entre oito e dez pessoas, segundo ele, com bastante fome. No recheio do X-lombada, Carivaldo coloca seis hambúrgueres, seis salsichas, seis ovos fritos, frango desfiado, bacon, calabresa, quatro tipos de queijo (cheddar, catupiry, muçarela e provolone), presunto, tomate e alface. Em cinco minutos, o lanche está pronto. Porém, nas sextas-feiras e aos sábados, quando são vendidos cerca de 80 X-lombadas, a fila de espera pelo sanduíche pode chegar a uma hora e meia.
“É impossível comer sozinho”, garante. Consciente do tamanho do lanche, Carivaldo até arrisca um desafio para quem conseguir comer sozinho o X-lombada em uma hora. “Ganha o sanduíche e mais mil reais”.
A especialidade de Carivaldo já atravessou as divisas do Paraná e chegou a Minas Gerais. O motorista Gregório dos Reis Pires, de 33 anos, foi à lanchonete buscar um X-lombada para a esposa levar o sanduíche ao município mineiro de Cachoeira da Prata. “Ela vai levar para a família toda provar. Pai, mãe, sogro e sogra. Eles vieram para cá [Curitiba] no fim do ano, mas não deu tempo de trazê-los aqui no Carivaldo”, explica o motorista, que considera o sanduíche excepcional.
O bombeiro Márcio José Schincoviaki, de 36 anos, costuma levar para casa, pelo menos duas vezes ao mês, um X-lombada para jantar com a família. “Chamamos os vizinhos para comer com a gente. É um exagero. É bom, melhor do que pizza”.
X-Montanha
Com 34 anos de história, os sanduíches da Lanchonete Montesquieu, também em Curitiba, continuam sendo os preferidos de alunos e ex-alunos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), cujo prédio é vizinho. O X-montanha – que tem como ingredientes pastel à milanesa, bolinho de carne, alface, tomate, queijo, presunto e maionese dentro de um pão de hambúrguer – é o mais vendido no horário do almoço.
X-Montanha
Com 34 anos de história, os sanduíches da Lanchonete Montesquieu, também em Curitiba, continuam sendo os preferidos de alunos e ex-alunos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), cujo prédio é vizinho. O X-montanha – que tem como ingredientes pastel à milanesa, bolinho de carne, alface, tomate, queijo, presunto e maionese dentro de um pão de hambúrguer – é o mais vendido no horário do almoço.
Desde 1988, o lanche atrai estudantes e famílias no estabelecimento, que pertence a José Ota, de 83 anos de idade. São feitos cerca de 80 x-montanhas por dia.
Ota conta que a receita surgiu graças aos pedidos dos alunos. “Eles pediam para aumentar o tamanho do sanduíche”, relembra. Pouco antes, em 1987, o proprietário do estabelecimento inventou o lanche antecessor, o X-pastel. Ele explica que foi a necessidade que o fez criar a receita. “Na época, houve um racionamento e faltou carne. Como tinha pastel, oferecia pastel porque era o único recheio disponível”.
A receita agradou tanto que faz com que estudantes das décadas de 80 e 90 voltem à lanchonete para comerem os sanduíches. O hipnoterapeuta Luiz Eduardo Xavier, de 39 anos, frequenta o local desde 1987, quando cursava eletrotécnica, na UTFPR. “Vinha todos os dias. A cantina [da escola técnica] era ruim, eu preferia comer aqui. Sempre vinha um do grupo antes para garantir o lanche para todo mundo porque formava uma fila enorme”, lembra. Xavier ainda frequenta o estabelecimento, pelo menos, duas vezes ao mês para consumir um X-montanha. “Se não dá para comer aqui, levo para casa”, diz.
O advogado Marcos Trentini, de 40 anos, também é ex-aluno da UTFPR e não consegue ficar sem o sanduíche preferido, o X-monstro – que leva um bolinho de carne, salada, ovo e molho de tomate com cebola dentro do pão de hambúrguer. “Com suco de laranja, não tem erro”, garante. Trentini cursou, de 1991 a 1996, técnico em mecânica e ia todos os dias à lanchonete. “Era uma briga para conseguir pegar um X”. Para o advogado, o lanche tem sabor de nostalgia. “Não é só o sanduíche. Venho aqui para matar saudade”, conta. Ele já apresentou as especialidades de Ota para a esposa e o filho de 16 anos que, segundo Trentini, achou o X-montanha enorme.
A lanchonete Montesquieu é um negócio familiar. Ota e os três filhos, Álvaro, Geni e Emília, administram o local. Elas cuidam da cozinha e eles do atendimento. Ota continua indo diariamente à lanchonete. “Venho todo dia para fazer número”, brinca.
Pastel gigante
Em Toledo, no oeste do Paraná, um pastel gigante também chama a atenção. O lanche já recebeu do RankBrasil, em 2008, o prêmio de maior pastel do país. O salgado pesa 4,6 kg e tem milho, ervilha, calabresa, bacon, salsicha, carne moída, presunto, queijo, ovo cozido, catupiry, tomate seco, frango desfiado, palmito, azeitona e pepino em conserva como recheio.
Pastel gigante
Em Toledo, no oeste do Paraná, um pastel gigante também chama a atenção. O lanche já recebeu do RankBrasil, em 2008, o prêmio de maior pastel do país. O salgado pesa 4,6 kg e tem milho, ervilha, calabresa, bacon, salsicha, carne moída, presunto, queijo, ovo cozido, catupiry, tomate seco, frango desfiado, palmito, azeitona e pepino em conserva como recheio.
Sheila Melo, chef de cozinha e dona da Pastelaria Bom Sabor, conta que o ‘pastelão’ surgiu com um desafio proposto pela sócia para que ela produzisse o maior pastel do Brasil. Sheila não só aceitou o desafio como ganhou a premiação e, ainda, garantiu, espaço fixo para a receita no cardápio da pastelaria.
“O pessoal vem em grupo para comer o pastel. Eles levam, em média, uma hora para comer tudo”, relata. Por semana, são vendidos cerca de 15 pastéis gigantes. O salgado, que leva 30 minutos para ficar pronto e serve entre seis e dez pessoas, sai bastante para festas de confraternização de empresas, segundo a chef.
A proprietária da pastelaria afirma que muitos turistas vão ao estabelecimento para conhecer o pastel. “As pessoas vem aqui [na pastelaria] curiosas para conhecer o pastel. É muito flash, tiram muitas fotos”, diz.
Um desafio foi lançado em 2008 para os fregueses e, até então, não foi vencido. Sheila explica que se alguém conseguir comer o pastel sozinho, não paga por ele ou ganha outro. “Os clientes, que já participaram do desafio, pararam na metade. Não conseguem terminar”, diz.
Coxinha gigante
Já atração em Rolândia, no norte do estado, é a coxinha gigante preparada pela cozinheira Maria Aparecida da Silva – Cida, como costuma ser chamada. O salgado de 3,5 kg também já foi premiado pelo RankBrasil como a maior coxinha produzida no país. Ela é 15 vezes maior do que o tamanho convencional, que é de 220 gramas.
Já atração em Rolândia, no norte do estado, é a coxinha gigante preparada pela cozinheira Maria Aparecida da Silva – Cida, como costuma ser chamada. O salgado de 3,5 kg também já foi premiado pelo RankBrasil como a maior coxinha produzida no país. Ela é 15 vezes maior do que o tamanho convencional, que é de 220 gramas.
A coxinha é feita com 1,3 kg de massa de mandioca e 2,2 kg de recheio: frango, calabresa, bacon e tempero com ervas. De acordo com Cida, a escolha do recheio é fundamental para que a consistência do salgado fique boa. “Eu não aconselho muito colocar queijo, porque daí ele não derrete totalmente, só em volta”. Porém, a decisão final fica ao gosto do cliente.
Cida conta que a coxinha gigante já foi dividida entre 20 pessoas, mas que a quantidade de pessoas alimentadas pelo salgado depende da fome de cada um no momento de fazer o lanche.
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